A PERDA DOS VALORES HUMANOS E A QUEBRA DOS PRINCÍPIOS: A QUEM INTERESSA E QUAIS AS SUAS CONSEQUÊNCIAS?

A sociedade atual caminha pela imposição do egoísmo, blindada numa posição inegável e sem disfarce contra os valores humanos como o respeito, a verdade, a paz, a honestidade, a integridade, a justiça, o amor, a vida, a unidade familiar, principalmente contra a prática dos princípios que consideramos ou elegemos como filosofia de vida, os quais são pautados na ética, na moral e nos bons costumes. Pergunta-se a quem interessa a perda desses valores e a quebra desses princípios? Talvez a um sistema, a uma categoria de pessoas, a um principado, para nós não importa, pois não escolhemos a quem ou a que enfrentaremos nessa luta para que possamos viver numa sociedade pautada nos valores e nos princípios.

Fica cristalina essa posição, quando assistimos de forma banalizada nas cenas de ficção dos filmes hollywoodianos, nas novelas e nos seriados, de crimes terríveis contra a pessoa humana, de atitudes de imoralidades, de relacionamentos distorcidos e deturpados sendo considerados normais, além de insinuações através de mensagens subliminares sugerindo a prática de comportamentos que vão de encontro a esses valores e princípios.

Viver nessa sociedade que tolera essas práticas consideradas inaceitáveis do ponto de vista desses valores e princípios exige-se muita sabedoria e entendimento, por ambas as partes, para não incorrer na prática da injustiça e de outras que não se tolera. É incrível como estão tão enraizadas aquelas práticas que parte da sociedade bitola o ser humano que não as aceita, como o anormal, como o chato, como o “quadrado”, como o idiota, como o fanático, etc., ou seja, fica clara, a não tolerância às diferenças em seus vários aspectos.

Em decorrência de tudo isso, enxergamos cenas reais de crimes hediondos, de mortes de crianças e de pessoas adultas inocentes, além de filhos órfãos de pais vivos, pais distantes estando tão perto, crianças e órfãos trancafiados nos abrigos na esperança de um dia alguém bater à porta para levá-los a um lar de amor e de esperança, esposas amedrontadas e espancadas pelas atitudes grosseiras de seus maridos ou companheiros, filhos seguindo maus exemplos dados pelos próprios pais que se enveredam no caminho do crime, casamentos falidos em razão de interesses pessoais e egoístas, interpretações equivocadas das leis para beneficiar setores da sociedade em detrimento de outros e, tantas outras cenas reais, pois se fôssemos relatar, esse artigo ficaria extenso por demais.

Todavia, existe uma parcela da sociedade que ainda consegue pensar e agir de forma considerada racional, para ela, essas cenas ocorridas no terreno real, é algo extremamente nocivo, nojento, repugnante, indignante, falta até adjetivos para qualificá-las. Na ótica dessa parcela de pessoas, não se concebe uma explicação que justifique atitudes como essas de um ser humano que foi feito a imagem e semelhança de um Deus amoroso, íntegro e perfeito.

Fazendo uma análise futurística, podemos viajar e projetar o que passará na mente de uma pessoa dessas que está recebendo hoje essa carga tão negativa de ensinamentos. Qual será o comportamento e a colheita das futuras gerações que hoje recebem essa plantação de sementes “malditas”? Não teríamos dificuldades em projetar esse cenário do mundo real dessas gerações futuras, se realmente se colocassem em prática o que estão recebendo agora, o que não desejamos.

No trilho presente, estar toda a sociedade, incluindo todos nós, onde parte diz: essas coisas não têm nada a ver com a gente, fica então passiva, mergulhada num oceano da inércia, a banhar-se em meio às águas contaminadas dessa geração, acaba por aceitar como certo e como normal tudo isso, porém, a outra parte diz: vamos lutar, vamos mudar essa geografia, então inicia uma verdadeira guerra nos vários campos, dando suas vidas em prol da causa dos valores da vida e dos princípios, perdendo nesse caminho algumas batalhas, porém ganham aliados para as batalhas subseqüentes, não perdem a fé e a esperança. A grande pergunta dessa questão é: em que parte ou parcela dessa sociedade, nós se encaixamos?

Em meio a esse campo de guerra, qual tem sido o nosso ensinamento dispensado aos nossos filhos? Será que temos transferido essa responsabilidade somente ao Estado para que incuta a sua filosofia de mundo, ou então para as várias cenas imorais expostas na TV, e também para outras pessoas já impregnadas com essas práticas maléficas? Será que não estamos ensinamos aos nossos filhos ser violentos com seus coleguinhas na escola para se defenderem numa possível briga? Será que temos pensado nas conseqüências daquilo que parece ser tão inocente no momento, mas que no futuro pode trazer conseqüências desastrosas para a sociedade como um todo?

Nessa guerra para fixar as ideologias e filosofias de vida fora dos padrões éticos, morais, religiosos, e até ilegais, permeada pela quebra de valores e de princípios, não se luta com armas de fogo, com armas brancas, com munições fabricadas nesse torrão de terra, com forças físicas e humanas e nem armaduras feitas de aço. Nesse campo de guerra existem gigantes visíveis e outros invisíveis, trincheiras esperando por soldados a lutar, armas poderosas a ser usadas, mentores a nos guiar, acima de tudo, existe uma fé vencedora desse mundo.

Se pararmos para realmente refletir, e formos verdadeiros, para isso, devemos tirar a venda da injustiça, veremos que o homem conseguiu se perder do caminho dos valores e dos princípios, ele ficou sem referência, sem norte, passando então, para a periferia da essência da vida, caindo então na vala da ignorância.

Hoje, o homem se acha o próprio criador, faz o que bem pensa e também o que não pensa, estando distante dos valores e dos princípios que deviam permear todas as suas relações. Que lástima! Vive esse homem, pela sensação do ter, perdeu totalmente a essência que é o ser, não consegue enxergar o que está projetado de melhor para ele, isso levou o homem a não dar atenção a esses valores, para ele, os princípios se tornaram insignificantes frente ao ter desenfreado, pensa ele (o homem) ser o centro de todas as coisas. Coitado! Coitado!

Na vida real desse mundo, desse torrão tão seco por falta da irrigação dos princípios e dos valores humanos, o que importa para a maioria da sociedade é o ter. Esse “ter” reflete o status social, posses financeiras, riquezas materiais, conhecimento das letras, ambição, poder, uma profissão de destaque na sociedade, o reconhecimento do seu trabalho, uma liderança de êxito, etc. Tudo isso sobre o “ter” está inteiramente correto, nada tem de errado em ter, o que não está correto é o homem se apegar a tudo isso fazendo o centro de sua vida, desprezando as pessoas, se afastando de Deus, prostituindo e vendendo a sua alma às coisas desse mundo, matando, roubando e destruindo os sonhos e as vidas das pessoas, ou seja, deixando o ter matar o seu ser, transformando a mentira em verdade, inclusive legalizando o ilegal.

Precisamos emergenciar atitudes que valorizem e ponham em prática os valores humanos e os princípios que devem nortear a vida das pessoas nessa e nas futuras gerações, para isso, contamos com uma parcela da sociedade, que nessa guerra, não dorme, não descansa, não pára de lutar, não mede esforços, não se amedronta frente aos gigantes, não se cala frente ao errado, não tem medo de dizer não, está pronta a lutar não com armas falíveis, mas com sabedoria, com entendimento e com estratégias.

Por derradeiro, encerramos essas breves considerações, tendo a consciência de que jamais esgotaremos esse debate, mas almejamos nessa luta e ainda nessa geração, famílias sendo restauradas, casamentos sendo firmados numa aliança verdadeira de amor, pais amando seus filhos e vice versa, esposas amadas por seus esposos e vice versa, crianças abrigadas em verdadeiros lares, leis justas, sociedade sem violência refletindo o amor ao próximo. E, para os inimigos dessas relações mencionadas, que ora são visíveis aos olhos naturais, mas refletidos nas atitudes de todo mundo, que ora são invisíveis a esses olhos, porém refletidos nos pensamentos e desejos maléficos, os quais almejam uma sociedade onde as pessoas vivam sem a prática dos valores humanos e dos princípios, ressaltamos que existe um exército de milhares de milhares lutando incansavelmente para que haja uma mudança radical no comportamento das pessoas, na geografia das nações, bem como das instituições, visando uma sociedade mais feliz e mais justa.

MAURILHO DA COSTA SILVA

Pós-graduado em Administração Pública

Licenciado em História

Acadêmico do 5º ano de Direito

maurilho.silva@globo.com

Rio Branco-Acre-Brasil

MAURILHO SILVA
Enviado por MAURILHO SILVA em 24/03/2012
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