AS TENTAÇÕES
AS TENTAÇÕES
DEUS permite que a alma seja tentada, a fim de que, reconhecendo a sua fraqueza, ela se humilhe e convença de que a evolução espiritual exige um esforço contínuo. E enquanto houver na alma algum resquício, por menor que seja, de apego aos prazeres do mundo, as tentações não a deixarão.
Assim aconteceu a Santo Agostinho, conforme, aliás, ele declara em suas “Confissões”. É que, os santos também são tentados. Somente, correm menor risco de ceder à tentação.
A revolta contra a tentação não a vence. Ao contrário, faz que ela volte com maior insistência. O que se impõe, é reconhecermos nossa fraqueza a fim de abater o noss orgulho; pois, somente desta forma, o socorro divino vira em nosso auxilio, dando-me maior ânimo para prosseguir em nossa luta até à vitória.
Para a alma que peleja por espiritualizar-se, a tentação é uma cruz. A cruz é sofrimento. E o sofrimento suportado com resignação, é uma das colunas-mestres da evolução espiritual.
Lutemos, pois, para que nosso espírito saiba sofrer com paciência, todas as tentações que o mundo nos apresente. Mesmo porque é impossível evitá-las, quer nos refugiemos dentro de uma caverna ou nos encarceremos dentro de um convento. Isto não resolverá porque, no silêncio, a voz dos recalques do espírito grita mais alto!
Para fazermos jus ao diploma de vencedores, a luta do nosso eu tem de ser nos campos de batalha do próprio mundo; pois, se a castidade não defrontar o pecado; se o perdão não enfrentar a vingança; se a humildade não se encontrar com o orgulho; se a caridade não tiver de enfrentar o egoísmo, então, onde estaria o mérito das virtudes superiores?...
Onde não há inimigos a quem dar combate, não pode haver vitória, pois, esta implica em luta.
Por conseguinte, aceitemos como experiência útil para a alma, a iluminação ou a obscuridade, a fartura ou a carestia, os desvios, as dores, as fadigas ou as dúvidas; pois tanto na limpidez de um céu azul, como nas brumas das nuvens densas, a luz do Sol se reflete e manifesta.
Em paralelo, a luz que abençoa o santo é a mesma que se compadece do pecador e o ressuscita até que ele se santifique, pois essa Luz é DEUS!
Em última análise: - grande “risco” é não sermos tentados; pois, se essa “imunidade” prevalecesse na vida inteira, terminaríamos por ser vítimas de um mal maior: - o orgulho de possuirmos semelhante privilégio!
José Fuzeira – Conhecereis a Verdade