Homilia Pe. Ângelo Busnardo- IX Domingo Comum. (Sacramentos Sacrílegos e Profanação do Templo)

IX DOMINGO COMUM

02 / 06 / 2013

1Rs.8,41-43 / Gl.1,1-2.6-10 / Lc.7,1-10

Salomão construiu o templo para servir de lugar de oração para judeus e estrangeiros que decidissem adorar o Deus de Israel: 41Mesmo o estrangeiro, que não faz parte do teu povo, Israel, se vier de um país remoto por causa do teu nome – 42pois ouvirão falar do teu glorioso nome, da tua mão poderosa e do teu braço estendido –, se portanto ele vier rezar neste templo, 43escuta no céu, onde habitas, ao estrangeiro e acolhe todos os seus pedidos, para que todos os povos da terra conheçam o teu nome e temam a ti a exemplo do teu povo, Israel, sabendo que a casa por mim construída tem o teu nome (1Rs.8,41-43). O templo construído por Herodes no qual Jesus pregou era dividido em diversos ambientes, sendo a parte mais externa reservada para os estrangeiros que quisessem adorar o Deus de Israel.

No tempo de Jesus, os judeus tinham transformado a área do templo destinada á oração dos estrangeiros em área de comércio. No local vendiam animais para o sacrifício. Como os sacerdotes do templo não aceitavam animais comprados com moeda estrangeira para o sacrifício, havia ali também cambistas que trocavam moedas estrangeiras pela moeda do templo para quem quisesse comprar animais para serem oferecidos em sacrifício. Jesus combateu severamente aqueles comerciantes, expulsando-os diversas vezes do local e liberando a área para a oração: 17 E ensinava, dizendo-lhes: “Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações? Vós, porém, fizestes dela um covil de ladrões !” (Mc.11,17). As três áreas do templo reservadas para a oração dos judeus não eram profanadas. Mas Jesus não permitiu que nem mesmo o espaço usado pelos gentios fosse profanado.

O templo de Jerusalém não tinha a presença real de Jesus na Eucaristia. As nossas igrejas que conservam a Eucaristia no sacrário representam um espaço muito mais sagrado que o templo de Jerusalém. Profanar uma igreja hoje é um pecado mais grave do que a profanação efetuada pelos vendedores de animais para o sacrifício no templo de Jerusalém. Assim como o comércio de animais no templo tinha um objetivo religioso, também certas cerimônias feitas nas igrejas católicas hoje presididas por bispos e padres têm objetivos religiosos mas são verdadeiras velhacarias pagãs que acabarão levando para o inferno tanto os falsos católicos e compram tais serviços como os eclesiásticos que os fornecem:

1. Nas cerimônias matrimonias, a igreja é transformada numa verdadeira praça pública onde o respeito pela santidade do local é espezinhado despudoradamente. Além de profanar o local o próprio sacramento é transformado numa ofensa grave a Deus, já que a maioria dos noivos casa em pecado mortal, cometendo um sacrilégio e recebendo o sacramento para a condenação. Junto com o sacramento sacrílego, bispos e padres permitem que floriculturas, fotógrafos, cinegrafistas e corais vendam seus serviços aos noivos fornicadores.

2. Nas paróquias que concentram os batizados uma vez por mês, num domingo, novamente o recinto sagrado é transformado em praça pública e os “urubus” que vendem seus serviços na Igreja voltam com seus equipamentos a tiracolo.

3. As missas festivas para comemorar o aniversário de casamento (bodas de prata e de ouro) são uma nova edição da velhacaria cometida no dia do casamento, com a agravante que, através da distribuição da Eucaristia, os sacrilégios são multiplicados.

4. Nas missas fúnebres em sufrágio das almas de defuntos frescos, o local sagrado é novamente profanado e Deus é ofendido através de comunhões sacrílegas.

Se Jesus decidir purificar a sua Igreja hoje, usando o chicote como fez no templo de Jerusalém, antes deve enviar alguns anjos para montar uma fabricante multinacional de chicotes, porque os chicotes fabricados pelos homens não são suficientes para expulsar da Igreja os bispos e padres que promovem e presidem cerimônias profanadoras.

Ao constatar que membros da comunidade por ele fundada tinham abandonado a fidelidade ao Evangelho por ele pregado para seguir seus próprios caprichos, São Paulo os adverte para que não se deixem confundir por falsos pregadores: 6 Eu me admiro que passastes tão depressa daquele que vos chamou à graça de Cristo, para um outro evangelho. 7 De fato, não há dois evangelhos. O que há, são pessoas que semeiam a confusão entre vós e pretendem deturpar o Evangelho de Cristo (Gl.1,6-7).

Infelizmente os abusos existentes na Igreja hoje não são fruto de pregações feitas por falsos seguidores de Jesus. São o resultado da perda do zelo pela salvação das almas por parte da maioria dos eclesiásticos. Muitos eclesiásticos se tornaram prestadores de serviços mais interessados em agradar as pessoas do que em salvar as suas almas. Este tipo de pastoral agrada o mundo, mas não agrada a Deus que é ofendido sempre que são distribuídos sacramentos sacrílegos.

Código : domin841

Ângelo José Busnardo

e-mail : ajbusnardo@gmail.com

Pe. Ângelo Busnardo
Enviado por Joanne em 29/05/2013
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