LOUIS BERKHOF E SEU ENTENDIMENTO SOBRE O SER DE DEUS

LOUIS BERKHOF E SEU ENTENDIMENTO SOBRE O SER DE DEUS

Louis Berkhof em seu livro de Teologia Sistemática (1983, Pág. 46), quando trata do Ser de Deus, ele afirma que não há nenhuma possibilidade de definir cientificamente a Sua Pessoa. Evidente que ele não apresenta a ideia de que estamos diante de um ser indefinido. Quando a teologia coloca o Seu Ser como um objeto de pesquisa, o diante do que Dele se revela, então, o que entendemos é em nossa limitação humana, somos impossibilitados de defini-lo, por não conseguimos alcança-lo em Sua totalidade por nossa observação, para de uma profunda apuração podermos defini-lo. Percebam que Berkhof, quando diz, “Para dar uma definição lógica de Deus teríamos que começar fazendo pesquisa de algum conceito superior, debaixo do qual Deus pudesse ser coordenado com outros conceitos...”, ele deixa claro que não existe conceito superior que alcance a magnitude da expressão do Ser de Deus, lógica eficaz em explorar a essência de Deus. Deus não é explicável por lógica puramente humana. Outra coisa importante apresentada por Berkhof é que mesmo que atentemos para os Seus atributos em busca lhe definir, torna-se inviável, pois sabemos que eles são conhecidos até onde podemos conhecê-los, pois de Deus sabemos somente o Ele revela e não que exaustivamente busquemos conhecer. Há, contudo, uma preocupação sua em dizer que, “A Bíblia nunca opera com um conceito abstrato de Deus...”. É certo, já que em toda a Escritura descobrimos uma revelação de Deus como Vivo, como Presente, como Atuante, e Competente. Berkhof ressalta o “Eu Sou o que Sou”, descrito em Êxodo 03:14, como ‘interpretado no sentido de auto existente ou permanência auto abrangência ou independência absoluta’ (pág. 47), e, ainda que pareça uma forma abstrata, indubitavelmente Ele se faz presente e dominante à existência. A interpretação dele não apresenta Deus como inatingível, mas como absolutamente existente, fazendo do existir uma realidade de si mesmo; fazendo do absoluto e abrangente, um princípio e continuidade de Si mesmo. No ponto discutido, Berkhof acrescenta o texto do evangelho de João 04:24 que diz, “Deus é espírito; e importa que seus adoradores o adorem em espírito e verdade”. Com o texto, é afirmada a espiritualidade de Deus, clareando ainda mais a ideia de que O Seu Ser, extremamente superior, ainda que revelado ao homem, não é fácil de ser definido em Sua totalidade. Berkhof, numa única forma exata de suas palavras faz a seguinte definição:

O ser de Deus é caracterizado por profundidade, plenitude, variedade, e uma glória que excede nossa compreensão, e a Bíblia apresenta isto como um todo glorioso e harmonioso, sem nenhuma contradição inerente. E esta plenitude de Deus acha expressão nas perfeições de Deus, e não doutra maneira.

O teólogo não limita Deus ao abstrativo do pensamento religioso, mas ao infinito Ser de existência única e perfeita, apreciável, porém, intransponível em Sua forma de Ser. Explicá-lo, dificilmente conseguiremos, pois é algo que deve ser tomado como impossível, mas conhece-lo em tudo que se revela, isto deve ser a meta de todo o indivíduo pensante, para que, ao que Dele conhecer, fazer-se diferente à Sua Pessoa.

Ricardo Davis Duarte

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