Hóstia Viva de Cristo

Padre Geovane Saraiva*

Neste dia 10 de agosto a Igreja comemora São Lourenço, glorioso mártir do século III. Diácono é aquele que serve e o faz com alegria. Assim foi a vida do Diácono Lourenço, que recebeu a missão de cuidar dos pobres. Os pobres eram considerados para ele como o verdadeiro tesouro da Igreja. “Eis meus tesouros, disse ele diante do Imperador”. Via neles o próprio Cristo. Sua vida foi uma entrega de si mesmo, testemunhando sua fé e vivendo-a em profundidade, nos pobres.

Lourenço foi martirizado na perseguição do Imperador Valeriano, ao mandar confiscar todos os lugares de culto e os cemitérios dos cristãos e punir com o exílio ou a morte seus dirigentes. Seu corpo totalmente queimado foi levado como se fosse uma vitória e sepultado no cemitério dos cristãos, onde surgiu a célebre Basílica em sua dedicação.

O corpo de Lourenço, depois de despido, foi colocado sobre uma grelha. Após algum tempo, na dor e no sofrimento, ele ainda foi capaz de dizer ao juiz, com um sorriso nos lábios: “Se quiser, poderei me virar, porque deste lado já estou assado”. É como disse Jesus: “O grão de trigo que cair na terra e morrer, produzirá fruto” (Jo 12,24). A imagem da semente é para falar do caminho de morte, no qual o Filho de Deus iria passar. Ele é como o grão de trigo, que é enterrado e morre. Ao morrer produz muitos frutos.

O Diácono Lourenço, na sua firmeza de fé e pela força da oração, dizia: “Minha noite não conhece escuridão, tudo nela resplandece como luz”. E dizia mais: “Que grande alegria eu ter merecido ser hóstia de Cristo! Dou-vos graças, Senhor, pois me deste em vossa morada entrar”.

São Lourenço, homem que brilhou pela fidelidade, no serviço de Deus e pela glória do martírio, nos inspire a fim de que nos tornemos mais conscientes da nossa missão aqui na terra. Ao mesmo tempo, que Deus nos dê a invencível força profética, para que vençamos os desafios próprios da vida, na certeza de que somos chamados à generosidade, na renúncia e na doação, a exemplo do Diácono Lourenço.

*Padre da Arquidiocese de Fortaleza, escritor, Membro da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE), da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza e vice-presidente da Previdência Sacerdotal

Pároco de Santo Afonso

geovanesaraiva@gmail.com

Autor dos livros:

“O peregrino da Paz” e “Nascido Para as Coisas Maiores” (centenário de Dom Helder Câmara);

“A Ternura de um Pastor” - 2ª Edição (homenagem ao Cardeal Lorscheider);

“A Esperança Tem Nome” (espiritualidade e compromisso);

"Dom Helder: sonhos e utopias" (o pastor dos empobrecidos).

Geovane Saraiva
Enviado por Geovane Saraiva em 13/03/2013
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