O MARTÍRIO ENQUANTO LIBERDADE PARA ESTARMOS EM DEUS NA FILOSOFIA AGOSTINIANA
VALTÍVIO VIEIRA
Formação do Autor: Curso Superior em Gestão Pública, pela FATEC – Curitiba – PR; Licenciado em Filosofia, pelo Centro Universitário Claretiano – Curitiba – PR, Licenciado em Ciências Sociais, pela UCB – Universidade Castelo Branco – Rio de Janeiro – RJ, Pós-Graduado em Ciências Humanas e suas Tecnologias; Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal; Formação de Docentes e Orientadores Acadêmicos em Educação à Distância, e Pós-Graduando em Metodologia do Ensino Religioso, ambos pela FACINTER – Curitiba – PR.
SÃO BENTO DO SUL - SC
2012
O MARTÍRIO ENQUANTO LIBERDADE PARA ESTARMOS EM DEUS NA FILOSOFIA AGOSTINIANA
Por sua etimologia o significado de martírio, tem um sentido mais amplo, que mero testemunho de sangue. De maneira geral o martírio, significa exclusivamente morrer pela fé, ou até mesmo sofrer pela fé. No entanto, enquanto testemunho, pode-se e deve-se falar também de martírio quando o cristão por causa de sua fé, se negar à falta a um mandamento, por exemplo, contra a justiça, (ou contra a castidade).
Assim, pode-se concluir que existe o martírio de sangue e tem o martírio da alma, sendo este a negação de todas as vontades, para seguir Deus, e renunciando paixões mundanas.
Para Santo Agostinho, o martírio é uma morte sofrida pela fé, mas quando sofre por livre vontade. È a entrega da pessoa para Deus. O Martírio precisa de autêntica espiritualidade cristã.
Como resposta a isto Santo Agostinho, sofreu o martírio da alma, antes de sua conversão, ele vivia uma vida de prazeres carnais, e em um certo momento de sua vida ele diz a Deus, “dai-me a castidade, mas não agora” (AGOSTINHO, in Confissões, 1997, p. 192).
Com toda certeza, viver a castidade, não foi fácil para Agostinho, foi um, grande sofrimento, ou seja, foi um martírio de sua alma, e de suas vontades, para poder viver os mandamentos de Deus.
Agostinho diz que o martírio toma diversas formas, do martírio de sangue ao da alma. Mas o anúncio e o viver o evangelho de Deus, que não muda “conforme a época, segundo o capricho dos indivíduos, o martírio voluntário tomou as mais diversas formas. Só uma exceção se abria à liberdade de escolha: respeitando preceitos do evangelho, e ninguém deveria se suicidar por si próprio, isto não é martírio” (FRAZÃO, 1992, p.181).
Mas Agostinho, não se arrependeu, pelo contrário ficou muito feliz em sofrer o martírio da alma. De deixar todos os prazeres, de renúncia tudo, de sofrer em controlar os seus desejos. Mas por própria liberdade e vontade, querendo deste modo, se libertar das paixões, que o escravizavam cada vez mais, a fim de seguir os ensinamentos de Deus.
Ele mesmo comenta sobre o martírio, e diz que o martírio só tem fim último Deus “todo martírio do nosso coração, só tem sentido sob a realidade do Bem infinito” (AGOSTINHO, 1997, p.96).
Agostinho sofreu muito para deixar de lado sua vida de prazeres carnais, e a partir daí viver uma vida de bem, e buscar cada vez mais a Deus.
REFERENCIA:
AGOSTINHO, Santo. Confissões. Trad. Maria Luiza Jardim Amarante. São Paulo: Paulus, 1997.
FRAZAO, Euza Rossi de Aquiar. O Donatismo e o circunceliões na obra de Santo Agostinho. São Paulo: U.S.P, 1976.