AS INVOCAÇÕES DA LADAINHA DE NOSSA SENHORA (V)
 
Virgem prudentíssima
 
A virtude da prudência sempre foi a mãe e guarda de todas as virtudes a ponto de o nosso salvador no-la recomendar: “Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas”. (Mt 10,16). São Paulo entendeu perfeitamente esse ensinamento de Jesus, e baseado nele nos exortou: “Quero que sejais prudentes no tocante ao bem, e simples no tocante ao mal. (Rom 16,19b). De fato, a virtude prudência nos faz evitar precipitações, nos dá o discernimento preciso para evitarmos o mal e o direcionamento seguro para que aconteça somente a vontade de Deus em nossa vida.
 
Maria santíssima sempre trouxe consigo esta virtude em grau máximo, por isso é chamada Virgem prudentíssima, porque tinha o seu refúgio no Senhor e agia sempre conforme o seu Conselho. Vemos o exercício desta virtude por parte da Virgem nos seguintes episódios do Evangelho: o nascimento de Jesus (cf. Lc 2,1-21); a apresentação de Jesus no templo (cf. Lc 2,22-40); a fuga da Sagrada Família para o Egito (cf. 2,13-23); a perca e o encontro do menino Jesus no templo (cf. Lc 2,41-52); e nas bodas de Caná (cf. Jo 2,1-12).
 
Virgem venerável
 
Veneração é um ato sublime de reconhecimento das virtudes dos santos e da importância que esses santos tiveram e têm diante de Deus, por sua escolha, por sua dedicação a Deus e por tudo o que viveram para que o Plano da Salvação se realizasse plenamente no meio de nós. Quando dizemos: “Veneração dos santos, dizemos de uma especial devoção aos santos, que são considerados modelos de vida cristã e que gozam no Céu da vida eterna, podendo interceder pelos fiéis, sendo a veneração uma forma de prestar-lhes respeito”.
 
“O Culto Divino está devidamente reservado apenas para Deus (latria) e nunca para os santos. Embora o termo "veneração" ou "culto" seja frequentemente utilizado, verdadeiramente significa apenas prestar honra ou respeito (Dulia) aos santos. Veneração não deve ser confundida com idolatria”. (Wikipédia).
 
Por que veneramos Maria, a Mãe de Jesus? Porque em nenhum outro ser humano se deu a graça de Deus como seu deu nela. Serva fiel do altíssimo teve a honra de receber em seu ventre o Filho de Deus, gerado pelo Espírito Santo, e que permaneceu com ela desde a concepção até sua morte de cruz e subida ao céu. Ora, em ninguém deste mundo ou do outro esse acontecimento se dará novamente. A carne do Salvador é carne da Virgem, o Sangue Redentor é sangue da Virgem, ou seja, Maria está sempre presente em Jesus e Jesus sempre presente em Maria e isto é único, não se repetirá mais. Então, quando veneramos a Virgem Mãe, estamos reconhecendo nela as sublimes virtudes que o Senhor lhe concedeu, como ela mesma nos revelou: “Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo”. (Lc 1,46-49).

Virgem louvável
 
O louvor é próprio dos filhos e filhas de Deus, porque, conduzidos pelo Espírito Santo, são receptores e condutores das graças que Deus nos prodigalizou, para o louvor de Sua Glória. Ora, assim como o Senhor, por meio do seu Espírito, nos dá a graça de reconhecermos as sublimes virtudes de sua e nossa Mãe, de igual modo, Ele também nos dá a graça de emitirmos o louvor que Ela merece, nada mais justo, pois, qual o filho que amado por sua mãe até o heroísmo de sua entrega, não a louva?
 
Grandíssimo mérito tens, ó Virgem louvável, por teres vivido neste mundo como morada definitiva de Deus. E ao partires daqui para os céus, continuas a nos assistir por tuas preces junto ao teu amado Filho Jesus, para que recebamos em toda a sua plenitude as graças que Ele nos prometeu. Ó Mãe amável, recebe o nosso louvor e admiração, pois somos os teus filhos e filhas, ó Mãe santíssima da nossa redenção.
 
Paz e Bem!
 
Frei Fernando,OFMConv.