OS EVANGÉLICOS E AS BENÇÃOS

Tomar Posse da Benção

Frases como: "Eu te abençôo", "Eu profetizo", "Toma posse da bênção", "Eu determino", "Eu declaro", entre outras, têm invadido nossos cultos e igrejas e se tornaram formas arrogantes e egoístas de alguns líderes e membros exercitarem sua fé ou de se dirigirem a Deus, exigindo bênçãos e respostas imediatas.

Estas frases surgiram como resultado de doutrinas heréticas, como a crença em "maldição hereditária", a "confissão positiva", a "incubação de bênçãos", a "teologia da prosperidade" , entre outras heresias e ensinamentos antibíblicos. Essas falsas doutrinas são usadas pelo Diabo para enganar e tirar dos cristãos a exclusividade da fé em Cristo, que é suficiente para libertar, curar e proteger os servos de Deus de toda força do mal. O desejo do inimigo é, também, sustentar, na mente dos cristãos, essas inovações doutrinárias, contaminando-os com ventos de doutrinas de demônios.

Confissão positiva

A tal da "confissão positiva" coloca o peso das realizações espirituais "nas palavras pronunciadas e na atitude mental da pessoa", de quem está ministrando, desconsiderando a genuína fé em Deus (At 3.16; Hb 12.1,2). Essa atitude louca é apoiada na falsa crença que diz: "Há poder em suas palavras", como se as palavras humanas tivessem poder de criar, de intervir, de mudar situações. A ênfase é posta no homem, e, raramente, o dirigente cita o poder da Palavra de Deus ou o poder de Deus (Rm 1.16,17). Há dezenas de livros ensinando agir assim. A maioria dos membros não percebem que estão caminhando para o abismo espiritual, lugar daqueles que se afastam das verdades bíblicas.

Incubação de bênçãos

É um desdobramento da crença na "confissão positiva". Consiste no seguinte: O membro incauto é ensinado a "gerar uma imagem mental", direcionada para o alvo que se pretende alcançar; por exemplo: se ele deseja um carro, deve engravidá-lo mentalmente, para que Deus possa conceder-lhe a graça. É ridículo, mas, infelizmente, centenas de pessoas deixam-se enganar. Essa atitude tem levado muitos ao comodismo, à inércia espiritual e a uma atitude preguiçosa, pois já não se esforçam para conseguir, com trabalho duro e honesto, aquilo de que precisam. Pelo contrário, ficam à espera do momento em que a bênção irá "cair do céu". Da crença na "incubação das bênçãos", surgiu a arrogante frase: "Toma posse da bênção". Isso simplesmente não existe na palavra de Deus.

Expressões tais como: "Eu declaro", "Eu ordeno", "Eu profetizo", "Eu decreto", são pronunciados sem a menor reflexão ou sentido de responsabilidade. Os membros e, infelizmente, muitos líderes, comportam-se como se fossem Deus; colocam o "EU" na frente e soltam palavras que não fazem parte das alianças Divinas, das promessas Divinas, dos oráculos Divinos, dos estatutos Divinos, da graça Divina, da misericórdia Divina, do amor Divino. Falam da forma como Deus não mandou falar, declaram o que Deus não mandou declarar. "Eu declaro", "Eu ordeno", "Eu profetizo", "Eu decreto" são expressões despidas da espiritualidade ensinada na palavra de Deus; são frases que revelam a altivez do coração humano, são palavras que, por não terem respaldo bíblico, não mudam situação alguma.

Os cristãos precisam entender que não podem dar ordens a Deus! É Deus quem determina; é Deus quem decreta; é Deus quem declara; é Deus quem abençoa. É Deus; não sou eu. Ele é tudo; eu sou nada! Eu sou servo; Deus é Senhor! Ele é soberano; eu apenas obedeço à sua Palavra. A Deus, toda a glória! Assim, não é a minha vontade que deve prevalecer.

Jesus não só nos ensinou a orar (Seja feita a tua vontade [Mt 6.9,10]), como também pôs em prática o que ensinou (todavia, faça-se a tua vontade [Mt 26.42]). Pronunciar uma frase por deliberação própria e dar a entender que está autorizado por Deus, sem, na verdade, estar, é enganar o rebanho do Senhor. Deus não opera onde há engano; não compactua com enganadores e não terá por inocente aquele que tomar seu nome em vão (Êx 20.7).

O que me chama à atenção nessas manias, nessas invencionices, é o seguinte: quanto mais elas se alastram, mais o nome de Deus desaparece e o "EU" entra em cena. É trágico: os cristãos vão se tornando embrutecidos, achando que podem assumir o lugar do Altíssimo Deus. E não é este o incansável desejo de satanás? Cada vez mais os cristãos expressam o desejo de assumir o lugar de Cristo: "Eu ordeno", "Eu profetizo", "Eu te abençôo". É o "EU" como centro da fé; é o egocentrismo religioso em marcha; é o endeusamento do egoísmo; é a divinização do homem.

Os cristãos precisam entender que Jesus não permitiu que o seu "EU" aparecesse. Quando alguém o chamou de "bom Mestre", ele desviou de si a atenção e disse: Bom só há um, que é Deus... (Mt 19.17). É preciso ter muito cuidado com o egocentrismo religioso: o "EU" atrai para o homem a glória que a Deus pertence, sendo o resultado de tal atitude a morte eterna.

A falta de leitura e estudo da Bíblia tem dado oportunidade para a entrada de heresias e ventos de doutrinas nas nossas igrejas e a utilização dessas estranhas expressões que não tem o apoio da Bíblia.

Alguns exemplos de expressões comuns nos nossos cultos e igrejas e que não estão de acordo com a Santa Palavra de DEUS.

"Eu te abençôo": À luz da Bíblia, não é correto usar essa frase, visto que o poder que promove a bênção não é do homem, mas de Deus. O homem é apenas um canal, um instrumento que está autorizado somente a ser bênção, não a abençoar. Os servos de Deus, em nome do Senhor Jesus, são bênção para as pessoas. A Bíblia diz: "Estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome" (Mc 16.17). Todas as bênçãos Divinas são derramadas através dos servos, em nome de Jesus. Vejamos também quem pode ordenar a bênção: "porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre" (Sl 133.3); "então eu mandarei a minha bênção sobre vós" (Lv 25.21); "o Senhor mandará que a bênção esteja contigo" (Dt 28.8); "Eu o abençoarei (...) abençoarei os que o abençoarem" (Gn 12.2,3); "Assim porão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei" (Nm 6.27). Será que Deus mudou? Não encontramos, nem no Antigo nem no Novo Testamentos, alguém fazendo uso do "EU te abençôo". Se esse ensino esquisito não vem da Bíblia, de onde vem?

Em lugar de "Eu te abençôo", o cristão deve dizer: "O Senhor te abençoe", conforme o ensino bíblico: Fala a Arão, e a seus filhos, dizendo: Assim abençoareis os filhos de Israel; dir-lhes-eis: O Senhor te abençoe e te guarde. (Nm 6.23, 24). O nome do Senhor precisa ser invocado e não o "EU". O "EU" é carne; o "EU" é pecador; o "EU" é corrompido; o "EU" não é divino; é humano.

"Eu profetizo": O dom de profecia e o ministério profético cessaram. Todos os profetas de Deus foram rejeitados e mortos (Mt 23.37). Por isso, o uso da frase "Eu profetizo" é totalmente incorreto.

A Bíblia ensina que a profecia não dependia do "EU" querer: "porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirado pelo Espírito Santo" (2Pe 1.21). É bom observarmos que os homens santos de Deus também não usaram essa frase; ao contrário, quando profetizaram, disseram: "Assim veio a mim a palavra do Senhor" (Jr 1.4); "Assim diz o Senhor" (Jr 2.5; Is 56.1; 66.1); "Ouví a palavra do Senhor" (Jr 2.4); "E veio a mim a palavra do Senhor (...) disse o Espírito Santo" (At 13.2); "Isto diz o Espírito Santo" (At 21.11); "Mas o Espírito expressamente diz" (1Tm 411). Em todos os casos, não aparece o "EU", aparece a pessoa Divina.

Pense bem: Como é que eu e você vamos profetizar bênçãos, sem que Deus tenha nos autorizado, em sua palavra, a Bíblia Sagrada? Como é que eu e você vamos profetizar, se, em nós mesmos, não há bênçãos para oferecermos, visto que a Palavra afirma que, em nossa natureza, não habita bem algum? Como é que eu e você vamos profetizar bênçãos em nosso nome, se a Bíblia afirma que toda boa dádiva, todo dom perfeito vem do alto, em quem não há mudança e nem sombra de variação?

Essa arrogância do "Eu te abençôo" deriva da falsa crença na "confissão positiva", que leva as pessoas a crerem em que há poder nas suas próprias palavras. Daí acharem que podem profetizar bênçãos a qualquer momento e a qualquer pessoa. A Bíblia condena essa falsa crença, pois somente Deus tem poder para abençoar.

Além de tudo isso, é estranho o fato de que as pessoas que vivem dizendo: "Eu profetizo" só "profetizem" bênçãos e mais bênçãos, sendo que, nas profecias bíblicas, o Espírito Santo inspirava os profetas a anunciarem bênçãos, castigos, catástrofes, juízos aos desobedientes à palavra de Deus, repreensão, etc. Não é estranho, hoje, as pessoas "profetizarem" somente bênçãos? Se Deus não muda, de onde está vindo a inspiração para essa gente "profetizar" ?

Outro fator a pensar é este: As pessoas que profetizam bênçãos não esclarecem que tipos de bênçãos. As profecias bíblicas sempre especificaram que tipo de bênção ou de juízo sobreviria ao povo. Mas, hoje, é só isto: "Eu te abençôo". É um procedimento totalmente fora da palavra de Deus.

"Tomar posse da bênção": Não encontramos o uso dessa expressão no Antigo e nem no Novo Testamento. É uma expressão de uso freqüente nas igrejas cujas reuniões têm como tema e propósito principal pregar e receber a prosperidade material, que eles reduzem a bênçãos. Os seus líderes não se preocupam com nutrir o rebanho com as verdades da palavra de Deus, que conduzem à salvação em Cristo Jesus (1Tm 3.14,15).

Essa frase surgiu para fortalecer a doutrina da "incubação de bênçãos". Como já vimos, neste texto, primeiramente a pessoa tem a "visualização positiva" da bênção desejada, isto é, concebe, em sua mente, o que ela quer receber, e, em seguida, é motivada a "tomar posse da bênção".

A "incubação de bênçãos", a "visualização positiva" e o uso do termo "tomar posse da bênção" são atitudes que substituem a fé operante e a atuação Divina, levando as pessoas a crerem em que tudo depende da força da mente e das palavras de poder pronunciadas por elas.

Comparando isso com o procedimento de Jesus e dos apóstolos, afirmamos que é errado usar o termo "Toma posse da bênção" como meio de termos as bênçãos Divinas concretizadas em nossa vida. Os discípulos de Jesus nunca cometeram esse tipo de equívoco, pois, em lugar de dizerem: "Toma posse da bênção", eles disseram: "se tu podes crer; tudo é possível ao que crê" (Mc 9.23); "Tende fé em Deus" (Mc 11.22); "grande é a tua fé!" (Mt 9.28); "Seja-vos feito segundo a vossa fé (Mt 9.23); "Em nome de Cristo, o nazareno, levanta-te e anda" (At 3.6). Assim, em vez de as bênçãos serem direcionadas para o homem, a palavra de Deus ensina as pessoas a direcionarem suas esperanças para Deus, através da fé.

Doutrinas heréticas têm ocupado a mente e o tempo de muitos cristãos. Elas não conduzem as pessoas a confiarem no sacrifício do Calvário, na cruz do Senhor, no sangue de Jesus, que nos purifica de todo o pecado, mas levam as pessoas a se envolverem com várias práticas estranhas a Palavra inspirada pelo Espírito Santo. Essas heresias são caracterizadas, na Bíblia, como o "outro evangelho" (Gl 1.8), chamado, pelo apóstolo Paulo, de anátema ou maldito.

Conhecendo a origem de algumas doutrinas, como, por que e para que surgiram, e somando isso aos esclarecimentos feitos à luz da Palavra de Deus, você deve pedir a Deus graça e sabedoria, para ensinar à igreja o caminho da luz e para conduzir os filhos de Deus dentro dos propósitos do evangelho da graça Divina, para que não se percam, mas tenham a vida eterna.

DEUS FILHO – JESUS CRISTO A ELE A GLÓRIA!!!!

escriba vilela e PIBL - CENTRO DE PESQUISAS CRISTÃS DA BAHIA
Enviado por escriba vilela em 09/05/2013
Código do texto: T4282167
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