Em busca de paz interior!

Nessa vida atribulada e corrida que levamos (ou pela qual somos levados...), nem sempre encontramos algum tempo para uma reflexão.

Eu me encontrava totalmente perdido e descrente em minha antiga fé...

Incrivelmente em uma manhã de sábado, ao dirigir-me para um de meus inúmeros compromissos agendados para o meu ‘tranquilo final de semana’, me vi agraciado com algum tempo disponível. Para ser mais preciso, meu compromisso era para as 11h30 e eu já me dirigia para ele com alguma antecedência.

Meu relógio, inseparável para o perfeito cumprimento de meu compromisso ‘no horário estabelecido’ (tenho o que é agora até considerado preciosismo demasiado e até um defeito, a chamada ‘pontualidade britânica’...), estava marcando 10h55!

Desde o advento da renúncia papal, o que para mim não ficou devidamente esclarecido o(s) motivo(s) que levou (aram) a renuncia o Papa Bento XVI, questionamentos mil assolaram-me acerca dos valores e pregações advindas das religiões como um todo.

Como aditivo, ao longo dos últimos tempos tenho tomado ciência do constante aumento de ateus (só na minha família, temos declarados quatro ateus...), agnósticos (também em minha família há declarados uns quatro e mais alguns ‘em cima do muro’...) e alguns não praticantes, sem contarmos ainda a prática de algumas facções que não podem ser enquadradas como enquadradas no âmbito de entidades religiosas (vide a seita criada na vizinha Argentina, que tinha ou ainda tem, como lema, idolatrar o ex-craque de futebol Maradona)!

Nada contra, pois cada um é dono de sua vida terrena e, ‘aparentemente’, sabe o que é melhor para si’.

Então, retomando, quando meu relógio marcava 10h55, ao passar defronte a Igreja conhecida como Paróquia São Judas Tadeu, local onde há anos de forma contumaz nos dias 28, de janeiro a dezembro, compareço as celebrações realizadas ‘em honra’ ao Padroeiro. Há de citar-se que nos dias 28 do mês de outubro, há celebração especial em comemoração ao dia do padroeiro!

Faz-se mister nesse momento, abrir-se mais um parênteses para tentar esclarecer que não há conotação de qualquer beatice ou fanatismo emergente em minha condição de religioso.

Se bem que aliada aos meus comparecimentos nos dias acima especificados, em todos os meses do ano à Paróquia que leva o nome do Santo das causas impossíveis, como é normalmente conhecido São Judas Tadeu, havia também meu comparecimento dominical à Paróquia Nossa Senhora das Mercês, contígua ao Abrigo de idosas carente...

Há, nesse momento, de adentrar-se também na seara do fanatismo apregoado àqueles que ‘elegem’ um seguidor antiquíssimo cristão, transformado em Santo, por vezes praticando sacrifícios tremendos em busca de uma ‘pseuda’ ajuda tanto no aspecto espiritual, quanto nos aspectos afetivo, político, religioso, esportivo, financeiro, trabalhista...

Sintetizando, apregoo que enxergo o fanatismo extremamente prejudicial sob todos os aspectos de nossa existência!

Em sendo assim, completamente ‘descompensado’ em minha crença, tudo abandonei...

Defronte ‘minha Paróquia’, num repente, dirigi-me de forma quase automática ao estacionamento da Instituição religiosa...

Ao sair do meu veículo e adentrá-la, logo notei que em contraponto com a lotação comum nos dias das celebrações, um vazio total imperara. Dirigi-me, então, ao conjunto de bancos situado mais próximo ao altar, onde me persignei e me ajoelhei.

Uma tremenda paz apossou-se de mim, o que não impediu, embora ‘en passant’, de estabelecer um paralelo entre a turbulência de que sou dotado nos dias atribulados, comuns em meu dia a dia, com a situação ora vivida.

Meu pensamento vagueou direcionando-se imediatamente na figura de minha queridíssima esposa, esteio de nossa família e também alicerce de muitos outros com estabilidade emocional e de relacionamento desbalanceadas.

De forma insegura, já com os olhos mareados por incontroláveis lágrimas que teimavam jorrar com certa abundância por minhas faces inseri pelas dificuldades atuais de relacionamento que estou sentindo ‘como um todo’ dentro de nossa sociedade, haja vista não conseguir conceber ‘numa boa’ os desmandos, a lei do levar vantagem em tudo, o desrespeito quase total com o qual temos de conviver, a impunibilidade em vários setores e vários outros fatores. Pensei em quantos, com dificuldades de adaptação nessa nova forma de viver de nossa ‘avançada’ sociedade, quiçá a nível mundial, até de forma covarde ou não, atentam contra a própria vida por não conseguirem total integração, com aceitação das novas regras de um bem viver!

Por outro lado, agradeci ao NOSSO CRIADOR por haver tantos, que assim como eu, tem uma excelente estrutura familiar e conseguem, com muito ‘jogo de cintura’, apoio suficiente para ir assimilando e buscando subsídios para, ‘engolindo sapos e lagartos’, levando sua existência terrena até que seus dias delineados para vivência por aqui e que forma definidos preliminarmente, chegue ao seu final.

As 11h20 ‘abandonei’ o templo e fui cumprir o meu compromisso agendado!

HOJE (19/05/13), retomei minha presença à celebração dominical e por lá fui agraciado com a recepção calorosa de antiga participante e colaboradora das celebrações na Paróquia Nossa Senhora das Mercês e com a homilia proferida pelo GRANDE Padre Gino, que me fez emocionar quando citou o Santo que dedicou sua vida em direcionar os jovens em busca de um caminho reto e ‘dentro das leis’, segundo o que apregoa os bons costumes e procedimentos corretos apregoados por Jesus!

E, para um perfeito corolário de meu final de semana religioso, li e repasso o que consta do Seminário Litúrgico – ANO XLIII – Nº 25 – 19.05.2013 – Ano C, com a devida vênia dos que em nada disso creem ou que não tem paciência para ler tão extenso texto:

“A REALIDADE –

Ninguém pode negar que, de uns tempos para cá, o Espírito Santo entrou com mais força no horizonte religioso dos católicos. Mas o papel que se atribui ao Espírito Santo muitas vezes não se parece muito com aquilo que os textos do Novo Testamento apontam. Às vezes o Espírito Santo parece ficar reduzido a provocar emoções fortes, senão um clima de transe ou hipnose coletiva que pode levar a momentos em que todos falam ao mesmo tempo, balbuciando coisas ininteligíveis, numa grande desordem. Fica parecendo uma Torre de Babel, onde todos falam e ninguém se entende, imagem perfeita da desordem do nosso mundo.

A PALAVRA –

Pentecostes é festa dos Judeus. Cinquenta dias depois da Páscoa, celebram a Aliança do Sinal ou a doação da Lei. Quando os Atos dos Apóstolos colocam a primeira manifestação do Espírito Santo neste dia, querem lembrar-nos que o Espírito é a nova lei, escrita no interior de cada um, como já anunciava o profeta Jeremias (Jr 3132-33). Em Pentecostes, acontece o contrário da Torre de Babel. Lá a arrogância e o espírito de competição provocaram a confusão das línguas, ninguém mais se entendia. Aqui, o Espírito acaba com a confusão, pessoas das mais diversas nações e línguas entendem o que dizem os humildes galileus...”.

Tudo de bom SEMPRE, fiquem com Deus SEMPRE e,..., até de repente!