Dois livros, duas personalidades

José Pereira Ramos, joseulina@oi.com.br

Coisa que eu sempre gostei de ganhar, foi livro. Considero-me um autodidata pelo bastante que já li, embora, não tanto como desejaria.

Na última viagem que fiz a Fortaleza, a amiga Maria Liara ofereceu-me um monte de livros, pelo que fiquei muito agradecido, mas, neste momento quero me referir a dois ofertados pelo amigo Pe. Geovane Saraiva, Pároco de Santo Afonso, naquela cidade, e que são de sua autoria: “Nascido Para as Coisas Maiores”, comemorativo do Centenário de Dom Helder Câmara.O outro é “A Ternura de um Pastor”, sobre Dom Aloísio, Cardeal Lorscheider.

Duas personalidades que deixaram seus nomes registrados de forma indelével na história eclesiástica do Brasil.

DOM HELDER: “Nascido para as coisas maiores, possuidor de uma força incansável, com muita alegria e esperança no coração, totalmente convertido a uma grande tarefa de construir o Reino, a utopia mais bela e maravilhosa, Dom Helder não se acostumou e não achou normal e nem natural a miséria, porque ela fere o rosto de Deus e contraria Sua vontade. Decide com muita obstinação e a ternura do “bom pastor”, levantar firmemente a voz e lutar, com o desejo de derrotá-la.”

O padre Geovane quase consegue em um só parágrafo, resumir a história brilhante de quem, fiel a Deus, não teve medo de enfrentar os que se consideravam poderosos.

Muito teríamos que escrever sobre esse livro, porém, não me compete ficar aqui copilando textos e sim relembrando o quanto Dom Helder fez pela nossa Igreja e pelo nosso povo. Nordestino corajoso, nunca teve medo de defender sua forma de pensar, dentro do Evangelho e do amor pregado por Jesus Cristo.

Fundador da CNBB, Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Porta voz do Episcopado Brasileiro durante o Concilio Vaticano II, Arcebispo de Recife e Olinda, escreveu a sua história sempre defendendo os injustiçados.

CARDEAL LORSCHEIDER - Difícil destacar um texto do autor sobre tão grande personalidade. Escolhi: “Homem do diálogo, Dom Aloísio indicava essa prática como método aplicável à abordagem de todos os problemas, mesmo os mais embaraçosos”.Transcreve o autor um pronunciamento de Dom Edmilson da Cruz, atual Bispo Emérito de Limoeiro do Norte. Depois de relacionar as qualidades de Dom Aloísio como poliglota e tantos cargos exercidos na CNBB e no CELAM, dá exemplos de humildade do Cardeal: “Quem por acaso viu alguma vez Dom Aloísio irritado? Quem não recebeu dele um incentivo para o bom desempenho de um cargo? Quem foi por ele constrangido a assumir algum trabalho? Quando foi que se viu Dom Aloísio fazer alusão a merecimento próprio, seu, pessoal, ou citar seus grandes feitos ou iniciativas?”

É o espaço muito curto para tecer maiores comentários sobre tão grandes figuras do nosso Episcopado.Registro o fato para agradecer ao amigo padre Geovane, pela coragem em editar livros que testemunham a passagem pelo nosso mundo, de figuras tão exponenciais. Prossiga na sua missão de levar Jesus ao coração do Povo de Deus, apresentando testemunhos dos Santos do nosso tempo.

Colocado por Geovane Saraiva:

*Padre da Arquidiocese de Fortaleza, Escritor, Membro da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE), da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal.

Pároco de Santo Afonso - geovanesaraiva@gmail.com

Geovane Saraiva
Enviado por Geovane Saraiva em 17/04/2013
Código do texto: T4245193
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