COMEI DE TUDO O QUE SE VENDE NO. . .

Muitos vão se perder por ter dado ouvidos a espíritos mentirosos, liderados por falsos mestres, os quais têm sido cegados pelo príncipe deste mundo. Podemos ou não comer de tudo o que se vende no mercado? Devemos ser onívoros? Ou seja: comer de tudo, conforme um texto do apóstolo Paulo numa de suas epístolas a Timóteo? E a visão de Pedro, na qual Deus manda Pedro matar e comer os animais que lhe foram mostrados na visão? Vamos analisar os textos relativos ao tema e ver o que o mesmo diz. Vamos então reproduzir o texto da visão de Pedro.

“Subiu Pedro ao terraço para orar, quase à hora sexta. E tendo fome, quis comer; e, enquanto lho preparavam, sobreveio-lhe um arrebatamento de sentidos, e viu o céu aberto, e que descia um vaso, como se fosse um grande lençol atado pelas quatro pontas, e vindo para a terra. No qual havia de todos os animais quadrúpedes e répteis da terra, e aves do céu. E foi-lhe dirigida uma voz: Levanta-te, Pedro, mata e come. Mas Pedro disse: De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum e imunda. E segunda vez lhe disse a voz: Não faças tu comum ao que Deus purificou. E aconteceu isto por três vezes; e o vaso tornou a recolher-se ao céu”. Atos 13:9 a 15.

Há quem se fundamente nesse texto para justificar o seu proceder quanto ao seu modo de comer. Mas vamos contextualizar o mesmo.

“E estando Pedro duvidando entre si acerca do que seria aquela visão que tinha visto, eis que os homens que foram enviados por Cornélio pararam à porta, perguntando pela casa de Simão. E, chamando, perguntaram se Simão, que tinha por sobrenome Pedro, morava ali. E, pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito: Eis que três homens te buscam. Levanta-te pois, desce, e vai com eles, não duvidando; porque eu os enviei. E, descendo Pedro para junto dos homens que lhe foram enviados por Cornélio, disse: Sou eu a quem procurais; qual é a causa por que estais aqui? E eles disseram: Cornélio, o centurião, homem justo e temente a Deus, e que tem bom testemunho de toda a nação dos judeus, foi avisado por um santo anjo para que te chamasse a sua casa, e ouvisse as tuas palavras. Então, chamando-os para dentro, os recebeu em casa. E no dia seguinte foi Pedro com eles, e foram com ele alguns irmãos de Jope. E no dia imediato chegaram a Cesaréia. E Cornélio os estava esperando, tendo já convidado os seus parentes e amigos mais íntimos. E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem. E, falando com ele, entrou, e achou muitos que ali se haviam ajuntado. E disse-lhes: Vós bem sabeis que não é lícito a um homem judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo.” At. 10:17 a 27.

Reforçando esse texto, existe outro, veja:

“E ouviram os apóstolos, e os irmãos que estavam na Judéia, que também os gentios tinham recebido a palavra de Deus. E, subindo Pedro a Jerusalém, disputavam com ele os que eram da circuncisão, dizendo: Entraste em casa de homens incircuncisos, e comeste com eles. Mas Pedro começou a fazer-lhes uma exposição por ordem, dizendo: Estando eu orando na cidade de Jope, tive, num arrebatamento dos sentidos, uma visão; via um vaso, como um grande lençol que descia do céu e vinha até junto de mim. E, pondo nele os olhos, considerei, e vi animais da terra, quadrúpedes, e feras, e répteis e aves do céu. E ouvi uma voz que me dizia: Levanta-te, Pedro; mata e come. Mas eu disse: De maneira nenhuma, SENHOR; pois, nunca em minha boca entrou coisa alguma comum ou imunda. Mas a voz respondeu-me do céu segunda vez: Não chames tu comum ao que Deus purificou. E sucedeu isto por três vezes; e tudo tornou a recolher-se ao céu. E eis que, na mesma hora, pararam, junto da casa em que eu estava, três homens que me foram enviados de Cesaréia. E disse-me o Espírito que fosse com eles, nada duvidando; e também estes seis irmãos foram comigo, e entramos em casa daquele homem; e contou-nos como vira em pé um anjo em sua casa, e lhe dissera: Envia homens a Jope, e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro, O qual te dirá palavras com que te salves, tu e toda a tua casa. E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o Espírito Santo, como também sobre nós ao princípio. E lembrei-me do dito do Senhor, quando disse: João certamente batizou com água; mas vós sereis batizados com o Espírito Santo. Portanto, se Deus lhes deu o mesmo dom que a nós, quando havemos crido no Senhor Jesus Cristo, quem era então eu, para que pudesse resistir a Deus? E, ouvindo estas coisas, apaziguaram-se, e glorificaram a Deus, dizendo: Na verdade até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida.” At. 11:1 a 18.

Numa fala de Jesus relativo a alimento, ele disse:

“E, chamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi, e entendei: O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem. Então, acercando-se dele os seus discípulos, disseram-lhe: Sabes que os fariseus, ouvindo essas palavras, se escandalizaram? Ele, porém, respondendo, disse: Toda a planta, que meu Pai celestial não plantou, será arrancada. Deixai-os; são condutores cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova. E Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Explica-nos essa parábola. Jesus, porém, disse: Até vós mesmos estais ainda sem entender? Ainda não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre, e é lançado fora? Mas, o que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem. Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. São estas coisas que contaminam o homem; mas comer sem lavar as mãos, isso não contamina o homem. E, partindo Jesus dali, foi para as partes de Tiro e de Sidom.” Mt. 15:10 a 19.

Nesse texto Jesus estava falando da impureza das mãos ao comer, não liberando tudo para alimento ao seu povo.

Vejamos agora um texto de Paulo.

“Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência; proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças. Porque pela palavra de Deus e pela oração é santificada.” I Timóteo 4:1 a 5.

Esse texto tem servido de tropeço para indoutos, os quais se estribam nele para justificar as suas gulas.

Entretanto a parte destacada em negrito fala de alimentos criados por Deus para os fiéis, e para os que conhecem a verdade. Ora, se há alimentos para os fiéis, há também para os infiéis. Outrossim, a seguir fala ainda que tais alimentos são para os que conhecem a verdade. Esta segundo as Escrituras significa a lei ou mandamento de Deus, conforme Salmo 119:142, ú.parte. E na parte final do texto citado diz: “Porque pela palavra de Deus e pela oração é santificada.” E a palavra de Deus relativa aos alimentos limpos estão em Dt. 14 e Lv. 11 onde diz:

“Filhos sois do Senhor vosso Deus; não vos dareis golpes, nem fareis calva entre vossos olhos por causa de algum morto. Porque és povo santo ao Senhor teu Deus; e o SENHOR te escolheu, de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe seres o seu próprio povo. Nenhuma coisa abominável comereis. Estes são os animais que comereis: o boi, a ovelha, e a cabra. O veado e a corça, e o búfalo, e a cabra montês, e o texugo, e a camurça, e o gamo. Todo o animal que tem unhas fendidas, divididas em duas, que rumina, entre os animais, aquilo comereis. Porém estes não comereis, dos que somente ruminam, ou que têm a unha fendida: o camelo, e a lebre, e o coelho, porque ruminam mas não têm a unha fendida; imundos vos serão. Nem o porco, porque tem unha fendida, mas não rumina; imundo vos será; não comereis da carne destes, e não tocareis nos seus cadáveres. Isto comereis de tudo o que há nas águas; tudo o que tem barbatanas e escamas comereis. Mas tudo o que não tiver barbatanas nem escamas não o comereis; imundo vos será. Toda a ave limpa comereis. Porém estas são as que não comereis: a águia, e o quebrantosso, e o xofrango, e o abutre, e o falcão, e o milhafre, segundo a sua espécie. E todo o corvo, segundo a sua espécie. E o avestruz, e o mocho, e a gaivota, e o gavião, segundo a sua espécie. E o bufo, e a coruja, e a gralha, e o cisne, e o pelicano, e o corvo marinho, e a cegonha, e a garça, segundo a sua espécie, e a poupa, e o morcego. Também todo o inseto que voa, vos será imundo; não se comerá. Toda a ave limpa comereis.” Deuteronômio 14:1 a 20.

“E falou o Senhor a Moisés e a Arão, dizendo-lhes: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Estes são os animais, que comereis dentre todos os animais que há sobre a terra; dentre os animais, todo o que tem unhas fendidas, e a fenda das unhas se divide em duas, e rumina, deles comereis. Destes, porém, não comereis; dos que ruminam ou dos que têm unhas fendidas; o camelo, que rumina, mas não tem unhas fendidas; esse vos será imundo; e o coelho, porque rumina, mas não tem as unhas fendidas; esse vos será imundo; e a lebre, porque rumina, mas não tem as unhas fendidas; essa vos será imunda. Também o porco, porque tem unhas fendidas, e a fenda das unhas se divide em duas, mas não rumina; este vos será imundo. Das suas carnes não comereis, nem tocareis nos seus cadáveres; estes vos serão imundos. De todos os animais que há nas águas, comereis os seguintes: todo o que tem barbatanas e escamas, nas águas, nos mares e nos rios, esses comereis. Mas todo o que não tem barbatanas, nem escamas, nos mares e nos rios, todo o réptil das águas, e todo o ser vivente que há nas águas, estes serão para vós abominação. Ser-vos-ão, pois, por abominação; da sua carne não comereis, e abominareis o seu cadáver. Todo o que não tem barbatanas ou escamas, nas águas, será para vós abominação. Das aves, estas abominareis; não se comerão, serão abominação: a águia, e o quebrantosso, e o xofrango, e o milhano, e o abutre segundo a sua espécie. Todo o corvo segundo a sua espécie, e o avestruz, e o mocho, e a gaivota, e o gavião segundo a sua espécie. E o bufo, e o corvo marinho, e a coruja, e a gralha, e o cisne, e o pelicano, e a cegonha, a garça segundo a sua espécie, e a poupa, e o morcego. Todo o inseto que voa, que anda sobre quatro pés, será para vós uma abominação. Mas isto comereis de todo o inseto que voa, que anda sobre quatro pés: o que tiver pernas sobre os seus pés, para saltar com elas sobre a terra. Deles comereis estes: a locusta segundo a sua espécie, o gafanhoto devorador segundo a sua espécie, o grilo segundo a sua espécie, e o gafanhoto segundo a sua espécie. E todos os outros insetos que voam, que têm quatro pés, serão para vós uma abominação. E por estes sereis imundos: qualquer que tocar os seus cadáveres, imundo será até à tarde. Qualquer que levar os seus cadáveres lavará as suas vestes, e será imundo até à tarde. Todo o animal que tem unha fendida, mas a fenda não se divide em duas, e todo o que não rumina, vos será por imundo; qualquer que tocar neles será imundo. E todo o animal que anda sobre as suas patas, todo o animal que anda a quatro pés, vos será por imundo; qualquer que tocar nos seus cadáveres será imundo até à tarde. E o que levar os seus cadáveres lavará as suas vestes, e será imundo até à tarde; eles vos serão por imundos. Estes também vos serão por imundos entre os répteis que se arrastam sobre a terra; a doninha, e o rato, e a tartaruga segundo a sua espécie, E o ouriço cacheiro, e o lagarto, e a lagartixa, e a lesma e a toupeira. Estes vos serão por imundos dentre todos os répteis; qualquer que os tocar, estando eles mortos, será imundo até à tarde.” Levítico 11:1 a 31.

“Fareis, pois, diferença entre os animais limpos e imundos, e entre as aves imundas e as limpas; e as vossas almas não fareis abomináveis por causa dos animais, ou das aves, ou de tudo o que se arrasta sobre a terra; as quais coisas apartei de vós, para tê-las por imundas.” Lv. 20:5.

Mas alguém me perguntou, para que Deus as fez, se tudo que Deus fez ele achou ser bom?

Sim, tudo que Deus fez tem um objetivo, e nem tudo que é bom o é para servir de alimento ao seu povo, embora o possa ser para os povos gentios, veja:

“Não comereis nenhum animal morto; ao estrangeiro, que está dentro das tuas portas, o darás a comer, ou o venderás ao estranho, porquanto és povo santo ao Senhor teu Deus.” Dt. 14:21.

“Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus.” I Co. 10.31.