Sim, a esperança existe e ela tem nome
+ Miguel Fenelon Câmara Filho*
O Padre Geovane Saraiva soube aliar à sua missão de sacerdote católico, a condição de cultor de nossas letras.
De sua mente dadivosa, têm saído artigos, que vem fazendo publicar em jornais, a maioria no “O Povo”, de Fortaleza de que é assíduo e apreciado colaborador, em algumas revistas e diversos sites.
Também se devem ao seu empenho de escritor, três biografias: do Cardeal Aloísio Lorscheider (A Ternura de um Pastor), e de Dom Helder Câmara (O Peregrino da Paz e Nascido Para as Coisas Maiores), que trouxeram rico conteúdo e válida reflexão aos leitores, ávidos de ensinamentos.
Bem sabe o nosso autor, que tem imenso poder a ação da comunicação social em qualquer de seus poderosos instrumentos.
Quanta coisa de bem ou de mal, avança sobre as pessoas, em qualquer espaço e tempo, suscitando o contato com ideias, propostas, fatos e acontecimento. E a nós, é-nos dado conhecer através de informações bem apresentadas, quais às preferências ao que se escreve, ao que se propaga e anuncia ou que se repete e se consagra nos filmes, nas peças teatrais, na programação das tevês ou simplesmente nas palavras que sucedem dia a dia.
Cada pessoa que se comunica, trás ao mundo, o segredo do seu mistério ou a razão de seu ofício ou apostolado.
Pena que haja muito esforço, nas mais variadas manifestações de pensamentos e ideologias, para deixar a herança do erro, do engano, do embuste, da falsa alegria, dos artifícios da maldade e da perversidade.
Sabemos que, confiantemente, os que se acham no deserto, no calor extenuante, procuram um poço de água, uma torrente miraculosa que faz jorrar a água salvadora.
E quantos se envolvem nos mais emaranhados caminhos em busca da paz! Lembro-me, faz muito tempo, que um notável jornalista, vitima de sucessivas desilusões escrevera um livro: “Eu não encontrei a paz”. E posteriormente, se lançara de encontro a um trem em alta velocidade!
Que remédio encontraríamos para deter a marcha deste invasivo drama? Quantos casos conhecemos e deploramos?!
Padre Geovane, na floresta de suas letras, deixa a trilha para a estrada real e o caminho da esperança, estampado em pessoas ou coisas, gestos ou atitudes, palavras e ações.
São os apelos da esperança a que nós chegamos de muitos modos, em variados tempos e circunstâncias.
Aquele jovem do capítulo 15 do Evangelho de Lucas, sabia, do fundo do seu aviltamento, que na casa de seu Pai, havia tranquilas condições de vida e uma interminável prática de carinho!
E Paulo de Tarso, repleto de ódio anticristão, descobriu nas areias de Damasco, a voz de alguém que era maior do que sua incontida fúria.
Sim, a esperança existe. E ela tem nome.
Atendendo ao chamado de Pe. Geovane Saraiva, nós seremos regiamente favorecidos com a razão e o nome de nossa esperança.
*Arcebispo Emérito de Teresina
25 de janeiro de 2011, festa da conversão de São Paulo
Por Geovane Saraiva:'
*Padre da Arquidiocese de Fortaleza, Escritor, Membro da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE), da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal.
Pároco de Santo Afonso