Dá-me, Senhor, por amor de teu nome enxergar as tuas criaturas como Tu as enxergas...
Pois, o que eu vejo nelas? Com que olhar, olho as tuas criaturas, os acontecimentos e tudo ao meu redor? E, qual a influência de tudo isso em minha vida? O que preciso para enxergar a essência das pessoas e das cosias com quem me relaciono? Será que preciso dá mais tempo para isto? Será que é preciso a mudança dos outros ou dos acontecimentos ou ainda minha própria mudança, para que eu atingir o âmago de tudo e de todos? Ó Senhor, são tantas perguntas e tão poucas respostas que penso: creio que estou errando o alvo onde devo mirar, para encontrar as respostas que tanto desejo.
Lançar só um olhar não é suficiente, porque muitos enxergam somente o que querem enxergar, ou o que lhes agrada aos olhos. Talvez seja pela curiosidade, ou quem sabe por interesses pessoais, ou ainda porque buscam novidades. O fato é que, “o essencial é oculto aos olhos”. Como seria bom que o nosso olhar fosse sempre um olhar de misericórdia, cheio de bondade ou quem sabe um olhar de fé, de compreensão, de sabedoria, etc...
Ao que parece, quando olhamos os outros e não temos familiaridade com eles, enxergamos uma ameaça ou alguém que quer tirar nossa liberdade ou mesmo nos importunar. Ou será por que não queremos nos comprometer? Realmente, precisamos ficar atentos, porque muitas vezes o que vemos e ouvimos atentamente nos leva a enxergar o que nossa miopia espiritual teima em não querer ver.
“Vinde e vede”, é o convite do Senhor à vida comunitária, à comunhão fraterna. De fato, nossa experiência existencial nos diz que precisamos conhecer melhor para nos relacionar melhor, principalmente aquilo que o amor nos ensina. A visão de Deus em nossa vida se dá pela obediência, que significa para nós amor e fidelidade aos seus mandamentos. Quando temos familiaridade com o Senhor, agimos a partir de sua vontade em nossa vida, porque tudo o que Deus nos ensina é agradável e nos faz bem. E para que isso aconteça, Deus nos deu o dom da oração como a maneira mais fácil de termos familiaridade com Ele, pois a oração é para a nossa alma, olhos, ouvidos e boca. Por Ela, falamos com o Senhor, ouvimos sua vontade e contemplamos sua glória.
O que ou quem você encontra em sua oração? Com efeito, a experiência de Deus é permanente nós é que a interrompemos com nossas desventuras e infortúnios. Olhar o Sagrado com os olhos de nossa alma pela oração é contemplar a Deus e participar de suas maravilhas diretamente, pois a maior alegria da alma é ver a Deus face a face e permanecer imersa Nele. Assim, posso dizer em minha oração: Senhor, quando olho para Ti, não me falta nada, porque em Ti tenho tudo.
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria, OFMConv.