"OLHAI AS AVES DO CÉU!"
Mateus 6,26
Desde a infância até sua vida pública, Jesus caracterizou-se como um grande contemplativo e observador; em síntese: um verdadeiro poeta. As aves, os animais, as plantas, os frutos, as sementes, os campos, os vinhedos, os trigais, as flores, a vida campestre, o mar, fazem parte dos seus versos e suas rimas.
Cada vez que tomo a Palavra de Deus e me vem um texto para meditar e contemplar, extasio-me mais e mais diante da sutileza e da sensibilidade de Jesus. O texto em pauta fala de preocupações; mas, para que não nos preocupássemos e a ansiedade não nos pudesse envolver, ele fala das aves. Quem não gosta de aves? Falar nelas ou sobre elas, traz alegria ao coração; esquecemos do tempo, e o melhor: o tempo esquece de nós. Falar de aves nos acarreta tal envolvimento, que a nossa imaginação imediatamente adianta-se, para tecer no quebra-cabeça da memória, qual delas é a mais bonita para representar a parábola.
Quase está se tornando privilégio das cidades do interior e das fazendas, a revoada de aves. Nas metrópoles elas revoam nas memórias inquietas e carentes de convivência mais próxima com a natureza.
“Olhai as aves do céu!...” Pela manhã ou à tardinha o espetáculo é um só. Gorjeios e cantos compõem a sinfonia do Criador. Sustenidos, bemóis e colcheias, e às vezes semibreves arrastadas, ditam as emoções e sentimentos que deixam passar.
“As aves do céu não têm com que se preocupar” – apartearia você, subitamente. Eu apenas lhe diria: Elas não têm com o que se preocupar porque são totalmente dependentes do seu Criador. Elas não semeiam. Elas não ceifam. No entanto o vosso Pai do céu as alimenta. Mas elas não permanecem nos fios telefônicos ou da companhia elétrica, de bico aberto para cima, esperando que o alimento e a água venham do céu. Elas voam; elas buscam; e porque voam e buscam, recebem a recompensa”.
Deus cuida das suas criaturas. Cuida com carinho e amor. As aves do céu são obras de suas mãos. Se é assim com as aves, por que nos preocuparmos com tantas coisas? Somos a obra prima de suas mãos, criados à sua imagem e semelhança. Lembremos apenas: “... que a cada dia basta o seu cuidado.”
“Olhai as aves do céu!...”
ALMacêdo