Rainha dos Apóstolos
O Messias é carne de minha carne e sangue do meu sangue, gerado pelo Espírito Santo em meu seio virginal. Somente Maria Santíssima pôde proclamar essa verdade, como Verdade Definitiva (cf. Lc 2,1-21), e a Igreja a confirmou (cf. LG, Cap. VIII); pois foi por essa verdade que toda a humanidade conheceu Deus pessoalmente, por meio do seu Filho, Jesus Cristo. Assim, pelo sim de Maria, o Verbo se fez Carne e habitou no meio de nós; fundou a Igreja, seu Corpo Místico, sob os apóstolos e sua Mãe, presentes no dia de Pentecostes quando o Espírito Santo foi enviado de sua parte, conforme prometera. Desse modo, Maria é a mãe da Igreja, mãe dos apóstolos e de todos os filhos da Igreja que nasceram do Sacramento do batismo.
Ora, no Evangelho de São João, antes de sua morte, Jesus já havia anunciado essa verdade que se cumpriu em Pentecostes:”Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: 'Mulher, eis aí teu filho'. Depois disse ao discípulo: 'Eis aí tua mãe'. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa”. (Jo 19,25-27). Portanto, Jesus é o soberano do céu e da terra e Maria, sua mãe, é a Rainha, não somente dos apóstolos, mas também de todos os filhos e filhas de Deus, participantes do Reino dos Céus.
Rainha dos Mártires
A grandeza dos mártires se encontra no seu testemunho de sangue, pois são capazes da dá a vida pela causa que defendem, por isso, não temem a morte, porque sabem que sairão vitoriosos dessa batalha espiritual, por sua total doação a Deus. Maria Santíssima, em seu martírio de dor, sofreu o martírio com seu Filho, Jesus, oferecendo-o ao Pai em expiação pelos nossos pecados. Todos os mártires têm no martírio de Jesus e de Maria o seu fundamento; porque ser mártir não é uma simples decisão pessoal, mas é uma escolha divina que lhes dá a honra de imitar perfeitamente Jesus Cristo em sua morte de cruz.
O Reino de Deus é também Reino dos Mártires, e Jesus, por ser o Rei dos Mártires, nos deu sua Mãe, mártir consigo em seu suplício de dor, para ser a Rainha de todos os que dão a vida pela causa do Reino; nesse sentido, todo aquele que se entrega a Deus sofre com Jesus e Maria, o martírio da fé, pois renunciam a si mesmos para carregar sua cruz com Jesus. Eis o que escreveu São Paulo na Carta aos Romanos:”Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte?” (Rom 6,3). Assim, o batismo nos torna mártires da fé por seguirmos o mesmo propósito de Jesus e de sua Mãe santíssima, a obediência perfeita à Vontade do Pai.
Rainha dos Confessores
Confessar a fé é dizer com suas palavras e confirmar com sua vida que Jesus Cristo é o Senhor, a quem ama, adora e serve publicamente sem receio algum nesse seu seguimento. O testemunho mais perfeito da união com Jesus e do seu seguimento o deu Maria Santíssima, pois, é isso que ela nos ensina, quando disse:”Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”. (Lc 1,38). E ainda:”Fazei o que ele vos disser”. (Jo 2,5). No tempo dos mártires de sangue, estes eram chamados confessores, porque eram martirizados por confessarem a fé em Jesus Cristo publicamente e morrerem por ela; hoje, tempo dos mártires da fé, são confessores todos os que confessam sua fé em Jesus Cristo, quer por palavras quer por obras; pois não baste dizer que Jesus é o Senhor, mas é preciso também apresentar as virtudes eternas que nos levam a permanecer nele pela santidade de vida. Maria santíssima é a Rainha dos confessores, porque confessou ardentemente por sua vida e palavras que seu Filho amado é o Emanuel, Deus conosco, Senhor do Céu e da terra; e com isso, tornou-se modelo de perfeição para todos os que confessam que Jesus Cristo é o Senhor, que vive e reina para sempre. Amém!
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria,OFMConv.