Aganjún, Divindade da Família de Sàngó.
Aganjún, Divindade da Família de Sàngó.
Aganjú é o Òrìsà da força, deidade do sol e dos vulcões (Obá Aganjú Oniná Oke - "Rei Aganjú, lava das montanhas..."), ele é a força em chamas que emerge da terra.
Aganjú passava por sérios problemas em seu reinado (vizinho à Òyó), sabedor disso, Sàngó o procurou, afim de "ajudá-lo". Próximo às terras de Aganjú, Sàngó ouviu vozes e, se escondeu entre as árvores, objetivando observar o que estava acontecendo. Ficou espantado ao ver um homem em chamas, era Aganjú.
Ao lado dele estava Òsun, que com a sua água doce, tentava acalmar aquele homem em chamas. Aganjú estava muito nervoso, afinal, seu reino estava em decadência, não obstante, percebeu que havia alguém lhe olhando e, nervoso, indagou quem era.
Sàngó mostrou-se, dizendo: "Sou Sàngó, o Aláàfìn Òyó". Irritado, Aganjú perguntava quem lhe havia dado permissão para entrar em suas terras. Sàngó disse que não precisava de autorizações, sendo ele o rei de Òyó.
Cada vez mais furioso, Aganjú disse: 'Você não sabe a que perigo está se expondo com tanta ousadia! Sabe que posso transformá-lo em cinzas agora mesmo?". Rindo, Sàngó disse que se quisesse poderia transforma-se em fogo também.
Intentando alarmar Aganjú, Sàngó se tomou por fogo, mostrando o seu poder e dizendo que queria apenas ajudá-lo. Aganjú, então, questionou de que forma Sàngó queria lhe ajudar.
O rei de Òyó disse que poderia lhe ensinar a controlar seus poderes, sendo que Aganjú, acabava por queimar todos àqueles que se aproximavam e, que poderia ser uma espécie de "porta voz" do seu povo.
Desconfiado, Aganjú perguntou porque ele estava fazendo isso; Sàngó disse que temia que os problemas chegassem à Òyó e por isso estava se prevenindo.
Òsun, que continuava jogando água em Aganjú, percebia que aquela não era a verdadeira intenção de Sàngó. Aganjú disse que aceitaria a oferta de Sàngó, mas perguntou qual o preço que teria que pagar por isso.
Sàngó, por sua vez, disse que não havia necessidade em lhe pagar, no entanto, deveria, a partir daquele momento, utilizar todas as ferramentas de Sàngó, tais como Osé e o Séré.
"Desse modo, seu povo, ao ver em minhas mãos as mesmas insígnias usadas por você, não contestará a minha autoridade e, reconhecendo os atributos, acatarão as ordens que a eles eu irei transmitir, afirmou Sàngó".
Aganjú indagou a opinião de Òsun, que já flertava com Sàngó. Òsun disse acreditar ser um bom negócio, podendo desta forma, restabelecer a ordem em seu País.
Diante disso, Aganjú aceitou a proposta de Sàngó e recebeu do Aláàfìn de Òyó um Séré e um Osé.
Feito isso, Sàngó impôs no reinado de Aganjú o seu regimento e, Aganjú por sua vez, começou a utilizar-se das ferramentas de Sàngó. Anos depois, Aganjú tornar-se-ia também um Aláàfìn Òyó.