Um pouco sobre meu rico Candomblé
Ipadê
O Ipadê é uma cerimônia na qual se oferecem a Esu , antes do início das cerimônias públicas ou privadas, alimentos e bebidas votivas.
Embora o padê se dirija antes de tudo a Esu, comporta também obrigatoriamen te uma cantigas aos Eguns (antepassados), alguns dentre eles sendo mesmo de signados por seus títulos sacerdotais. O objetivo principal é retirar o ajé (Energias negativas) e reverenciar os ancestrais, Eguns, Egunguns, Baba Eguns, em especial as grandes mães ìyàmi òsòrònga e Opaoka e Ajé Shaluga.
Alguns rituais do Candomblé.
Sassayin,Sassaim ou Sasanha é o nome que se dá ao ritual de cantar as fo lhas sagradas ou rezar as folhas, com cantigas específicas para cada folha, reconhecidas pelo nome da folha (ewe) e seu conteúdo que é o atributo da fo lha, utilizado principalmente na preparação do abô, na feitura de santo pa ra retirar a energia vital das folhas e extrair o seu sangue (sumo)"sangue de origem vegetal", no sentido de purificar e alimentar os objetos sagrados e o corpo dos iniciados, possibilitando o equilíbrio e a renovação das energias.
Asesê
É uma cerimônia realizada após o ritual fúnebre (enterro) de uma pessoa iniciada no candomblé. Tudo começa com a morte do iniciado, chamado de úl tima obrigação, este ritual é especial, particular e complexo, pois´possibi lita a desfazer o que tinha sido feito na feitura de santo, é bem semelhan te com o processo iniciático chamado de sacralização, só que agora este pro cedimento é uma inversão chamada de dessacralização, no sentido de liberação do Orixá protetor do corpo da pessoa.
Sacrifício
Sacrifício é a prática de oferecer como alimento a vida de animais, às divindades , como ato de propiciação ou culto . O termo é usado também para descrever atos de altruísmo, abne gação e renúncia em favor de outrem.
Esse sacrifício não é só uma oferenda aos Orixás. Todas as partes do animal vão servir de alimento, nada é jogado fora. O couro do animal é usado para encourar os atabaques, o animal inteiro é limpo e cortado em partes, alguma partes são preparadas para os Orisás e o restante é destinado aos demais. Tudo é aproveitado: até a porção oferecida aos Orisás é posteriormente dis tribuída entre os filhos da casa, é usada para confraternização: unem-se os filhos a comer com o pai ou mãe, havendo repartição do Asé gerado pelo orisá.
Paná e kitanda
Durante os ritos de iniciação, a pessoa é devidamente isolada mantendo contato somente com pessoas preparadas para cuidá-la, toda atenção lhe édedicada, sendo-lhe destinada uma mãe criadeira também denominada de ojú bòna, para lhe assistir em tempo integral.
Um iyawo equivale a uma criança nova, recém-nascida e merecedora de to dos os cuidados, daí o iyawo também ser chamado de omotun, que quer diizer “criança nova”. Embora adulta e talvez bem vivida, a pessoa ao entrar para se iniciar se transforma numa criança, pois é um ser novo que nasce para a religião. Por esse motivo, após o ritual do oruko, ou seja, do nome de iyawo, torna-se necessário um novo ritual: o reaprendizado das coisas, que no Candomblé de Ketu chama-se Paná e nos de Angola, Kitanda.
A palavra paná em yorubá significa “fim do castigo”, em referência a que bra da rigidez exigida durante o começo da iniciação (banhos, pintura, ras pagem) e kitanda, em kimbundo, significa “feira, mercado”.
Essa maior liberdade é proporcionada pela presença de entidades chamadas no Ketu de ere. Estas entidades têm características infantis proporcionando ao iyawo um certo relaxamento e repouso.
Estes rituais paná (no Ketu) e kitanda (no Angola) representam em verda de a quebra das kizilas em que o iyawo estava submetido durante o tempo de recolhimento,é o reaprendizado dos gestos e ações do dia a dia. Por isso, são colocados objetos como: tesoura, lápis, linha, agulha, vassoura, copos, pratos, etc...
Grá (Djedje)
O Grá é uma divindade ou entidade violenta e agressiva que se manifesta na Vodunsi apenas na sua iniciação, próximo ao “dia do nome”, é acompanhado pelos Ogans, Ekedjis e algumas Vodunsis antigas que farão com que ele realize algumas penitências, fazendo-o cansar, e há um número certo de pessoas que poderão acompanhar este ritual.
Bori
Existem várias maneiras de fazer o ritual oferecimento ao ori (cabeça), pode ser oferecido quando há necessidade, em qualquer pessoa, independente de ter ou não que ser iniciada no orisá, é o ritual que harmoniza o ori, diminui a ansiedade, a dor, a tristeza, trazendo a esperança harmonia e alegria.
É uma das oferendas mais importantes que visa o bem estar individual no candomblé, é sério, complexo e profundo o sacerdote tem que ter grande conhecimento a respeito em relação a questão do ori e da evolução humana.
Seu objetivo é de alimentar o ori, não tem prazo de validade, nem frequência determinada, devendo ser repetido sempre que se mostre necessário. O jogo adivinhatório determinará através do odu, que material deverá ser usado no bori,e este material poderá ser desde apenas um copo d'água e um obi, até uma oferenda bem grande.