O ONANISMO: SUA PRÁTICA NA HISTÓRIA: DA CONDENAÇÃO À RECOMENDAÇÃO
A origem do termo.
Do capítulo 38 de Gênesis, leiamos os seguintes versículos (J.F. de Almeida Atualizada):
6- Depois Judá tomou para Er, o seu primogênito, uma mulher, por nome Tamar.
7-Ora, Er, o primogênito de Judá, era mau aos olhos do Senhor, pelo que o Senhor o matou.
8-Então disse Judá a Onã: Toma a mulher de teu irmão, e cumprindo-lhe o dever de cunhado, suscita descendência a teu irmão.
Ou seja: Tamar fica viúva e se casa com o cunhado. Pelo costume da época, o primogênito deste deveria herdar as riquezas de ER. O "esperto" Onã, para não fertilizar Tamar, fazia sexo interrompido ("desperdiçou o seu esperma na terra"). O objetivo era se apropriar da herança deixada pelo irmão.
Não se sabe o motivo, mas esse ato de Onã foi interpretado como masturbação masculina. Este trecho: "teve relações com a esposa de seu irmão" comprava se tratar de coito (incompleto) e não de masturbação.
Esse "pecado doloso" de Onã o levou ao castigo (morte). E a masturbação, depois, passou a ser considerada também um pecado.
A palavra MASTURBAÇÃO foi cunhada por Havelock Ellis (1898),
médico que fundou a Psicologia Sexual, a partir das palavras latinas MANUS (mãos) e TURBARI (esfregar).
Esse "esfregar com as mãos" remonta à pré-história. Na Grécia Antiga, era aceito naturalmente. No Egito, era uma prática coletiva de adoração. Em Roma, era praticado, e até tido como um preventivo contra a ejaculação precoce. Mas, quando a cultura judaico-cristã, cheia de Onã na cabeça, passa a prevalecer no Ocidente, começa a repressão.
Tomás de Aquino a considera um pecado mais grave que o incesto.
A partir de 1677 (descoberta do espermatozóide), a Medicina passa a qualificá-la como como uma doença e um mal moral, uma vez que os gametas masculinos seriam "bebês em miniatura".
A repressão atinge o auge nos séculos 17, 18 e 19, época em que foi considerada "culpada" por muitas males (distúrbios gastro-intestinais, inapetência, fome voraz, náuseas, tosse, rouquidão, impotência, falta de libido e ejaculações noturnas). No "Ensaio sobre as doenças decorrentes do Onanismo" (1758), S. Tissot afirma que ela atacava os libidinosos, que permaciam magras e fracas mesmo se alimentando bem.
A implacável censura à sexualidade no Ocidente só foi sendo aliviada no início do século 20, com o estudos de Sigmund Freud, Kraft-Hebing e Havelock Ellis sobre o tema. Mas, ainda hoje, muitos consideram o onanismo uma prática abominável devido a mitos sobreviventes daqueles séculos de extrema repressão (17 a 19). O Catecismo católico fala em "desordem moral", mas os profissionais de saúde o consideram um ato sadio, e até defendem que ele pode prevenir o câncer de próstata e aliviar a depressão.
Fonte: Wikipédia.