Charles de Foucauld, uma vida só para Deus

Padre Geovane Saraiva*

No dia 1º dezembro de 1916 morreu Charles de Foucauld, o ex-oficial do exército francês, vítima de um assalto, em plena primeira guerra mundial. Ele foi um homem profundamente marcado pela graça divina, uma vez convertido, procurando viver exclusivamente para Deus, a ponto de afirmar: “Quando passei a acreditar que havia um Deus, logo compreendi que nada mais podia fazer, senão viver e viver só para Ele”. O seu encontro com Deus deu-se em outubro de 1886 na Igreja de Santo Agostinho, quando Padre Huvelin convida-o numa palavra segura, a ajoelhar-se e confessar seus pecados; recebendo em seguida a santa comunhão. A partir daquele dia começou uma nova vida.

De tal modo que nasce e m si a vocação para a vida religiosa, depois de uma peregrinação à Terra Santa, no final de l888, foi atraído a fazer o seguimento de Jesus de Nazaré, ocasião em que lhe foi revelada a sua vocação: seguir e imitar Jesus na sua vida oculta de Nazaré, vivendo sete anos com os Trapistas, primeiro em Nossa Senhora das Neves, França, e depois em Akbès, na Síria.

Charles de Foucauld vai mais longe do desejo de imitar e seguir os passos de Jesus de Nazaré, deixando a vida monástica e indo morar em Nazaré, abrigando-se em uma cabana à beira do convento das irmãs Clarissas, vivendo a vida de eremita, na oração, na pobreza e na busca da vontade de Deus.

Ao fim de três anos, o Irmão Charles de Foucauld, no enorme seu desejo de imitar Nosso Senhor Jesus Cristo, numa rica e profunda experiência, totalmente aberta e universal, quer ser Sacerdote, quer ser Padre. Uma vez habilitado, foi ordenado sacerdote com 43 anos de idade, na Diocese de Viviers, na frança, aos 09 de junho 1901.

Charles de Foucauld quer irradiar a caridade divina e levar a Eucaristia aos pobres das regiões não evangelizadas no Deserto do Saara, obtendo a licença para ir ao lugar argelino desejado, primeiro em Beni-Abbés , pobre no meio dos pobres, e depois em Tamanrasset com os Tuaregues de Hoggar. Lá se tornou amigo e irmão de todos, proclamando e falando bem alto o Evangelho com a própria vida.

A vida e o martírio do Bem Aventurado Charles de Foucauld produziu muitos e abundantes frutos. Surgiram inúmeras Famílias e Associações Religiosas, que chamados (as), a exemplo do Bem Aventurado Charles Foucauld, ao anunciar o Evangelho, com a própria vida, vivendo uma mística tão profunda, alimentando-se da Eucaristia, do Evangelho da cruz, da busca do último lugar e também da conversão permanente, tudo traduzido no serviço aos irmãos, os empobrecidos.

Essa gente maravilhosa tem Charles de Foucauld como irmão e guia e nunca se esquece da esperança que ele encarnou, de que “Jesus Cristo deve ser e permanecer o verdadeiro centro da nossa vida. Meu Pai, a vós me abandona: fazei de mim o que quiserdes! O que de mim fizerdes, eu vos agradeço”.

No dia 13 de novembro de 2005 ele foi beatificado pelo Papa Bento XVI. Que o fascínio e o testemunho desse homem, marcado pela graça de Deus, continue a produzir muitos frutos e que seus seguidores saibam sempre mais irradiar a caridade divina, a exemplo do irmão Carlos, a gritar o Evangelho com a própria vida.

*Padre da Arquidiocese de Fortaleza, Escritor, Membro da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE), da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza e vice-presidente da Previdência Sacerdotal.

Pároco de Santo Afonso

Geovane Saraiva
Enviado por Geovane Saraiva em 09/04/2013
Reeditado em 10/04/2013
Código do texto: T4232109
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