Jonas Morreu ou Não Morreu? - Jonas 1 a 4
Um certo veterinário inteligente me interpelou, certa ocasião, com a pergunta acima que, na época lhe respondi com alguns argumentos que agora amplio, tentando deixar mais clara a questão já tão debatida pelos exegetas bíblicos e desprezadas por aqueles que não amam a Palavra de Deus e muito menos depositam nela qualquer crédito. Muitos foram (e ainda há multidões) dos que, exercendo o ceticismo, preferiram palmilhar o caminho da crítica e do achincalhe, mas no final levaram a pior, pois quando se lê a Palavra de Deus com mais humildade e apuradamente, colhe-se dela, a verdade e a clareza nunca vistas em outros textos seja de literatura universal, seja de qualquer autor em particular. Ela sempre tem razão, no final das contas. (Quem pode perscrutar os desígnios de Deus? Quem tem a profundidade das riquezas, da sabedoria e do conhecimento? Quem tem os juízos insondáveis e os caminhos inexcrutáveis? Resposta: o Deus eterno!) Vejamos duas hipóteses antitéticas a respeito do herói bíblico mais popular das crianças do mundo inteiro, o Profeta Jonas:
I- A SUPOSIÇÃO DE QUE JONAS NÃO MORREU
1.1 A Bíblia em nenhum lugar diz que morreu.
1.2 Lucas 11.30 diz que Jonas no ventre do “grande peixe” foi um sinal para os ninivitas.
1.3 Jesus, em Mateus 12.40-42 diz que “Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe”. Jesus diz “esteve” não disse que tenha sido morto.
1.4 Jonas orou lá dentro e pediu livramento e Deus atendeu a sua oração, fazendo aquele mamífero marinho “vomitá-lo” nas areias da praia mais próxima (no “Ponto Euxino”, cf conta o historiador Flávio Josefo, em sua “História dos Hebreus”, CPAD, p. 236 – 4ª edição - 2000).
1.5 Ele esteve perto da morte, embora dentro de uma “cova” de carne de um animal marinho. “... mas Tu, Senhor, fizeste subir da cova a minha vida”. (Jonas 2.6).
1.6 A primícia dos que morrem, teria que ser e é Jesus. Se Jonas tivesse morrido, ele (Jonas), e não Jesus, seria essa primícia dos mortos ou primogênito dentre os mortos. A primogenitura dentre os mortos é JESUS, repita-se e não Jonas. (Embora muitos exegetas vêem primogenitura como um título especial e não o fato de se levantar primeiro da sepultura).
1.7 A morte que gerou outras vidas (“o grão de trigo caído na terra”), conforme João 12.24, foi a de Jesus e não a de Jonas! Pode-se entender então, que Jonas não morrera!)
1.8 O que ocorreu com Jonas foi um milagre de Deus, não a morte! Milagre por livrá-lo sem morte, num lugar escuro, com pouquíssima entrada de oxigênio, fétido, úmido, quente e solitário!
O seu pequeno livro profético do Velho Testamento demonstra que Deus realizou várias proezas ou sinais e milagres extraordinários e, dentre eles o reaparecimento de Jonas depois de ser engolido pelo tal “monstro marinho”.
1.9 A Bíblia (Jn 2.6) diz que “o Senhor deparou o grande peixe para que tragasse a Jonas” (versão de acordo com os melhores textos em hebraico e grego – 13ª impressão – 2000 – Editora Candeia (São Paulo) e IBB (Rio de Janeiro), o que pode ter sido um peixe com defeito em suas entranhas que pudesse receber maior quantidade de oxigênio em seu interior além do normal.
1.10 Exemplo: Homem em cujo pulmão nasceu um pé-de-árvore, um agricultor na Rússia (*).
1.11 Li, certa reportagem (não sei quando e qual revista ou jornal) de que uma baleia Cachalote, na Inglaterra, deglutiu um homem (não sei por quanto tempo), mas que voltou à vida normal depois de terem aberto a barriga daquele mamífero aquático. Este personagem é citado pelo renomado comentarista e exegeta bíblico, Dr Normal Russel Champlin, que o considera como um “Jonas Moderno”, cujo nome era James Bartley, cujas datas são (1879 – 1909).
II- A SUPOSIÇÃO DE QUE JONAS REALMENTE MORREU
2.1 Nenhum ser humano suporta mais de 03 minutos sob a água – lembrou-me o veterinário interlocutor. (Não sei se foi este o tempo que ele mencionou!)
2.2 Seria uma identificação com a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus. Um sinal para conversão dos ninivitas. (Que estes, estando mortos espiritualmente, poderiam ressuscitar! Aliás este é o escopo principal da mensagem bibliocêntrica: a ressurreição espiritual de cada indivíduo que venha a crer em Cristo e na eficácia de Sua expiação a seu favor!)
2.3 Nem todos os homens santos e profetas da Bíblia se identificaram em todos os pontos com Jesus. A identificação de Jonas com Jesus se deu pelo fato de ter sido ele um mensageiro como o foi Jesus (com a diferença de que Jonas entregou sua mensagem contra a sua própria vontade, embirrado!). Vemos ainda a identificação de Jonas com Jesus nos atos da morte, sepultamento e ressurreição! Jesus emergiu do “seio da terra”; Jonas, do ventre do “grande peixe”.
2.4 Morrer, ser sepultado e ressuscitado por Deus, e sair do ventre (ou seio) da terra são doutrinas bíblicas.
2.5 Para alguns, só a morte explica o fato de Jonas ter ficado sem oxigênio no estômago do “grande peixe”, tendo sido conduzido à morte, após 03 minutos submerso num ambiente confinado e sem ar, gerando uma rápida asfixia!
Estas são as duas hipóteses prováveis. Uma delas é verdadeira e a outra, logicamente é falsa. Uma acompanha a Vontade Soberana de Deus desde o início de sua vocação (quando Deus convocara Jonas) para ir pregar na capital Assíria, Nínive; a outra contraria os seus planos e vai de encontro ao que Ele preordenou em relação a esse profeta fujão. Com qual hipótese você ficaria? Qual a mais provável? Eu fico com a primeira hipótese: a de que Jonas não morreu, para se completar mais um milagre ocorrido e registrado em seu livro, cuja história é real, pois a ele se referiu Jesus, inclusive sobre este milagre do grande peixe que o vomitou, a fim de que, ao fim, fosse ele levar um SERMÃO DE SETE PALAVRAS ao povo de Nínive: “Em quarenta dias e Nínive será subvertida!”
Muniz Freire, 14 de novembro de 2009 – Fernandinho do forum
(*) O exemplo acima me foi passado pelo amigo Juba, que o colhera do “Jornal Nacional” da Rede Globo de Televisão.