A volta do Messias
A igreja se faz de pessoas, e as pessoas erram, mentem, e ferem. Sei de muitos que se "escondem" nela para dar satisfação à sociedade, querendo parecer diferentes do que realmente são. Outros, ainda, erram até dizer chega e pensam que são santos porque carregam debaixo do braço uma Bíblia. Não ir à missa todos os domingos não me faz pior que ninguém, prefiro estar em dia comigo, com meus atos e minha fé. O que tenho ensinado às minhas filhas é o respeito ao outro, não impondo nada de qualquer igreja ou religião.
Esses dias ouvi um dos meus professores falando algo inquietante sobre o fato de a humanidade precisar de um Messias para se salvar, quando o ideal mesmo seria que pudéssemos dispensá-lo. É uma reflexão que mexe comigo porque é isso que acontece: o mal existe, e ele quer salvação. E, para muitos, é como se a igreja ou a religião por si só, fosse o bastante para nos salvar.
Agora, o mundo voltado para a renúncia do Papa, e eu perdida, sem entender que representação tem um acontecimento desses a essas alturas. Fiz algumas buscas, mas a internet é um perigo, cada um escreve a partir da sua concepção: alguém que queira detonar com a Igreja Católica, vai expor até o inexistente para sugerir que o ato da renúncia tem relação com política, dinheiro e poder; se for o pessoal católico, a coisa se voltará para o sentido da pureza, em que se exalta a atitude do Pontífice em reconhecer que está cansado.
E o que eu acho de tudo isso? Não sei. Escrevi para vomitar o incômodo diante de tanta gente esperando algo dar errado pra montar em cima e festejar. Se o que diz o Papa é verdade ou não, pouco me importa, sinto-me parte dessa “podridão” em que um aponta o dedo para o outro e, por fim, ninguém é bom.