ESCOLA BÍBLICA ECLESIÁSTICA

 

Importância da Escola Bíblica nas Igrejas

 

O estrondoso desvio doutrinário das comunidades cristãs1, que transformou a pregação cristã em produto de mercado a ser vendido, criando empresas da fé em desenfreada concorrência, permitindo a uma nação de pessoas humildes, pobres e sem cultura escolar, a dominação por indivíduos carismáticos, num inegável culto à personalidade. Cada reunião, que já não pode ser chamada de culto, a preocupação é a quantidade de dinheiro que tem que ser arrecadada para manter as estruturas institucionais, algumas já com o patrimônio sob suspeita nas reportagens da mídia. Diante desse caos, o ensino sistemático, ético, cultural e responsável do que contém nas páginas da Bíblia, de vez, foi deixado de lado. Como as reuniões visavam o sucesso financeiro da liderança local (se ela não arrecada é afastada) e da central do movimento, se faz necessário longo e calculado processo de lavagem cerebral que precisa incluir toda a família, afinal a religião mercadológica objetiva a dependência emocional do indivíduo, da mais tenra infância à velhice2.

As igrejas tradicionais que mantiveram as escolas dominicais, assim denominadas, por se realizarem, lamentavelmente apenas nos domingos de manhã, com baixa frequência, foram aos poucos abandonadas pelos pastores. As razões disto se deve à precária formação dos mesmos nos seminários3 que longe de ensino rigoroso e textual das Escrituras, estão desprovidos de formadores graduados na área do pensamento educacional e filosófico e por isso, ao assumirem congregações simplesmente as transformam em classes de micro-pregação e não como atividade educativa lúcida e crítica para os seus alunos. O despreparo é tamanho que as igrejas locais encarregam qualquer membro da comunidade para direção das escolas dominicais se avaliar o histórico e o currículo dos diretores e professores da escola bíblica. Desta forma, aqueles que nunca estudaram, jamais leram as Escrituras, não são apegados à leitura de livros, incapazes de escrever uma linha de pensamento próprio, vão para os postos praticar rituais, que dão a impressão de que administram a educação em suas igrejas. E quando as igrejas não ensinam seus membros a importância da cultura, das letras, dos livros? Nem mesmo os pastores conseguem, então, produzir um trabalho merecido e que contribua para a edificação, amadurecimento e autonomia dos membros destas comunidades.

Se uma igreja deseja marcar sua presença no mundo, fazer diferença como o sal da terra e a luz do mundo, devem, nos dias atuais, investir no ensino com conteúdo, sistematicamente qualificado, formando educadores cristãos, com amplos conhecimentos nas áreas da teologia quanto do pensamento educacional nacional e suspender a crença vã de que as pregações temáticas que realizam nos cultos de quarta-feira ou domingo seja suficiente para construir cristãos fortes (Hebreus 5.12-6:4).

Se é preciso investir num outro perfil de participante da comunidade, outro perfil do educador cristão é mais necessário. O que você tem feito para ser um bom professor em sua igreja? Tanto não desejar ensinar ou não se preparar se constitui um desleixo injustificável para qualquer membro de congregação.

1A Bíblia não apresenta a forma de igrejas institucionais como vemos em nossos dias. Parto do princípio que independente de pertencer ou não a um sistema eclesiástico centralizado, cada congregação e seus respectivos líderes são responsáveis pela condução correta ou não das pessoas que os ouvem.

2Seria de recorrer a Psicologia quanto ao dano que cenas de pseudo-exorcismo, pregação com sofisticação acústica para alterar a consciência dos assistentes, à mente de crianças e infantes.

3Crença inútil e ingênua de que apenas teólogos ou pastores sabem de fato o que deve e como deve ser ensinado.