UM DEUS FLEXIVEL
UM DEUS FLEXIVEL
Em sua soberania, nosso Deus é flexível, fazendo tudo como lhe apraz, com os povos, com os homens individualmente, traçando sobre cada um deles a sua vontade, a fim de que vivam em sua presença e norteiem seus caminhos segundo a sua Santa Palavra.
Foi assim com Israel e o poderá ser com cada um que lhe teme e nEle confia.
Pensando assim, podemos verificar os ajuntamentos e as dispersões de Deus ao longo da história da salvação, relacionada ao povo israelita, provocadas e permitidas por Esse Soberano Senhor do céu e da terra, demonstrando sua flexibilidade e quando a verificamos.
Ele ajuntou um casal no Éden e depois os expulsou dali.
Reuniu homens (e animais) na grande Arca de Noé, símbolo de Cristo Salvador, mas não ficaram toda vida naquele grande barco, quando tiveram que deixá-lo e se espalhar e multiplicar-se.
Ele permitiu o ajuntamento, pelo menos provisoriamente, dos descendentes Noéticos em torno da Torre de Babel e, já que esta não era sua Vontade Ideal, os espalhou por sobre a face da terra, a fim de que, o orgulho humano, que é inerente ao próprio homem, após a queda pecaminosa edênica, não se aflorasse na humanidade e para que não tornassem realidade a adoração ao Deus Ninrode e outras supostas divindades.
Desagradando a sua própria vontade, permitiu o ajuntamento de seu povo no cativeiro egiptano, mas o libertou dali, depois de quatrocentos e trinta anos, levando-o a peregrinar em direção à terra da promessa.
Ajuntou por longos anos este mesmo povo à canaã terrestre com muitas lutas, conquistas e mortes, mas permitiu também que viesse, após pecados sobre pecados deste mesmo povo desobediente, que caísse nas mãos de assírios e babilônios.
Permitiu o regresso desta nação israelita, por mão do pagão Ciro, ocasião em que nem todos voltaram do cativeiro babilônico, se permitindo viver uma vida cômoda e sem Deus no cativeiro, quando muitos se espalharam por este mundo.
E, já no Novo Pacto, reunia em torno do Deus-Homem, todos os homens, de todas as classes, em torno de Si, como também permitiu que todos realizassem solene ajuntamento em Jerusalém, para que esperassem a grande promessa da efusão do Espírito Santo, a mola mestra para a verdadeira unção, união e óleo espiritual para ligar e entranhar os homens num grande laço em torno de sua Igreja Nascente de caráter eterno.
Os primitivos cristãos foram ensinados que não poderiam ficar só em Jerusalém, porque a promessa de salvação atingiria outros povos gentios, que este mesmo povo judeu custava a crer fossem aceitos em seu meio e fossem objetos do amor de Deus e, então Deus permitiu o primeiro grande cisma em sua Igreja, a fim de que o evangelho rompesse barreiras a partir do preconceito judaico, uma vez que o amor de Deus não tem cor, raça ou nacionalidade, daí a razão hoje de darmos ênfase na conquista de povos e corações ainda não alcançados. A dispersão de filhos de Deus ainda que através de diversas denominações e agências missionárias, é, de certa forma, uma permissão de Deus, para o avanço de seu Reino nas vidas ainda não conquistadas.
Mas, quando de sua volta (“parousia”) – necessário será que estejam todos reunidos para a realização do rapto da assembléia espiritual (a Igreja), qual noiva que espera a chegada do noivo, para o maior e mais longo ajuntamento dos remidos na eternidade, onde haverá uma reunião eterna, perfeita sem que seja preciso tanta flexibilidade, porque lá veremos Esse Deus face a face e compreenderemos melhor seu caráter que se faz flexível por amor aos que redimiu com seu sangue.
Muniz Freire, 24 de abril de 1998
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