O JUDAÍSMO DE MOISÉS - 1.000 acessos - Meu vigésimo sétimo texto a atingir esta marca no Recanto
Se falarmos em Judaísmo, falaremos do nome de uma tradição religiosa cultural que tomou para si uma tradição religiosa e cultural mais antiga, sem nome conhecido em nosso tempo, grafada primeiramente através de Moisés, mas cultuada por Abraão mais de quinhentos anos antes, que a tomou de Noé, mais de setecentos anos antes, que a recebeu de Adão, mais de mil anos antes. Se o Judaísmo tiver que possuir um nome, o mais correto seria Israelitismo, Moisésismo, Abranismo, Noéismo ou Adanismo, menos Judaísmo.
Os judeus não formularam a religião que hoje chamamos Judaísmo, não a descreveram, apenas a reinterpretaram muitas vezes e deram-lhe o nome e a forma atual, mas, certamente, mais de mil anos depois, quando as outras dez tribos do reino israelita separaram-se da tribo de Judá, em cuja Capital, Jerusalém, permaneceu a Casa Sagrada de Yaweh, o Templo de Salomão. Todavia, os membros das outras dez tribos seguiram peregrinando ao Templo para a adoração a Yaweh até quando foram dispersos pelo império assírio de Salmanasser por volta de 1722 a.C.. Por volta de 586 a.C. foi a vez dos judeus serem dispersos, então pelo império babilônico de Nabucodonosor. Na ocasião, o Templo foi destruído, pelo que as peregrinações e os rituais cessaram, retornando depois de a cidade e a Casa Sagrada serem reconstruídas após 457 a.C..
Anteriormente, porém, fora profetizado no livro de Isaías que após o D’us de Israel passar pela Porta do Oriente, que dava acesso ao Templo para os vindos da banda oriental, ela seria fechada e não mais seria aberta. Eis que a porta permanece fechada desde a última destruição de Jerusalém, pelo exército romano a comando de Tito, no ano 70 a.D.. Algumas tentativas de reconstrução do Templo foram frustradas posteriormente por muitos meios, alguns sobrenaturais. Omar, o construtor da Mesquita que leva seu nome sobre o Domus da Rocha, sítio do Templo, chegou a construir outro muro rente ao que foi construído no vão da porta, plantando também um cemitério junto à ela no lado de fora em 600 a.D.. Tudo para impedir que o D’us de Israel passasse por ali e os judeus viessem a sentirem-se novamente os donos do pedaço.
Mas Jesus tinha passado pela Porta Dourada, como é conhecida hoje, mais de quinhentos anos antes. E o fez montado num burrinho, como requeria o ritual de aclamação real, na última vez em que entrou em Jerusalém. Isto depois de ter sido ungido com óleo caro por Maria Madalena na presença, inclusive, de autoridades religiosas judaicas. Na ocasião em que cruzou a Porta, o povo o aclamou rei de Israel, estendendo ramos e as vestes para Sua passagem. Uma semana depois, embora por zombaria, Erodes, governador de Samaria (a parte norte do reino unificado de Israel, que pertencia às dez tribos), pôs-lhe a capa vermelha de rei sobre os ombros e os soldados romanos cravaram-lhe uma coroa de espinhos na cabeça, completando a aclamação e posse. Na ocasião, Ele mesmo disse a Pilatos, governador da Judéia, em resposta à pergunta se era rei dos Judeus: “Meu reino não é deste mundo”.
A súmula do Judaísmo original, o que Moisés grafou, é a substituição do Homem culpado por um não culpado na punição pela culpa. No ritual israelita do santuário isto se dava através da morte de cordeiros, touros e bodes no altar do Templo. Um ser inocente morria no lugar do culpado para que esse pudesse seguir vivendo mesmo depois de punido a transgressão que ele praticara. Isto porque o “salário do pecado é a morte”. Todavia, a morte não é somente o salário, mas o produto do pecado. Entretanto, morrerem animais irracionais e inocentes no lugar do Homem racional e culpado pode bem parecer uma falácia aos olhos de qualquer observador. Os pagãos, apesar de suas crenças de baixíssimo nível racional, entendiam que a morte de animais não equivalia, então sacrificavam seres humanos e flagelavam-se a si mesmos.
Naturalmente que ao culpado é que cumpre sofrer a pena correspondente à sua culpa. Todavia, a forma punitiva aparentemente desproporcional indicada por Yaveh era um mero ícone, cujo verdadeiro ato estava para ser consumado quando D’us em pessoa de Homem inocente morresse no lugar de todos os seres humanos culpados – em lugar da humanidade.
Jesus Cristo, que quer dizer “O Ungido de D’us e D’us é a salvação”, é o próprio D’us após ter adotado a forma humana para poder equivaler ao Homem e morrer em seu lugar, apesar de inocente, mas após ter assumido as culpas humanas. A prática do holocausto de animais no Judaísmo original meramente apontava para a solução válida de D’us para o pagamento da dívida humana por suas transgressões. Os cordeirinhos morreram apontando para o futuro sacrifício equivalente, mas eles mesmos não podiam equivaler, tampouco D’us pretendeu alguma vez que equivalessem. E eles jamais equivaleram, apenas serviram de símbolo. A morte dos bichinhos era uma ignomínia, pois eles não tinham raciocínio para assumir a responsabilidade pelo pecado do Homem, mas a morte de Jesus foi à altura da condição do Homem, pois Ele é racional como o Homem, tendo consciência, então tomou para si a responsabilidade pelos atos humanos. Mas, mais do que isto: a morte dEle representa a misericórdia de D’us para com o Homem, o qual se tornou inimigo do Eterno ao pôr em risco Sua obra. O único que da misericórdia não carece é o próprio D’us, pois jamais precisará de tolerância, pois não vacila. Portanto, é também o único que não precisava ter misericórdia por alguém. Todavia, Ele mesmo deu o exemplo de misericórdia para ser imitado pelo homem para com os seus iguais, pois a misericórdia é a chave da plenitude, que somente funciona quando o lesado torna-se condescendente com aquele que o lesou, não retribuindo o mal para que o mesmo cesse, mas ajudando o delinqüente a repudiar e abandonar a prática maldosa.
O ato judaico de não reconhecer ao Cordeiro provido por D’us, o qual equivale ao ser humano e sua responsabilidade, é não reconhecer a responsabilidade humana pelo pecado, reduzindo sua gravidade à banalidade, presumindo que o pecado pode ser punido pelo sacrifício de um animal, que é inferior e não tem capacidade de pensar. Sendo assim, tão simples parece o problema do pecado, podendo ser resolvido pelo ser humano, não carecendo de D’us para tal, mas apenas para ensinar o Homem original a matar um cordeiro e fazer um holocausto. Sendo assim, tão simples é pecar novamente, tão sem conseqüência, visto que um animal irracional é que há de sofrer a pena pela culpa.
Certamente D’us tinha um plano muito superior. É certo que a atitude da transgressão, que põe toda a Obra das mãos de D’us em risco, não pode ser resolvida com o mero sacrifício de um ser irracional, sendo que a prevenção do mal requer raciocínio, inteligência e aprendizado, haja vista que desde o começo D’us tem se esforçado para que o Homem entenda o porquê de não pecar, pois não requer do homem que apenas creia sem saber e entender no que crê.
Portanto, o Judaísmo de Moisés requer a guarda da Lei, os Dez Mandamentos, bem como da obediência às leis de saúde, como descansar no sábado, não comer carnes e alimentos imundos, não comer carne com leite nem ingerir sangue via oral e bebidas alcoólicas, além de abster-se de cigarro, adultério, jogos de azar, usura, incesto, etc., bem como fazer o bem ao próximo e ao necessitado, como os judeus ensinam e muitos fazem. Todavia, mesmo que se pratique o Judaísmo guardando os mandamentos e praticando essas coisas, ainda assim esse Judaísmo não será o de Moisés se não incluir a Cristo como D’us, sacrificado como autêntico, insubstituível e suficiente Cordeiro do Holocausto equivalente, onde um Homem morreu para pagar a culpa do Homem. Pois, por mais força que tenhamos para cumprir os mandamentos à risca, jamais os conseguiremos satisfazer de um todo e mesmo que conseguíssemos, jamais pagaremos por nossos pecados guardando-os, pois a pena para a culpa não é a prática da Lei, mas a morte pela Lei, o que Jesus fez em nosso lugar sem que tivéssemos que morrer.
Logo, o Judaísmo autêntico é aquele que prega e estimula a guarda da Lei de D’us, mas ensina seus seguidores que, caso transgridam à Lei, pois quando conhecemos a fé já tínhamos transgredido, valham-se do Cordeiro equivalente para o pagamento pela culpa já imolado e esfolado, com seu sangue vertendo sobre o altar do sacrifício no Santuário que está no céu na presença do Senhor. Esse Judaísmo é o que chega-nos sem desvios desde Moisés, cruza o tempo desde 1500 a.C. até nosso tempo sem qualquer deturpação. E o Cordeiro do Holocausto nesse Judaísmo é Jesus Cristo, o próprio D’us na pessoa de Seu Filho, que assumiu a natureza humana, conheceu suas fraquezas e morreu sem ter transgredido a Lei que D’us grafara através de Moisés no Sinai. Assumiu a culpa humana do pecado e sofreu a execução da sentença de morte eterna que cabia ao Homem.
Embora pareça que não, é possível a qualquer judeu, por mais zeloso que se disponha a ser, ainda na atualidade praticar o Judaísmo de Moisés. Para tanto, deve unir-se à igreja Adventista do Sétimo Dia, a única e verdadeira reformadora da Lei desprezada de Yaweh, da circuncisão do prepúcio do coração e do verdadeiro ritual do Santuário, com o Cordeiro equivalente esfolado pelos pecadores sobre o altar do sacrifício. Desde mais de cento e cinqüenta anos a Igreja Adventista pratica e ensina o povo a seguir às regras de saúde descritas em Deuteronômio, guardando toda a Lei, inclusive o sábado, devolvendo o dízimo, abstendo-se de carne de porco, vinho, pão levedado na ceia do Pasach, carne com leite, etc..
A Igreja Adventista surgiu no Tempo do Fim para preparar a humanidade para o retorno do Messias, como era missão dos Israelitas prepararem a humanidade para o primeiro advento, quando Ele veio humilde qual Moisés ao nascer e Davi quando ainda era pastor de ovelhas. A tríplice mensagem angélica para este tempo chama o povo para que retornem da Babilônia espiritual, onde são escravos no Egito do pecado, para a restauração e guarda da Lei de D’us dada a Moisés quarenta dias após ele ter livrado o povo de Israel do cativeiro egípcio. E assim, o Judaísmo de Moisés foi restaurado para o Juízo Final, chamando o povo para lavarem suas vestes, tomarem do sangue do Cordeiro equivalente imolado sobre o altar, colocando-se à porta da tenda para a consumação do Dia Final do Perdão, quando o Santuário será finalmente purificado de todo o pecado e não sobrará raiz nem ramo da transgressão, pois todos os que estiverem tingidos com o sangue do Cordeiro serão perdoados e libertos do pecado, da morte e da dor, indo morar com o Senhor eternamente. E “eles serão o Seu povo e Ele será o seu D’us. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima e a morte já não existirá. Não haverá mais luto, nem pranto, nem dor, pois as primeiras coisas terão passado. Amém!
Wilson Amaral