A mística na Bíblia segundo Swedenborg

A mística na Bíblia segundo Swedenborg

Swedenborg foi o primeiro médium da idade moderna, ficando famoso por prever um incêndio que ocorreria a 400 km de onde estava. Também sabia 8 idiomas e era contra a leitura literal da Bíblia, o que eu também tentei fazer nesse site que agora divulgo presente artigo. Ele acreditava que a salvação do homem não vinha por reencarnação, mas sim por regeneração, e que Jesus Cristo é Deus. E para a regeneração é necessário o intelecto. E sua doutrina está em sintonia com o Verbo, aparentando espécie de cabala. Afirma que conviveu e dialogou com espíritos, e os diferencia dos anjos.

Obre interessante desse autor é Arcana Cælestia, onde comenta o texto do Gênesis. No livro que pesquisei, há também o Apocalipsis Revelata, onde comenta o livro da Revelação. Fato é que sua hermenêutica gira em torno do Verbo e da regeneração do homem, pelo que ensinou Cristo. Também o que interessa pra ele é a Igreja Nova, em contraste a Igreja Antiga, o que seria simbolizado pela Nova Jerusalém.

Sobre o Apocalipse, Swedenborg é claro que nada tem a ver com coisas e governos do mundo, mas se refere ao céu e assuntos espirituais. Então contrasta bem com doutrinas que vemos divulgadas em igrejas norteamericanas e mesmo com linha protestante, apesar do autor ser praticamente uma grande influência junto com Lutero, para essa linha. Para ele as Bestas não são mais que doutrinas mal interpretadas do cristianismo, como as heresias e mesmo seitas. A simbologia toda gira em torno da velha Igreja e da nova, e do homem pecador e do regenerado. Seria o que martinistas chamam de o Novo Homem. Então, após a queda o homem estaria salvo pela Igreja de Cristo. O dragão é a Igreja anterior a Cristo.

Já no que se refere ao Gênesis, fica claro que o autor entende os 6 dias da Criação como uma regeneração do homem pelo Novo Adão, que é Jesus, e assim o homem não atingiu ainda esses seis graus de seu desenvolvimento. Os segredos do desenvolvimento seriam o amor, a fé e a caridade. De certo modo traduz bem o modus operandi cristão. A diferença de espíritos e anjos, é que espíritos fazem a comunicação com mundo espiritual, e anjos fazem a comunicação com o céu. E anjos seguem quase que exclusivamente a vontade de Deus, através de suas leis.

Cabe por fim observar que esse místico, teólogo, cientista e inventor, isso sem falar em seus cargos acadêmicos, foi grande expoente do pensamento e que por algum esquecimento não é trazido com tanta relevância à história. Lutero ficou com todo o mérito. Livre pensador e místico da experiência, se diferencia de meros interpretadores da Bíblia, uma vez que tinha contato com espíritos e anjos, isso sem falar na cultura de sua época, muito mais voltada para a espiritualidade que a atual. Sua hermenêutica deve ser lembrada, e parece que em muito influiu no pensamento cristão, seja de linha protestante, ou até mesmo diversas outras.