A difícil arte de delegar autoridade
A difícil arte de delegar autoridade
Jorge Linhaça
Significado de Delegar
v.t. : Transmitir poderes por delegação.
Investir na faculdade de proceder em nome de outrem; incumbir.
O sucesso em atingir metas e objetivos em uma empresa ou instituição está na forma como se delega autoridade a outras pessoas para realizar tarefas e executar suas funções.
Quando nos deparamos com líderes centralizadores, incapazes de delegar, o que ocorre é uma ineficiência em atingir os objetivos propostos e um consequente desinteresse por parte dos comandados.
Delegar dá trabalho em um primeiro momento, exige além de uma visão precisa sobre as capacidades do ser humano, uma visão sobre o momento vivido pela pessoa.
Para se imputar determinadas tarefas a alguém, é necessário deixar clara a importância de tais tarefas, bem como dar os subsídios e instruções necessárias para que as mesmas sejam levadas a contento.
Quando investimos alguém com autoridade para que essa pessoa realize seu trabalho, não lhe delegamos a responsabilidade final pelo mesmo. Esta permanece sobre nós, afinal fomos nós que escolhemos aqueles que liderarão aquela empreitada.
Na igreja não é diferente. Quando um bispo chama um presidente dos rapazes, dá a ele autoridade sobre aquele grupo e deposita nele a confiança de que este executará sua tarefa a contento. No entanto a responsabilidade principal sobre o bem estar espiritual dos jovens continua sobre as costas do bispo, já que seu chamado principal, embora muitos membros desconheçam ou não deem grande atenção a isso é presidir sobre o Sacerdócio Aarônico. As demais funções do bispo vêm em decorrência de seu chamado como Sumo Sacerdote. É este último chamado que lhe confere as chaves necessárias para dirigir a Ala como um todo.
Delegar corretamente chamados e autoridade, seja qual for que exerçamos, implica não apenas em inspiração, mas também em muita transpiração para conhecer e selecionar as pessoas antes de perguntar ao Senhor se aquele é o nome correto.
O fato é que ninguém governa sozinho no Reino de Deus, o organograma de cargos na igreja torna-nos todos interdependentes e corresponsáveis pelo crescimento de nossas unidades, pelo aperfeiçoamento dos santos. O bispo, por exemplo, tem seus conselheiros que estão ali para aconselhá-lo e auxiliá-lo em seu trabalho, dividindo o fardo e responsabilizando-se por determinadas organizações. O mesmo acontece com outros cargos na igreja. Todos nós temos, ou deveríamos ter Mestres Familiares, inclusive os líderes. É um erro acreditar que o bispo ou o presidente do Quórum de Élderes, ou o líder do grupo dos Sumo Sacerdotes necessitam menos de visita que qualquer outro membro. O mesmo se dá com todos os outros líderes.
É essa troca de serviços entre os membros que faculta um crescimento real e sustentável da igreja.
Ao delegarmos autoridade a alguém, precisamos dispor de nosso tempo para acompanhar seus primeiros passos naquele chamado. Isso não implica em infindáveis reuniões formais onde o resultado geralmente é marcar novas reuniões. Muito desse trabalho pode ser realizado em conversas informais ou presença às atividades.
Algo que aprendi com Valter Guedes de Queirós, e que nunca me saiu da mente, é que “quando estamos nos reunindo muito é sinal que estamos trabalhando muito pouco”
De que adianta reunirmos, por exemplo, o quórum de élderes em reuniões extraordinárias se essas reuniões impedirem que os membros do quórum estejam fazendo suas visitas? Não existem segredos ou fórmulas mágicas, o trabalho, com os olhos fitos na glória de Deus, é que nos mostra o melhor caminho.
É preciso haver certa liberdade para errar e acertar, para corrigir o rumo quando necessário. Por isso aquele que delega autoridade não pode simplesmente eximir-se da responsabilidade sobre os atos daquele a quem foi delegada a tarefa.
As oportunidades de crescimento individual e coletivo na Igreja existem, independentes do destaque do cargo ocupado, cabe a cada um exercê-lo da melhor maneira possível.
Salvador, 15/01/2013.