Homilia Pe. Ângelo Busnardo- A Ceia do Senhor.

A CEIA DO SENHOR

28 / 03 /2013

Ex.12,1-8.11-14 / 1Cor.11,23-26 / Jo.13,1-15

Deus criou o ser humano livre do sofrimento e da morte, mas avisou Adão que, se pecasse, seria submetido ao sofrimento e à morte: 15 O Senhor Deus tomou o homem e o colocou no jardim de Éden para o cultivar e guardar. 16 O Senhor Deus deu ao homem uma ordem, dizendo: “Podes comer de todas as árvores do jardim. 17 Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não deves comer, porque no dia em que o fizeres serás condenado a morrer” (Gn.2,15-17). A morte foi criada por Deus para castigar toda a humanidade por causa do pecado e não arrependimento do primeiro casal.

Antes do pecado de Adão e Eva a carne não era usada como alimento pelos seres humanos e nem pelos animais: 29 Deus disse: “Eis que vos dou toda erva de semente, que existe sobre toda a face da terra, e toda árvore que produz fruto com semente, para vos servirem de alimento. 30 E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todos os seres vivos que rastejam sobre a terra, eu lhes dou todos os vegetais para alimento”. E assim se fez (Gn.1,29-30). Antes do pecado, os seres humanos se alimentavam de sementes e frutas e os animais se alimentavam com as folhas.

Com a entrada do pecado no mundo, os seres humanos começaram a comer carne e parte dos animais também só conseguem sobreviver comendo a carne de outros animais. Portanto, é necessário que um morra para que outro possa viver. A carne de animais usada para alimentar os homens passou a ser usada também para agradar a Deus: 3 Aconteceu, tempos depois, que Caim apresentou ao Senhor frutos da terra como oferta. 4 Abel, por sua vez, ofereceu os primeiros cordeirinhos e a gordura das ovelhas. E o Senhor olhou para Abel e sua oferta (Gn.4,3-4). Assim a morte foi usada para prestar culto a Deus. A morte de animais, porém, não conseguiu libertar o homem dos seus pecados.

Antes da saída do Egito, Deus, através de Moisés, mandou todas as famílias matarem um cordeiro e, em vez de queimá-lo, comer a carne, queimando somente o que sobrasse. Neste sacrifício o sangue também devia ser usado para pintar os batentes da porta da casa para evitar a morte do primogênito: 7 Tomarão um pouco do sangue e untarão a moldura da porta das casas onde comerem (Ex.12,7). A carne e o sangue de um cordeiro morto se tornaram vida para o primogênito.

O objetivo da ceia dos judeus no Egito era libertar-se da escravidão dos Egípcios e conquistar a terra de Canaã, que se só se tornariam possíveis com a travessia do deserto. A ceia representava apenas o primeiro passo de uma caminhada sujeita a grandes sacrifícios e imprevistos. A carne e o sangue de um animal serviram apenas para alcançar um objetivo material. Mas a vida do homem não termina com a morte. É necessário recuperar a capacidade de voltar para a casa do Pai.

Para recuperar a liberdade política, a carne e o sangue de um cordeiro foram suficientes. Para libertar a humanidade do pecado, eram necessários a carne e o sangue de Deus. Portanto, o sangue e a carne do cordeiro eram apenas o anúncio do sacramento da Eucaristia que Jesus instituiu na última ceia com os apóstolos.

Após comer a carne do cordeiro no Egito, Israel precisou suportar quarenta anos de privações e sofrimento no deserto para alcançar a terra de Canaã. Após alimentar-se com o corpo e o sangue de Jesus, quem quiser salvar-se precisará observar com fidelidade tudo aquilo que Jesus ensinou até o fim da vida.

A maioria dos Israelitas não se manteve fiel e todos aqueles que saíram do Egito com mais de vinte anos, exceto Josué e Caleb, morreram antes de entrar na terra prometida: A cólera do Senhor inflamou-se naquele dia e jurou, dizendo: 11 Nenhum dos homens que saíram do Egito com mais de vinte anos, verá a terra que prometi a Abraão, Isaac e Jacó, por não me terem seguido fielmente, 12 exceto Caleb filho de Jefoné, o cenezeu, e Josué filho de Nun, que seguiram fielmente o Senhor (Nm.32,10-12).

Jesus tem poder para salvar a todos e a Eucaristia está à disposição de todos. Mas todos aqueles que não recebem a Eucaristia e todos aqueles que a recebem em pecado mortal se condenarão: Assim, pois, quem come o pão ou bebe o cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor. 28 Examine-se, pois, o homem a si mesmo e então coma do pão e beba do cálice; 29 pois aquele que, sem discernir o corpo [do Senhor], come e bebe, come e bebe sua própria condenação (1Cor.11,27-29).

Quem nega a presença de Jesus na numa hóstia consagrada recusa a própria salvação e quem consome a carne e o sangue de Jesus em pecado mortal consome a própria condenação. Muitos se condenarão por não ter acreditado na presença real de Jesus na Eucaristia outros se condenarão por tê-la recebido em pecado mortal.

Morrendo na cruz, Jesus derramou o sangue divino na terra e produziu os méritos infinitos com os quais todos podem se salvar. Para salvar uma pessoa os méritos de Jesus devem ser trazidos para dentro da pessoa em questão. Através do sacramento da Eucaristia, o corpo, o sangue, a alma e a divindade de Jesus entram na pessoa que comunga e assim os méritos que Jesus produziu derramando o seu sangue na terra são trazidos para dentro da pessoa.

A missa é um sacrifício. O sacrifício implica a morte de alguém. Quem comunga engole Jesus vivo, corpo, sangue, alma e divindade. Uma hóstia consagrada é Jesus, apesar de conservar a forma de pão. Quando o sistema digestivo da pessoa que comunga destrói a forma de pão é a morte de Jesus. Se numa missa ninguém comungasse, nem mesmo o padre, não seria um sacrifício porque não haveria a morte do cordeiro de Deus.

Código : 5fsant15

Ângelo José Busnardo

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Pe. Ângelo Busnardo.
Enviado por Joanne em 25/03/2013
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