Ao meu ego: Desculpe-me pelo ateísmo.
A mente de um jovem criado nos conceitos severos da Grécia antiga ou da Grécia atual, nos estados unidos ou na índia, hoje ou daqui a alguns séculos sempre funcionará da mesma maneira. Assim como jovens da idade média gostavam de praticar as coisas que jovens da idade média gostavam de fazer, os jovens brasileiros de hoje gostam de futebol, e não ao contrário, por motivos óbvios; eles foram criados nesse meio onde suas mentes são naturalmente influenciadas para gostar de coisas que estão no auge de sua década. Dificilmente você encontrará um jovem brasileiro hoje que sonhe em ser um guerreiro, assim como dificilmente você encontrará um homem de séculos atrás que tenha como objetivo principal de sua vida a estabilidade financeira, familiar, etc. E assim do mesmo modo vem acontecendo com a religião. A muitos e muitos anos atrás, homens e mulheres davam suas vidas e rogavam a Zeus, como hoje homens rogam a Deus. Os mesmos homens que hoje rogam a deus, certamente tem opiniões formadas de que Zeus era apenas fruto da imaginação desses pobres e iludidos homens. Assim como diriam os devotos de Zeus se pudéssemos voltar ao tempo e perguntássemos à esses eles o que acham sobre as teorias de um livro que diz ter existido a muito tempo atrás um paraíso com uma cobra falante, maças proibidas, um homem e uma mulher criada por suas costelas.
Bem, pelo menos para mim, fica claro que o ego desses homens sempre falou mais alto ao longo de suas vidas. A fachada de que exista algo superior a eles, na verdade nunca passou do mais verdadeiro e puro ‘Ego’. O que faz com que os seguidores de Zeus, tanto como os seguidores de Deus, alimentem seus egos?
Respondo-lhes: Zeus, Deus, Alá, ou como quer que você chame.
Essas criaturas fazem cada um deles se sentir exatamente como eles precisam: Não-insignificantes.
Afinal, o que seria deles se aceitassem apenas a dúvida de que não conhecem o verdadeiro motivo de suas existências? E é muito mais difícil aceitar o fato de que ela um dia ela se tornará insignificantemente nada. Seus egos não aceitam. Assim como os egos de todos os ateus também fala mais alto. E dói. Por que motivos você pensa ser tão difíceis e raro manifestos ateístas comparados aos religiosos? Por motivos históricos de medo e opressão? Também. Mas há outro lado, aquele em que todos têm em comum: seus egos feridos.
Mas então, o que nutre o ego de um ateu? Muitas vezes, é o motivo de não se ver tantos manifestos e haver muitas rixas entre religiosos e ateus: De um lado o religioso, sentindo-se superior por saber que não é insignificante perante seu deus, do outro o ateu sentindo-se superior por não se iludir tão fácil.
Ah ateu, está enganado. A mente humana é tão sucessível à ilusão... É uma pena que ela sinta medo. É uma pena que a ciência reze pra não provar sua insignificância sem querer num experimento qualquer. E é uma pena ainda maior para o meu ego admitir que talvez seja tarde demais para descobrirmos o motivo de nossa existência. Só há uma coisa em que algum dia todo ateísta, religioso ou indeciso chegará a conclusão: Seja qual for o motivo de existirmos, falhamos terrivelmente.