A misericórdia, exaltada na bondade divina

Padre Geovane Saraiva*

O inverno da vida humana deveria ser encarado e vislumbrado com um olhar de eternidade. É o por do sol que chega com seu silêncio e com sua melancolia, levando as pessoas a terem uma atitude retrospectiva. É o final desta vida que chega, com suas sombras e também com suas luzes e claridades. É o momento extremamente apropriado para exaltar a bondade divina e ao mesmo tempo implorar a misericórdia Deus, pelas contradições e tropeços, numa atitude de prestação de contas pessoais, de um modo antecipado.

Existe na pessoa humana uma semente divina, uma semente da eternidade, valendo mais pelo que é do que pelo o que tem. Ela é chamada por Deus à comunhão perpétua da incorruptível vida eterna, superior às coisas materiais, com coração, consciência e vontade (cf. GS).

O catecismo nos ensina que a criatura humana tem alma e corpo. Mas o que alma? E o que é corpo? Na obra prima da criação é o corpo humano imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1,26).

O homem é um ser espiritual, mas ao mesmo tempo, também é um ser material e corporal. Corpo e espírito não podem ser considerados como inimigos, ao contrário, encontram sua realização aqui na terra, no contato direto com o mundo. O corpo é um instrumento, no qual o homem percebe o pensamente que chega ao convívio no dia-a-dia do mundo e penetra em profundidade na intimidade da consciência.

Deus se revela à humanidade, com sua mensagem de amor e de perdão, restaurando-a e libertando-a das amarras da escravidão e todo tipo de mal. Certo de que Deus é sua meta e seu destino, a pessoa, unida numa só fé, neste caminhar de peregrino, sente e ao mesmo tempo, experimenta a força da graça de um Deus que é pai, irmão e amigo, enchendo-a de esperança.

Como é bom agradecer a Deus Nosso Senhor, no dizer do Salmista: “transformaste o meu pranto em uma festa, meus farrapos em adornos de alegria” (Sl 29,21). Que a pessoa humana saiba buscar tudo aquilo que serve e contribui para o seu engrandecimento. Á medida que o homem cresce e se desenvolve que sua obra e imagem, também cresçam e se desenvolva, na direção do absoluto, da perfeição. Amém!

*Padre da Arquidiocese de Fortaleza, Escritor, Membro da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE), da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal.

Pároco de Santo Afonso

Geovane Saraiva
Enviado por Geovane Saraiva em 18/04/2013
Código do texto: T4247322
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