PORQUÊ TANTAS RELIGIÕES?

É a pergunta de muitos.

Não existem tantas religiões como se pensa e se propaga por aí, porque segundo certo autor, há somente sete religiões principais no mundo, as demais são seitas, ramificações, dissidências e denominações, constituindo-se uma realidade não só em nosso Brasil, mas em todo mundo, desde os tempos do início do Cristianismo.

Mas, por quê tanta preocupação em relação às religiões ou denominações evangélicas, como que tencionando desvalorizá-las? Como que objetivando dizer que a desunião predomina em nossos arraiais! Ou mesmo com o objetivo de proclamar que todas elas “não passam de um saco de gato”, como dizia certo pároco romano do passado! (Até parece que desunião não existe em todo lugar neste planeta terra, inclusive entre aqueles que propagam que são unidos! Onde está a unanimidade neste orbe terrestre?)

Existem tantas línguas e dialetos no mundo e ninguém reclama! Embora se compreenda a dificuldade de transculturação que a variedade glossolálica nos traz! Mas, para que facilidade em se comunicar com todos do mundo inteiro? Para o bem ou para o mal? Não seria monótono e cansativo ter facilidade de acesso com todos? Afinal, todos aceitariam os nossos contatos? Todos se afinariam conosco? E por aí vai! ...

Existem tantas disparidades e teorias ocas nas diversas filosofias seculares, nas ciências, na sociologia, na política e em todas as matérias de estudos dos homens e não se vê ou não se ouve tantas preocupações com estas disparidades ou disparates!

Há tantos medicamentos e receitas médicas que se conflitam, mas poucos os que conseguem ver as incongruências neles. Isto é uma realidade entre os medicamentos que muitos são postos fora de circulação por causa de fórmulas erradas, por estar prejudicando a humanidade ou por motivos outros que não sabemos explicar. Ninguém tenta desmoralizar os discípulos de Hipócrates ou os cientistas desta área! O máximo que fazem é tentar desbancar um e outro para vender um remédio mais eficaz, ganhar o mercado e a credibilidade do povão!

Há tantas divergências e experiências completas de cientistas, que vieram à lume, há séculos e outras mais recentes, contidas nos livros, nas Enciclopédias, em museus e ninguém tenta retocá-las, no sentido de desvalorizá-las, com raras exceções!

Nenhuma propriedade agrícola (fazenda ou sítio) tem solo igual ao outro: há um canto de pedras; outro canto de brejo; outro trecho é alagado; de um lado a terra é roxa; do outro, a superfície é terra vermelha; um terceiro tipo de solo é amarelado. Um lado é montanhoso; o outro é várzea. Um ponto é bom para uns produtos; o outro é bom para outros produtos. Assim são os corações humanos – formado de diferentes “terras”, para se adaptarem a um sistema religioso. Na parábola do semeador aprendemos que há quatro (04) tipos de solos, que simbolizam os tipos de corações que reagem de forma diferentes ao receberem a semente santa da Palavra de Deus. Não há reação igual, nem coração idêntico.

Mas, em se tratando dos assuntos sagrados, é sempre assim: todos se arvoram em “teólogos” ou “teoleigos”, como se fossem verdadeiros eruditos do assunto! São os curandeiros da vida, tentando modificar ou torpedear a religião! Talvez entendendo que seu costume ou (“modus vivendi” (modo de viver) como ímpio, seja superior aos costumes da Bíblia!

Muitos querem pichar as diversidades de opiniões. Muitos querem rebaixar o fato de haver muitas denominações evangélicas! Andam esquecidos dos direitos humanos, do direito de escolha, de opção, direito natural, direito de ir e vir garantido na constituição e tudo o mais. Esquecidos também de que no tempo de Cristo já havia diversas seitas (Fariseus, Saduceus, Essênios e Herodianos) e que não há unanimidade ou unidade em nada “debaixo do sol!” Qualquer propalada unidade neste mundo é mera propaganda para “inglês ver!”

É bem verdade que só Cristo salva (não a religião) e que muitas atrapalham, mas nem todas! No entanto, todos têm direito até de se iludirem, de “quebrarem o nariz!” Felizes são aqueles que, ainda em tempo mudam de posição, depois de convencerem-se de que estavam laborando em erro, servindo a um deus que não salva ou pregando um cristo que não é o bíblico ou vivendo uma realidade que não é a cristocêntrica!

Que Deus os aclare a tempo, a fim de poderem se acomodar àquele credo que mais for coerente com a Palavra de Deus (e não com as palavras dos homens) ou que lhes satisfaçam intelectual, moral e espiritualmente.

Muniz Freire, 09 de outubro de 1.994

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