MISERICORDIA PRA QUEM USOU DE...

Certa vez um moço se chegou a Jesus e lhe dirigiu uma pergunta: “Bom mestre, que farei para herdar a vida eterna?” Após a resposta a essa pergunta, o mancebo quis saber quem era o próximo dele. Pois Jesus havia lhe respondido que se ele queria entrar na vida que guardasse os mandamentos, e amasse o próximo como a si mesmo. E para responder a terceira pergunta do mancebo, Jesus lhe propôs uma parábola, que intitularam de “a parábola do Bom Samaritano”, onde Ele disse:

“Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, deixando-o meio morto. E ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o passou de largo. E d’igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e vendo-o, passou de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele, e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão; e aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele. E, partindo ao outro dia, tirou dois dinheiro, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que de mais gastares eu to pagarei quando voltar. Qual, pois, destes três te parede que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse , pois, Jesus: Vai, e faz da mesma maneira.” Lc. 10:30-37.

O apóstolo Paulo, na sua epístola aos romanos, escreveu que o juízo será com misericórdia para aqueles que usaram de misericórdia.

Na Sua parábola proposta ao mancebo rico, Jesus, além de mostrar quem foi o próximo do ferido, também mostrou o que é a misericórdia.

Mas, conforme está profetizado para estes tempos, os homens estão ficando sem misericórdia. Assim como sem misericórdia agiu aquele que traiu o mestre, e de quem fala as Escrituras: “porquanto não se lembrou de usar de misericórdia; antes perseguiu o varão aflito e necessitado, como também o quebrantado de coração, para o matar.” Sl. 109:16.

Jesus, apesar de justo, estava sofrendo a parte que lhe havia sido determinada pelo Pai. E judas, na sua cegueira e cobiça, não usou de misericórdia. Quem sabe ele até pensou: como pode ser Ele o messias desse jeito? Como pode ser Ele o Filho de Deus, se sofre e é fraco? Por isso nos diz o apóstolo Paulo que não devemos julgar por vistas, pois a vista é enganosa.

Por vista julgaram a Jó os seus três amigos que lhe visitaram, e que o acusaram de impiedade. Disseram-lhe que nunca souberam que um justo sofra, mas que o ímpio, sim. Foram contraditados por Jó, e censurados por Deus, que lhes mandou voltarem a Jó para que ele orasse por eles.

Hoje não é diferente e até pior. Quando os homens vêem um justo sofrendo, vem logo a especulação: mas ele não é justo, ou não é crente? Ele não jejua, etc., etc.?! Os jejuns dos justos, quais os de Jesus, lhes servem de afronta. Sl. 69:10.

Mas disse Jesus: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados e com a medida com que tiverdes medido, vos hão de medir a vós.” Mt. 7:1 e 2. E ainda: “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça.” Jo. 7:24.

Oli Prestes

Missionário