A segunda vinda de Cristo e a Teologia Liberal
“Logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua luz, as estrelas cairão do firmamento e os corpos celestes serão abalados. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória… Vede, o Senhor vem com milhares dos seus santos, para fazer juízo contra todos, e para fazer convictos todos os ímpios, acerca de todas as obras ímpias que impiamente praticaram, e de todas as duras palavras que ímpios pecadores contra Ele proferiram… Vede, Ele vem com as nuvens e todo o olho o verá, até mesmo os que o trespassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre Ele. Sim. Amém” (Mt 24.29,30; Jd 14,15; Ap 1.7).
Após o arrebatamento da igreja, será contada aqui na terra a última semana de anos da profecia de Daniel (Dn 9.24-27). Este período de tempo é contado para que se cumpram as profecias bíblicas do Antigo e Novo Testamento que vaticinam o fim do governo humano e o início de um governo teocrático de paz e justiça!
Esta mudança se dará de forma cataclísmica e sob a direta intervenção de Deus no cenário da história da humanidade. Cristo voltará pessoalmente, destruirá os ímpios e o sistema diabólico que governa este mundo (I Jo 5.19), e tomará a direção do mundo, regendo-o (Ap 19.6,15). Isto tudo no fim da Grande Tribulação.
Este é o pensamento teológico ortodoxo daqueles que creem no Arrebatamento da igreja e na Volta de Cristo em glória, decorrido o tempo da Grande Tribulação. Porém, nos últimos tempos, a sã doutrina da Palavra de Deus tem sido abertamente resistida e rejeitada por algumas linhas teológicas liberais que pregam um novo ‘evangelho social’, descompromissado com qualquer espiritualidade e reverência à Santa Palavra de Deus.
Absolutamente, isto nada tem a ver com a responsabilidade social da igreja, nos moldes do que o próprio Senhor Jesus Cristo fez, enquanto aqui realizou o seu ministério terreno. O que trata-se aqui é da substituição do evangelho transformador – aquele do qual Paulo não se envergonhou em suas prisões – por um ‘evangelho’ que visa transformar a igreja numa ONG. Ora, O evangelho liberta o homem do pecado e o redime para Deus. A Teologia Liberal, em poucas décadas, amargou as águas de muitas comunidades com suas heresias: a declaração de que todos os milagres bíblicos são mitos; a desconstrução do Jesus bíblico para chegar-se ao Jesus histórico, desprovido do sobrenatural. Estas blasfêmias, repetidas por muitos, como por um dos grandes teólogos modernos, que afirmou que “não importa que Jesus não seja Filho de Deus, pois sua mensagem é boa… As palavras a seguir são do Dr. Stanley Horton, denunciando a falácia destas falsas doutrinas, a respeito das quais, já bem advertiu o apóstolo Paulo (I Tm 4.1; II Tm 3.1-9, 12-17).
“Os liberais, que realmente eram anti-sobrenaturalistas, influenciados por Kant, Ritschl, Hegel e Schleiermacher, apagavam qualquer intervenção divina futura do evangelho que pregavam. Para eles, o Reino de Deus era algo que os seres humanos podiam criar mediante sua própria sabedoria, sem nenhum socorro do alto (…) Esse anti-sobrenaturalismo atingiu seu auge com Albert Schweitzer e Rudolf Bultmann. Schweitzer diminuiu a apresentação bíblica de Jesus ao mínimo, fazendo dEle um mero homem que pensava erroneamente que o fim viria já naqueles dias. Schweitzer tomava liberdades extraordinárias com as evidências históricas. Assim também fez Bultmann quando excluiu da Bíblia os milagres; interessava-se somente pela existência presente, rejeitava o conceito linear da história oferecido pela Bíblia, e tratava a esperança bíblica como mera especulação (…) Também na Europa, o existencialismo, mediante o seu enfoque sobre o aspecto humano, desconsiderava ‘as dimensões cósmicas das Escrituras’, e oferecia uma fuga de qualquer preocupação com o passado ou com o futuro. Entre eles, os neo-ortodoxos procuravam recuperar doutrinas ortodoxas ao passo que, ao mesmo tempo, tratavam a Bíblia como um mero registro humano. Na Inglaterra, C. H. Dodd popularizou a ideia de que o reino de Deus tinha chegado plenamente ‘de uma vez por todas’ no ministério de Jesus, e que os escritores do Novo Testamento haviam entendido mal os seus ensinos e, por isso, desenvolveram a expectativa de que ele voltaria.”
Obviamente, este pensamento, que os ensinos apostólicos a respeito do segundo advento de Cristo foram erros da interpretação dos apóstolos, desqualifica a autoridade da Bíblia como infalível Palavra de Deus. Aliás, para a Teologia Liberal e Neo-ortodoxa, a infabilidade das Escrituras não é mais discutida, pois já há consenso entre eles que a Bíblia contém erros!
“Juntamente com a teologia política do católico romano John Baptist Metz, ela inspirou o desenvolvimento da Teologia da Libertação, que entende que o Reino de Deus é uma metáfora, e busca levar a efeito mudanças políticas e sociais radicais no presente.
Embora os cristãos tenham a responsabilidade de fazer o que puderem em favor do próximo, da maneira mais abnegada, não existe nenhuma base bíblica para os crentes neotestamentários se envolverem em mudanças políticas… O Reino milenar não virá através de esforços humanos. A Bíblia demonstra que a nossa única esperança é que Deus intervirá, pronunciará o seu juízo contra o presente sistema mundial, e enviará Jesus de volta à terra para estabelecer o seu governo e tornar eterno o trono de Davi.
Enquanto a Teologia da Libertação prega uma libertação social das massas, o evangelho de Jesus prega a libertação do jugo do pecado e das trevas, e o anseio por um futuro reino de paz e justiça, não proveniente do progresso humano, mas vindo do próprio Deus!
Pr. Fabiano Jadel
http://www.fabianojadel.wordpress.com