Argumento A
Argumento Alfa
Definições:
Dependência: Y depende de X se, e somente se, Y pode ser descrito por X e existe pelo menos um valor de X que se associa a um estado diferente de Y.
Não dependência: Y não depende de X se, e somente se, Y não pode ser descrito por X ou para todo valor de X, Y não muda de estado.
Limitação: Y é limitado por X se, e somente se, existe ao menos um conjunto de valores X que descrevem totalmente Y.
Não limitação: Y não é limitado por X, se, e somente se, qualquer conjunto de valores X não descreve totalmente Y.
Real: Por simplicidade, vamos definir como real tudo aquilo que pode ser descrito por pelo menos um dos parâmetros espaço, tempo, matéria ou energia. O parâmetro espaço é um conjunto de vetores que são associados univocamente a cada posição ocupada pelo ente. Tempo é descrito por uma reta orientada em que, no sentido crescente, seus pontos são associados ao antes e o depois. Ser descrito por matéria é possuir ao menos uma das partículas elementares do conjunto de todas as partículas. Ser descrito por energia é possuir a capacidade de causar mudanças em sistemas vizinhos, mudando o equivalente em si mesmo (Princípio da Conservação de Energia).
Ideal: Como oposição ao real, o ideal não pode ser descrito por nenhum destes parâmetros.
Obs.: O pensamento e a linguagem são reais, diferente de suas imagens ou significados. Por exemplo, eu posso pensar em um unicórnio 10 horas da noite(tempo) na minha casa (espaço) ou escrever este texto agora (tempo) no meu netbook (espaço), mas o unicórnio e o significado de minhas palavras nunca poderão ser incluídos no espaço-tempo-matéria-energia.
Universo Real ou Universo: É o conjunto dos entes pertencentes à realidade. Dizendo de outra forma, é o conjunto de tudo que existe realmente.
U={x; x é real }.
Agora vamos tratar da causa da existência de U, que iremos chamar de A (alfa).
O argumento que iremos demonstrar é o seguinte:
1. Se A não existe, então A não pertence a U, e U sempre existiu ou surgiu do nada (características do que não é causado)
2. A não existe.
3. Portanto, U sempre existiu ou surgiu do nada.
A proposição 1 é a hipótese, a 2 é a tese e a 3 é a conclusão. Para provar a proposição 2, basta observar que a causa precede sempre o efeito. Um elemento não pode ser anterior ao conjunto ao qual ele pertença. Ou seja, se A é real ele necessariamente pertence a U. A partir do momento que existe A, U também passa a existir como um conjunto unitário. Portanto A não pode ter causado U (ser anterior a U) e pertencer a U. A ser anterior a U implica logicamente a sua não existência, a sua idealidade.