A igreja e os crimes de pedofilia de seus pastores
 
           Tenho por vocação ser advogado do diabo, ou seja, sempre olhar por um ângulo um determinado assunto, que vai contra o pensamento da maioria.
 
Hoje gostaria de abordar a atitude da igreja em relação ao crime de pedofilia de seus pastores. Antes de entrar no tema propriamente dito, quero exemplificar fazendo uma reflexão de como os pais reagem diante os erros dos filhos.
 
Quando um filho comete um erro ou um crime, a primeira atitude dos pais é ouvirem a versão de seu filho. No primeiro momento, o pai não condena o filho, pelo contrário, dá apoio, mas deseja que a verdade venha à tona e assim, a partir dos fatos elucidados contra a versão do filho, o pai toma uma posição de aceitar a condenação, mas não deixa de amá-lo.
 
Pois bem, a igreja é uma entidade espiritual, cujo seu objetivo principal é anunciar o amor de Deus aos homens e fomentar o amor, o perdão entre irmãos e jamais fazer pré-julgamento. Portanto, o exemplo primeiro da igreja deve ser praticar o que ela anuncia. Como então, a partir de um fato, sem esclarecimento ainda, a igreja vai abandonar um filho no sacerdócio que supostamente cometeu um crime? Que exemplo, ela estaria dando, ao ser noticiado de primeira mão um crime de um de seus membros ela já excluir e condena-lo sem as devidas provas? Se ela agir desta maneira, certamente, está indo contra sua própria missão que é o anuncio, o amor.
 
Quando um de seus membros é indiciado por algum tipo de crime a primeira ação da igreja e afasta-lo do ministério e dar a ele todo apoio espiritual, mas também que a justiça cumpra seu papel e caso de fato ele seja culpado a igreja toma a posição quanto às penalidades cabíveis a ela.
 
Qual seria a atitude de Jesus diante a denuncia de um de seus discípulos? Agiria preconceituosamente, expulsando-o para  agradar a mídia? Ou para agradar as pessoas? Ou afastaria este discípulo do seu ministério até que a apuração fosse completada?
 
Enfim, a igreja não é conivente com os erros de seus membros, não é morosa nas suas atitudes, apenas é sabia para não cometer injustiça. Ela não quer cometer injustiça com nenhum de suas ovelhas e também com nenhum seus membros (clero e bispos, cardeais, etc). Ela não prejulga. Ela age como um pai agiria diante um erro de seu filho. Muitas vezes, é este amor que não é entendido por aqueles que não compreendem o verdadeiro sentido do amor.
 
Ninguém deve ser a favor, ser conivente com o erro, com o crime. Pessoas que cometem crimes devem pagar por eles e através das penalidades aprenderem e não mais voltarem a comete-los, porém, como o próprio Jesus nos ensinou, Deus detesta o pecado, mas ama o pecador. Da mesma forma que nós, desejamos que nossos filhos paguem pelos seus erros, porém, jamais deixamos de amá-los mesmo errando.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 27/02/2013
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