IMPLOSÃO OU EXPLOSÃO? - (Hebreus 13.12, 13)
Dentro de certa matéria ou ciência pertinente, EXPLOSÃO pode ser definida como uma certa quantidade de pólvora que, depois de certo grau de calor ou quando tangida por pequena língua de fogo, traz uma reação química tremenda, fazendo explodir tudo ao seu redor. Já a IMPLOSÃO acontece quando inúmeras quantidades de explosivos (“bananas”) de dinamites são amarradas umas às outras, para explodirem em seguida, de forma sucessiva, uma após a outra, de cima para baixo, fazendo um edifício de muitos andares vir abaixo, até o solo, formando um grande monturo e espessa poeira, após tremendo estrago causado ao amontoado de tijolos e concretos armados.
Transferindo ambos os conceitos para as aplicações sócio-eclesiástica, obtemos que implosão é quando um grande grupo de fiéis religiosos se aglomeram num mesmo local, para realizarem suas reuniões necessárias, principalmente, quando há muito assunto em pauta, de caráter de urgência ou não, a serem tratados em prol de uma causa ou objetivo previamente designado. Há muitos motivos numa Igreja ou grupos de igrejas, para se reunirem em um grande ginásio ou estádios de futebol, para realizarem suas convenções, concílios, congressos, seminários, encontros e outras aglomerações indispensáveis, dentro dos processos da modernidade em que vivemos ...
Considerando um dos movimentos anteriormente citados - a implosão - porque a repercussão é apenas interna, não passando das quatro paredes, como também não atinge massa maior de pessoas, uma vez que estas se encontram maciçamente fora do círculo concentrado de um ginásio ou estádio – a grande multidão está sempre “lá fora”.
Ora, já que a grande massa de pessoas se encontram nas praças, ruas, repartições e residências, por quê não ir ao encontro delas, tocando-lhe as campainhas, abordando-as nos locais onde elas se encontram, atingindo seus corações com uma palavra de esperança, de consolo e com a mão amiga da solidariedade e do amor? Por quê não aproveitar a grande oportunidade de um encontro de servos e servas do Senhor, mesmo que seja por algumas horas, inserindo na programação daquele evento, um item de evangelismo ou de contatos pessoais em toda a cidade (pequena principalmente) ou por todo um bairro da cidade. Seria muito mais proveitoso, muito mais repercutível, muito mais transformador – uma verdadeira explosão! A explosão é o inverso da implosão. Enquanto uma procura espaço interno nos locais deste mundo (prédios), para implodi-los literalmente; a outra, procura espaço interno (nos corações) dos pecadores, para “explodi-los” espiritualmente!
Temos presenciado e ouvido contar de trabalhos de um dia. Um dia inteiro, quando se aglomeram certa organização de nosso meio Batista (diga-se de passagem, - a MCA, uma organização que tem trabalhado muito e sempre tem mostrado serviço para a Causa de Cristo. Tem mostrado seus méritos), porém, neste aspecto tem faltado esta visão, qual seja a de realizar os seus trabalhos de casa em casa, de pessoa a pessoa, causando aquele impacto que só Deus pode saber o seu resultado, através da explosão que está se escasseando.
A explosão, pelo dínamo do Espírito que deve revolucionar corações, quando a semente da Palavra é semeada, através da qual, cada crente, participante de um evento qualquer, deveria se empenhar, principalmente, se o trabalho se realizar numa cidade interiorana, onde o catolicismo, o indiferentismo, o materialismo imperam! Só Deus mesmo pode saber de antemão os saldos positivos que poderá advir se tal acontecer e se realmente pusermos em prática o método pessoal que era fluentemente usado pelos primitivos cristãos da era primitiva.
É preciso realizar explosão fora dos nossos “arraiais”, buscando almas, lá fora, onde os pecadores estão. O reformatório, agência de adoração, de consolidação, de oração e de toda espécie de devocional é, além dos lares, o templo. Mas, a expansão do reino nos corações, ocorre quando partirmos para fora das nossas portas, a fim de levarmos o “vitupério” de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. (Hebreus 13.13)
Irmãos em Cristo, usemos do método da implosão, para falar às massas de crentes, mas que não nos esqueçamos de fazer uso da explosão, para comunicarmos a mensagem salvífica de Jesus aos nossos amigos que estão partindo deste mundo sem Cristo e sem salvação, enquanto temos ainda muito vigor. Que o Senhor nos abençoe. Amém!
Muniz Freire, 23 abril de 1998
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