SÉRIE MEDITAÇÕES
COMO DEVO ME COMPORTAR DIANTE DO SENHOR NA SANTA MISSA?
“Os fariseus perguntaram um dia a Jesus quando viria o Reino de Deus. Respondeu-lhes: O Reino de Deus não virá de um modo ostensivo. Nem se dirá: Ei-lo aqui; ou: Ei-lo ali. Pois o Reino de Deus já está no meio de vós”. (Lc 17,20-21). De fato, o Reino de Deus já está no meio de nós e sua parte visível no mundo é a Santa Igreja, constituída por Cristo e seus legítimos representantes na pessoa do Santo Padre, dos bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas e todo o Povo de Deus.
É na Igreja que renascem para a vida eterna os filhos e filhas de Deus, pelo santo batismo; nela se encontra também todos os outros sacramentos que comunicam a graça santificante para que o homem novo, gerado pelo Espírito Santo, possa viver conforme as virtudes eternas que lhes são comunicadas pelo Senhor nesses mesmos sacramentos. Desse modo, a Igreja é o Corpo de Cristo, do qual Ele é a Cabeça e nós somos os seus membros (cf. Col 1,18). Por isso, é Jesus mesmo quem conduz a Sua Igreja por meio do Espírito Santo agindo nos seus legítimos representantes (cf. Mt 16,15-19;28,18-20).
Um dos últimos atos de Jesus neste mundo, nós meditamos quando rezamos o terço no quinto mistério luminoso, que foi a instituição da Eucaristia, do sacerdócio e da santa missa (Mt 26,26-29; 1Cor 11,23-26). Na celebração da Santa Missa o sacerdote repete o único e perfeito sacrifício da nossa redenção, para fazermos memória do Crucificado como Ele mesmo nos mandou: “Fazei isto em memória de mim”. (cf. Mt 26,26-29). Ora, por esse Sacrifício de Amor somos purificados de todos os pecados e libertados de todos os males, por isso, é inestimável o valor sacrifical da Santa Missa. Pois Jesus, ao derramar seu preciosíssimo sangue no calvário por nós, se ofereceu ao Pai uma vez para sempre e pediu aos apóstolos e seus sucessores que fizesse o mesmo que ele fez, para que participemos de sua natureza divina (cf. 2Ped 1,3-4).
São Paulo assim se expressou sobre o Santo Sacrifício da Missa: “Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha”. (1Cor 11,23-26).
Por isso, recomenda: “Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor. Que cada um se examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação. Esta é a razão por que entre vós há muitos adoentados e fracos, e muitos mortos. Se nos examinássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, sendo julgados pelo Senhor, ele nos castiga para não sermos condenados com o mundo”. (1Cor 11,27-32).
Então, qual deve ser a nossa postura diante do Senhor na Santa Missa? A postura de quem se encontra com Deus e permanece Nele. Realmente, se meditarmos com precisão os acontecimentos litúrgicos da Santa Missa, veremos que neles nos são comunicadas todas a graças. Nela contemplamos as cortes angelicais e todos os santos e santas presentes em adoração conosco à Santíssima Trindade; contemplamos também a Santíssima Virgem Maria Coroada como Mãe e Rainha de toda a humanidade, e os Apóstolos de Cristo com o galardão que o Senhor lhes prometeu; contemplamos ainda Abraão, Isaac e Jacó e todos os outros patriarcas e justos do Antigo Testamento coroados de glória. E tudo isso numa única celebração Eucarística. Enfim, na Santa Missa o céu nos vê e se puros de coração (cf. Mt 5,8) nós também vemos o céu e Deus em seu Trono com o seu Cordeiro Imolado que tirou o pecado do mundo e nos deu habitar com ele no Infinito de sua Glória. Por isso, quem vive a Santa Missa assim não vive para si mesmo, mas para o Reino de Deus e seu louvor.
Portanto, a Santa Missa é o céu aqui na terra, nela somos acolhidos por Deus, somos perdoados no ato penitencial, instruídos por sua divina sabedoria na liturgia da Palavra; alimentados com o seu Divino Corpo e Sangue, Alma e divindade; e por isso, santificados por sua divina presença em nós, e assim envidados como fiéis testemunhas de sua morte e ressurreição e do mundo novo que há de vir.
Por fim, meditemos o que recomendou São Luís, o rei de França, ao seu filho, para que vivendo também desse modo, possamos fazer em tudo a vontade de Deus: “Caro filho, antes de tudo começo por ensinar-te a amar o Senhor, teu Deus, com todo o coração, com todas as tuas forças, porque sem isso ninguém tem valor. Filho, deves evitar tudo quanto sabes desagradar a Deus, quer dizer, o pecado mortal, de tal forma que prefiras ser atormentado por toda sorte de martírios a cometer um pecado mortal. Ouve com boa disposição e piedade o ofício da Igreja e enquanto estiveres no templo, cuida de não vagueares os olhos ao redor, de não falar sem necessidade, mas roga ao Senhor devotamente quer pelos lábios quer pelo coração”. (São Luís de França).
Destarte, como seria bom que os participantes nunca chegassem atrasados na Santa Missa, isto é, que pelo menos chegassem quinze minutos antes para se preparar melhor para o Santo Sacrifício incruento (sem derramamento de sangue) do Senhor; e que prestassem atenção a todos os acontecimentos litúrgicos com piedade e retidão; como seria bom se abrissem o coração para ouvirem realmente a voz do Senhor, seja nas leituras lidas e na homilia, seja nas orações feitas, nos cânticos, e na consagração eucarística. Enfim, como seria maravilhoso se todos participassem da Santa Missa sem distração alguma para aproveitarem o céu que Deus nos dá experimentar nesse santo momento por nossa total atenção e adesão a Ele.
São Leonardo de Porto Maurício, ardoroso apóstolo da Santa Missa, nos deixou o seguinte ensinamento sobre como se comportar em nossas celebrações: "Eis o meio mais adequado para assistir com fruto a Santa Missa: consiste em irdes à igreja como se fôsseis ao Calvário, e de vos comportardes diante do altar como o faríeis diante do Trono de Deus, em companhia dos santos anjos. Vede, por conseguinte, que modéstia, que respeito, que recolhimento são necessários para receber o fruto e as graças que Deus costuma conceder àqueles que honram, com sua piedosa atitude, mistérios tão santos." (São Leonardo de Porto Maurício. Tesouro Oculto)
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria,OFMConv.
COMO DEVO ME COMPORTAR DIANTE DO SENHOR NA SANTA MISSA?
“Os fariseus perguntaram um dia a Jesus quando viria o Reino de Deus. Respondeu-lhes: O Reino de Deus não virá de um modo ostensivo. Nem se dirá: Ei-lo aqui; ou: Ei-lo ali. Pois o Reino de Deus já está no meio de vós”. (Lc 17,20-21). De fato, o Reino de Deus já está no meio de nós e sua parte visível no mundo é a Santa Igreja, constituída por Cristo e seus legítimos representantes na pessoa do Santo Padre, dos bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas e todo o Povo de Deus.
É na Igreja que renascem para a vida eterna os filhos e filhas de Deus, pelo santo batismo; nela se encontra também todos os outros sacramentos que comunicam a graça santificante para que o homem novo, gerado pelo Espírito Santo, possa viver conforme as virtudes eternas que lhes são comunicadas pelo Senhor nesses mesmos sacramentos. Desse modo, a Igreja é o Corpo de Cristo, do qual Ele é a Cabeça e nós somos os seus membros (cf. Col 1,18). Por isso, é Jesus mesmo quem conduz a Sua Igreja por meio do Espírito Santo agindo nos seus legítimos representantes (cf. Mt 16,15-19;28,18-20).
Um dos últimos atos de Jesus neste mundo, nós meditamos quando rezamos o terço no quinto mistério luminoso, que foi a instituição da Eucaristia, do sacerdócio e da santa missa (Mt 26,26-29; 1Cor 11,23-26). Na celebração da Santa Missa o sacerdote repete o único e perfeito sacrifício da nossa redenção, para fazermos memória do Crucificado como Ele mesmo nos mandou: “Fazei isto em memória de mim”. (cf. Mt 26,26-29). Ora, por esse Sacrifício de Amor somos purificados de todos os pecados e libertados de todos os males, por isso, é inestimável o valor sacrifical da Santa Missa. Pois Jesus, ao derramar seu preciosíssimo sangue no calvário por nós, se ofereceu ao Pai uma vez para sempre e pediu aos apóstolos e seus sucessores que fizesse o mesmo que ele fez, para que participemos de sua natureza divina (cf. 2Ped 1,3-4).
São Paulo assim se expressou sobre o Santo Sacrifício da Missa: “Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha”. (1Cor 11,23-26).
Por isso, recomenda: “Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor. Que cada um se examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação. Esta é a razão por que entre vós há muitos adoentados e fracos, e muitos mortos. Se nos examinássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, sendo julgados pelo Senhor, ele nos castiga para não sermos condenados com o mundo”. (1Cor 11,27-32).
Então, qual deve ser a nossa postura diante do Senhor na Santa Missa? A postura de quem se encontra com Deus e permanece Nele. Realmente, se meditarmos com precisão os acontecimentos litúrgicos da Santa Missa, veremos que neles nos são comunicadas todas a graças. Nela contemplamos as cortes angelicais e todos os santos e santas presentes em adoração conosco à Santíssima Trindade; contemplamos também a Santíssima Virgem Maria Coroada como Mãe e Rainha de toda a humanidade, e os Apóstolos de Cristo com o galardão que o Senhor lhes prometeu; contemplamos ainda Abraão, Isaac e Jacó e todos os outros patriarcas e justos do Antigo Testamento coroados de glória. E tudo isso numa única celebração Eucarística. Enfim, na Santa Missa o céu nos vê e se puros de coração (cf. Mt 5,8) nós também vemos o céu e Deus em seu Trono com o seu Cordeiro Imolado que tirou o pecado do mundo e nos deu habitar com ele no Infinito de sua Glória. Por isso, quem vive a Santa Missa assim não vive para si mesmo, mas para o Reino de Deus e seu louvor.
Portanto, a Santa Missa é o céu aqui na terra, nela somos acolhidos por Deus, somos perdoados no ato penitencial, instruídos por sua divina sabedoria na liturgia da Palavra; alimentados com o seu Divino Corpo e Sangue, Alma e divindade; e por isso, santificados por sua divina presença em nós, e assim envidados como fiéis testemunhas de sua morte e ressurreição e do mundo novo que há de vir.
Por fim, meditemos o que recomendou São Luís, o rei de França, ao seu filho, para que vivendo também desse modo, possamos fazer em tudo a vontade de Deus: “Caro filho, antes de tudo começo por ensinar-te a amar o Senhor, teu Deus, com todo o coração, com todas as tuas forças, porque sem isso ninguém tem valor. Filho, deves evitar tudo quanto sabes desagradar a Deus, quer dizer, o pecado mortal, de tal forma que prefiras ser atormentado por toda sorte de martírios a cometer um pecado mortal. Ouve com boa disposição e piedade o ofício da Igreja e enquanto estiveres no templo, cuida de não vagueares os olhos ao redor, de não falar sem necessidade, mas roga ao Senhor devotamente quer pelos lábios quer pelo coração”. (São Luís de França).
Destarte, como seria bom que os participantes nunca chegassem atrasados na Santa Missa, isto é, que pelo menos chegassem quinze minutos antes para se preparar melhor para o Santo Sacrifício incruento (sem derramamento de sangue) do Senhor; e que prestassem atenção a todos os acontecimentos litúrgicos com piedade e retidão; como seria bom se abrissem o coração para ouvirem realmente a voz do Senhor, seja nas leituras lidas e na homilia, seja nas orações feitas, nos cânticos, e na consagração eucarística. Enfim, como seria maravilhoso se todos participassem da Santa Missa sem distração alguma para aproveitarem o céu que Deus nos dá experimentar nesse santo momento por nossa total atenção e adesão a Ele.
São Leonardo de Porto Maurício, ardoroso apóstolo da Santa Missa, nos deixou o seguinte ensinamento sobre como se comportar em nossas celebrações: "Eis o meio mais adequado para assistir com fruto a Santa Missa: consiste em irdes à igreja como se fôsseis ao Calvário, e de vos comportardes diante do altar como o faríeis diante do Trono de Deus, em companhia dos santos anjos. Vede, por conseguinte, que modéstia, que respeito, que recolhimento são necessários para receber o fruto e as graças que Deus costuma conceder àqueles que honram, com sua piedosa atitude, mistérios tão santos." (São Leonardo de Porto Maurício. Tesouro Oculto)
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria,OFMConv.