Manual do professor

 

  1. Compare três traduções diferentes. Leia cada versículo nestas versões. Que palavras são traduzidas de forma diferente e procure perguntar a si mesmo o por quê. Problematizar, perguntar, questionar a si mesmo, aperfeiçoa e contribui para uma boa aula. Ao chegar na sala, vá munido de caneta para anotar as participações de seus alunos em suas notas e incorporá-las em melhor formulação.

  2. Ouça o programa “A traves de la Bíblia” disponível na internet (http://m.oneplace.com/ministries/thru-the-bible-spanish/) a respeito deste capítulo. Este programa tem ótima exposição ao leitor comum das Escrituras e você acumulará, conhecimento e técnicas de ensino.

  3. Estude e apresente aos seus alunos, as chamadas Sínteses dos livros bíblicos, no caso, 1 Coríntios. Consulte as notas do Missionário C A Nickell (www.recantodasletras.com.br), Através da Biblia livro por livro (Pearlmann) e 66 chaves da Bíblia.

  4. Forneça aos alunos uma história do capítulo. Por que Paulo está escrevendo esta epístola, este capítulo?

 

 

 

Introdução ao capítulo 8 de 1 Coríntios

 

 

A cidade de Corinto era um famoso porto comercial da Ásia, sua população chegava aos 400 mil habitantes, perdendo apenas para Roma, Antioquia e Alexandria, distante de Atenas uns 80 kilometros. Por ser porto internacional a cidade era palco de uma cultura variada, pessoas das mais diferentes crenças e comportamentos moravam ou passam dias na cidade.

Em Corinto havia uma Sinagoga (reunia judeus). Havia um templo dedicada a deusa Vênus (Afrodite dos gregos). Os cristãos consideravam Vênus a divindade da liberalidade sexual. Em Corínto haviam famosos grupos de estudos filósoficos da Grécia, uma cidade que seguia de perto tradição de intelectualidade que não a deixava menor que Alexandria.

 

 

Cristão e as carnes oferecidas aos ídolos

 

Ídolos para o apóstolo Paulo e os cristãos do primeiro século eram não apenas as imagens, estátuas das divindades dos povos politeístas ou não judaicos, mas a própria ideia de existirem outros deuses além do Deus revelado no Primeiro Testamento1.

O cristianismo nasce como uma fé, religião ou cultura guerreira, cujo objetivo é a conquista de outras formas de pensamento, por isso, a grande tônica no Segundo Testamento seja a conversão.

A idolatria em nossos dias ultrapassa a mera adoração ou veneração de imagens. A compreensão acumulada pela experiência e conhecimento humano nos ensina que muitos dos prazeres carnais, morais e o consumismo, por exemplo, são ídolos com os quais nos deparamos e que os primitivos não conheciam. Por isso, o problema moderno pode não ser mais as carnes oferecidas aos ídolos ou deuses falsos.

Temos então, colocados dois problemas a resolver nas atuais congregações. Nos dias do apóstolo Paulo, os animais sacrificados nas festas dos deuses romanos eram posteriormente vendidos à comunidade e isso com frequência. Com matadouros, açougues, carnes não são vendidas em atividades de congregações, pelo contrário, as festividades religiosas compram alimento animal dos açougues, por força de lei, inclusive. O problema é, portanto, histórico e datado na maioria das regiões.

A segunda questão é a até que ponto o cristianismo deve militar, em nossos dias, contra outras religiões, que à base superficial de certo tipo de análise, permitiria perseguição, destruição e discriminação a cultos, por exemplo, religiões afro, orientais, animistas e outras. Pode ser que sejamos obrigados a discutir em nossas comunidades a questão da inspiração dos autores bíblicos, os elementos culturais nos escritos sagrados e estabelecer paralelos com os avanços da democracia, da liberdade, do ecumenismo, do respeito humano revindicado pela História, depois de tanta intolerância e resultados trágicos registrados em seus livros.

 

 

Ética e maturidade: a importância do conhecimento

Em 1 Coríntios 8.1 Paulo fala do conhecimento. E fala que todos temos conhecimento. No Brasil algumas denominações são assinaladas pelo anti-intelectualismo declarado. Segunda estas, nenhum cristão deve ou precisa estudar a Bíblia. Nos momentos de conflitos, o Espírito Santo traria à memória do cristão, as pregações dos anciãos para que não se percam. Outras igrejas tem o antiintelectualismo disfarçado. Embora não combatam visívelmente o estudo sistemático das Escrituras, seus membros não são incentivados, não recebem estímulos para estudar as Escrituras, mesmo que alguns destes ousem lecionar nas escolas dominicais.

Não há conhecimento das Escrituras, da fé cristã, sem estudos, primeiro, da própria Bíblia que deve ser lida em sua totalidade, capítulo por capítulo, livro por livro. Esse é mandamento, não é conselho. Salmo 1.1-6; Atos 17.11; 2 Tim. 3.14-17; 1 Ped. 3.15; Hebreus 5.12-16.

Enquanto em nossas comunidades os crentes se contentarem em participar dos cultos, cantarem pseudo-louvores, se encherem de tantos congressos, associações, convenções, encontros de casais, mas isto não os conduzir a paixão pela leitura diária e sistemática de toda a Bíblia, não haverá conhecimento. Sem conhecimento o que resulta é uma fé mediocre, fraca, enganosa e uma religião superficial, supersticiosa e não distante do fanatismo.

O conhecimento vem de uma atitude disciplinada de estudar, com hora determinada, com perguntas e respostas, com recursos didáticos de estudo. É preciso que pastores e professores eclesiásticos “passem tarefas” para os membros e alunos. Quanto mais tempo de fé, conhecimento, informações variadas devem ser acumuladas. Quem não conhece, ainda que se pretenda doutor das Escrituras, quer pela superstição ou pelo fanatismo, aprofundará nas trevas e causará danos ao testemunho de sua fé. A ordem de Jesus Cristo, foi “discipular”, isto é, estudar, fazer escola (Mat. 28.20).

1Primeiro Testamento, porque a expressão VELHO TESTAMENTO é uma ofensa ao povo judeu, além de ser um preconceito com os escritos de Moisés e dos Profetas. Além disso, é teologicamente questionável a validade ou não da LEI para nossos dias. Segundo Testamento, porque aquilo que chamamos de NOVO TESTAMENTO, está longe de ser o novo testamento prometido pelos profestas, no futuro ao povo judeu e a humanidade.