HOMILIA PADRE ÂNGELO BUSNARDO- II DOMINGO DE PÁSCOA (FANTÁSTICA!)

II DOMINGO DA PÁSCOA

15 / 04 / 2012

At.4,32-35 / 1Jo.5,1-5 / Jo.20,19-31

34 Não havia entre eles indigentes (At.4,34ª). Havia pobres passando fome em Jerusalém, em Éfeso, em Antioquia e em todas as outras cidades onde havia comunidades cristãs, mas não havia pessoas passando fome entre os membros das comunidades cristãs. Os pobres que se convertiam e passavam a fazer parte de uma comunidade católica eram socorridos pelas doações dos membros da comunidade que possuíam bens materiais. Jesus nunca fez a opção preferencial pelos pobres. Ele anunciava o Evangelho a todos inclusive para os pobres, visando a salvação da alma de todos: 4 Jesus lhes respondeu: “Ide anunciar a João o que ouvis e vedes: 5os cegos vêem e os coxos andam, os leprosos ficam limpos e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados (Mt.11,5).

Os apóstolos continuaram o trabalho de Jesus anunciando o Evangelho a todos. Havia conversões entre os membros de todas as classes sociais. Com as doações daqueles que possuíam mais, os dirigentes das comunidades socorriam os pobres que se tinham convertido. Tirar um pobre da pobreza e deixá-lo ir para o inferno é uma grande estupidez. É melhor deixá-lo passar fome assim chegará no inferno habituado a sofrer. Antes de socorrer um pobre materialmente é necessário exigir que se converta, faça parte da comunidade onde pede ajuda e se comprometa com a salvação da própria alma. O pobre que não se interessa pela salvação da própria alma não dever receber ajuda material.

Os proprietários de campos ou casas vendiam tudo 35 e iam depositar o preço do vendido aos pés dos apóstolos. Repartia-se, então, a cada um segundo sua necessidade (At.4,34b-35). Nos primeiros séculos os cristãos eram perseguidos e, portanto, não podiam construir igrejas e prestar culto a Deus de forma ostensiva. As comunidades cristãs se reuniam nas casas dos fiéis para ouvir a palavra de Deus e celebrar a Eucaristia. Se os membros ricos das comunidades que possuíam casas grandes com espaço para acolher as comunidades vendessem todos os imóveis que possuíam, os apóstolos não teriam tido onde reunir as comunidades. Portanto, o que os proprietários vendiam não era a casa onde moravam ou os campos dos quais tiravam o sustento para a família, mas casas e campos comprados em vista de necessidades futuras, por exemplo para doá-los aos filhos quando casassem.

Somente aquele que observa os mandamentos ama a Deus: 3 Pois o amor de Deus consiste em guardar seus preceitos. Seus mandamentos não são pesados (1Jo.5,3). Não pode afirmar que ama a Deus aquele que não faz a vontade de Deus na terra. A vontade de Deus é expressa pelos mandamentos. Jesus afirmou que Ele permaneceu no amor do Pai pelo fato de observar os mandamentos dele e que, se nós quisermos permanecer no amor dele, precisamos observar os mandamentos: 10 Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, como eu também guardei os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor (Jo.15,10). É templo da Trindade somente aquele que observa os mandamentos: 23 Jesus lhe respondeu: “Se alguém me ama, guarda minha palavra; meu Pai o amará, viremos a ele e nele faremos morada (Jo.14,23). Aqueles que não observam os mandamentos dizem que Deus é misericordioso e não condenará nenhum filho. Grande mentira. Em primeiro lugar todos são criaturas de Deus, mas poucos são filhos adotivos de Deus. Somente aquele que foi batizado pela Igreja Católica e está em estado de graça é filho adotivo de Deus. Todos os outros são apenas criaturas de Deus assim como o próprio demônio é uma criatura de Deus. Deus é misericordioso somente para aqueles que observam os mandamentos: 5 Não te prostrarás diante deles, nem lhes prestarás culto, pois eu sou o Senhor teu Deus, um Deus ciumento. Castigo a culpa dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração dos que me odeiam, 6 mas uso de misericórdia por mil gerações para com os que me amam e guardam meus mandamentos (Ex.20,5-6). Somente aquele que ama a Deus e observa os mandamentos pode contar com a misericórdia de Deus. Todos os demais experimentarão a justiça divina ao serem julgados por Deus.

Jesus afirma categoricamente que os pecados são perdoados somente através do sacramento da penitência: 22 Após essas palavras, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23 A quem perdoardes os pecados serão perdoados. A quem não perdoardes os pecados não serão perdoados” (Jo.20,22-23). Se Jesus tivesse afirmado apenas “aqueles a quem perdoardes os pecados serão perdoados” poderíamos dizer que este é um meio para se obter o perdão dos pecados, mas que pode haver outros meios. Afirmando “aqueles a quem não os perdoardes não serão perdoados” Jesus exclui que haja outros meios para se obter o perdão dos pecados. A aqueles que recusam a confissão mas querem receber a Eucaristia, alegando que confessam diretamente com Deus, eu digo que, ao pedir a absolvição diretamente a Deus, peçam também a Eucaristia. Se Deus lhes der a absolvição dos pecados e a Eucaristia não precisam receber a Eucaristia na Igreja. O que não podem é pedir a absolvição dos pecados diretamente a Deus e a Eucaristia à Igreja.

Como Jesus tinha profetizado a própria ressurreição, após a morte dele, um espertalhão parecido com Jesus, usando uma roupa semelhante a aquela que Jesus usava, podia ter tentando enganar os apóstolos apresentando-se como Jesus ressuscitado. Se alguém tivesse tentado fazer-se passar por Jesus ressuscitado não teria conseguido enganar os apóstolos, porque, apesar de chocados com a morte violenta de Jesus, eles estavam alerta. O próprio Jesus precisou usar sinais para provar que era Ele mesmo e não um safado qualquer tentando enganá-los. A atitude de Tomé, exigindo que Jesus provasse que era Ele mesmo e não um farsante demonstra que não teria sido fácil enganar os apóstolos: 25 Os outros discípulos lhe disseram: “Vimos o Senhor”. Mas ele respondeu: “Se eu não vir nas mãos os sinais dos cravos, e não puser o dedo no lugar dos cravos e minha mão no seu lado, não acreditarei” (Jo.20,25).

Código : domin785

Ângelo José Busnardo

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