Homilia Pe. Ângelo Busnardo- II Domingo da Quaresma.

II DOMINGO DA QUARESMA

24 /02 / 2013

Gn.15,5-12.17-18 / Fl.3,17-4,1 / Lc.9,28b-36

A humanidade se separou de Deus pelo pecado de Adão e Eva. Se não tivesse havido separação entre o Criador e sua criatura, não teria havido necessidade de alianças, porque duas pessoas ou duas entidades que estão unidas já estão aliadas. Como houve a separação, para recuperar a sua criatura, Deus fez sucessivas alianças:

1. A primeira aliança foi feita com Noé após o dilúvio: 8 Deus disse a Noé e a seus filhos: 9 “De minha parte, vou estabelecer minha aliança convosco e com vossa descendência (Gn.9,8-9). Nesta ocasião, Deus fez aliança com a família de Noé, mas era, ao mesmo tempo, aliança com toda a humanidade, porque a família de Noé foi a única que sobreviveu no dilúvio.

2. Como os descendentes de Noé se perverteram, Deus fez aliança com Abraão e sua família: 18 Naquele dia o Senhor fez aliança com Abrão, dizendo: “A teus descendentes dou esta terra, desde a Torrente do Egito até o grande rio, o Eufrates (Gn.15,18. Deus assumiu compromisso com Abraão e seus descendentes sem exterminar o resto da humanidade.

Durante a travessia do deserto, Deus fez uma aliança coletiva com todos os judeus que acompanharam Moisés para a terra de Canaã: 4 Então Moisés escreveu todas as palavras do Senhor . Levantando-se na manhã seguinte, ergueu ao pé da montanha um altar e doze marcos de pedra, segundo as doze tribos de Israel. 5 Mandou alguns jovens israelitas para oferecerem holocaustos e imolarem touros como sacrifícios pacíficos ao Senhor. 6 Moisés pegou a metade do sangue e pôs em vasilhas, e derramou a outra metade sobre o altar. 7 Pegou depois o documento da aliança, e o leu em voz alta ao povo, que respondeu: “Faremos tudo o que o Senhor falou e obedeceremos”. 8 Moisés pegou o sangue e aspergiu com ele o povo, dizendo: “Este é o sangue da aliança que o Senhor faz conosco, referente a todas estas palavras” (Ex.24,4-8).

A aliança feita no deserto através de Moisés foi mantida até à última ceia quando Jesus instituiu a Eucaristia selando a aliança definitiva através do seu sangue. O profeta Jeremias tinha previsto que a aliança feita no deserto, futuramente, seria substituída: 31 Eis que virão dias – oráculo do Senhor – em que selarei com a casa de Israel e a casa de Judá uma aliança nova. 32 Não como a aliança que selei com seus pais no dia em que os tomei pela mão para fazê-los sair do Egito, aliança que eles mesmos romperam, embora eu fosse o seu senhor – oráculo do Senhor! (Jr.31,31-32).

Na instituição da Eucaristia, ao selar a aliança definitiva, Jesus fez uma alusão à profecia de Jeremias: 19 E tomando um pão, deu graças, partiu-o e deu-lhes dizendo: “Isto é o meu corpo, que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim”. 20 Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou o cálice, dizendo: “Este cálice é a nova aliança em meu sangue, derramado por vós. (Lc.22,19-20).

Atualmente está em vigor a aliança selada por Jesus na última ceia. Quem não estiver unido a Deus através da recepção da Eucaristia em estado de graça, está separado de Deus e, se assim morrer, se condenará: 17 Irmãos, sede meus imitadores e olhai para quem vive segundo o modelo que vos demos. 18 Pois há muitos por aí, de quem repetidas vezes vos tenho falado, e agora entre lágrimas vos digo, que se comportam como inimigos da cruz de Cristo. 19 O fim deles é a perdição, seu deus é o ventre. Para eles a ignomínia é causa de orgulho e só têm o coração no que é terreno (Fl.3,17-19).

É necessário fazer a aliança com Deus através da Eucaristia e permanecer fiel até à morte. São Paulo, constatando que parte dos membros da comunidade dos filipenses tinha abandonado a fé e voltado para o paganismo, os advertiu entre lágrimas que seriam condenados.

Hoje a Igreja irresponsavelmente distribui sacramentos sem se preocupar com a prática religiosa. As pessoas que procuram sacramentos sem ter algum compromisso com Deus caem na ilusão que se salvarão somente por ter aderido formalmente à Igreja fundada por Jesus. Ao morrer constarão que foram enganados por eclesiásticos irresponsáveis.

Jesus se encarnou para salvar-nos. Para nos salvar, Jesus precisou passar pelo sofrimento e pela morte. Mas Ele não veio para permanecer no sofrimento e na morte. Por isto, através da transfiguração, mostrou a três apóstolos como Ele seria após o sofrimento e a morte na cruz: 28 Cerca de oito dias depois desses discursos, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e subiu ao monte para orar. 29 Enquanto orava, seu rosto mudou de aparência, suas vestes ficaram brancas e resplandecentes (Lc.9,28-29). Hoje Jesus, no céu, está sendo contemplado pelos anjos e pelas almas salvas com um corpo brilhante, revestido de glória, igual a aquele que Pedro, João e André viram na transfiguração.

Vendo o corpo de Jesus e de Maria gloriosos, as almas que estão no céu podem prever como será o corpo que elas mesmas receberão, no último dia, quando ressuscitarão.

Código : domin828

Ângelo José Busnardo

e-mail : ajbusnardo@gmail.com

Pe. Ângelo Busnardo.
Enviado por Joanne em 20/02/2013
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