Russell Norman Champlin no pensamento filosófico brasileiro
A filosofia no Brasil é pouco estudada. Um país cujos olhos sempre se voltaram a importação de teorias e conceitos, deixou de transmitir aos seus cidadãos o legado de pensadores importantes que construiram, em nossa terra, reflexão autônoma sobre os grandes problemas que afligem a sociedade mundial. Álvaro Vieira Pinto, Roland Albuquerque Corbisier, Gerd Bornheim e não menor, Russell Norman Champlin. Este último trocou o chão de sua pátria, afamada e respeitada no mundo, os Estados Unidos, pela cultura brasileira e aqui publicou seu pensamento. Não se pode falar que sua obra imensa esteja relegada. Incomoda e gera ferrenha oposição, mas a vida permite que ações negativas como esta tragam à tona a magnitude do pensamento de RUSSELL NORMAN CHAMPLIN e como isto constitui escola no círculo filosófico e religioso da América Latina. A maioria dos críticos de RUSSELL NORMAN CHAMPLIN se inscreve num círculo de pequenez intelectual, fanatismo religioso, Tribunal de Santo Oficio, militância seminarística onde pouca instrução racional se exige. Por isso, é sempre preconceituosa, inimiga dos estudos e do intelecto, pessoal e agressiva, invejosa e fechada, e nunca se concentra na análise das idéias e na profundidade da Filosofia e da Teologia. Dos criticos de RUSSELL NORMAN CHAMPLIN destacamos, Jerry Leonard, falecido missionário batista regular, e ex-diretor do Seminário Batista do Cariri, erudito e vinculado ao fundamentalismo daqueles tempos. Outro crítico, é o pastor batista convencional, Isaltino Gomes Coelho Filho, ex-diretor da Cruzada Mundial de Evangelização e da Faculdade Teológica Batista de Brasília, um intérprete amilenista das Escrituras Sagradas e não menos, do fundamentalismo religioso, parcela consentida dentro da Convenção Batista Brasileira. Na crítica de Isaltino já se percebe algum desvio do tom sério para a ingenuidade que domina maioria dos pastores, meros reprodutores do ensino teológico de nossas escolas, onde a capacidade de pensar com autonomia é vista com cautelas. O grande problema encontramos em listas de discussão da internet, patrocinadas pelo movimento fundamentalista brasileiro. Comprometidas com uma militância denominacional imensurável, com um farisaísmo danoso, confundindo Teologia com doutrinação de púlpito, advogando a preguiça acadêmica, e não necessidade de se estudar sistemática e livremente as Escrituras, colocando a pesquisa e a reflexão bíblica como pecados contra o Espírito Santo, desta forma contribuindo para o estado de ignorância em que se encontra nosso povo, nos segmentos da política, cultura, filosofia e religião, os tais tomam parcelas das afirmações e propostas de Champlin, para colocar toda sua obra num presídio religioso ou no index teologicum do protestantismo. Como lhes faltam argumentos teóricos, resta-lhes investir contra a pessoa do autor, desqualificando sua capacidade acadêmica, negando-lhe a titulação conquistada, por isso, igualando-o aos detratores, fica-lhes mais fácil afastar os estudantes de sua leitura. Na internet, a lista de discussão “Grata Nova” e o jovem pastor batista convencional, cheio de militarismo e revolucionarismo juvenil, emitem juízos de valores que premiam a ignorância e vão de encontro ao princípio do crescer em sabedoria, das Escrituras, difama, com a mais absoluta falta de provas, a pessoa do autor de “O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo”. Em face disto, da apologética caminha sem freios para a maledicência.
Russell Norman Champlin é Bacharel em Literatura Bíblica pelo Immanuel College (College em inglês significa Faculdade) da Universidade de Utah. O autor destas linhas tem acesso aos documentos orignais da titulação do Dr. Champlin em seus arquivos pessoais. Possui o Mestrado em Artes, pela mesma Universidade de Chicago (The University of Chicago) com documento assinado e registrado naquela instituição por Maxine Sullivan, em 1967. Defendeu tese de doutorado na Universidade de Utah, em 1964, sob a orientação do grande pensador J. Geerlings. Professor Auxiliar de Ensino no Centro Técnico Aeroespacial, do Ministério da Aeronáutica, desde 1968 até 1971, informação baseada em documento do próprio Ministério, em junho de 1998. Foi professor regente na Faculdade de Engenharia de Guaritinguetá, SP, em 1971. Esta mais tarde foi incorporada à UNESP. Lecionou também na Fundação Valeparaibana de Ensino de São José dos Campos, em 1969. Tudo isto, comprovado em documentos do Ministério do Trabalho. Professor Assistente Doutor do Departamento de Produção da Faculdade de Engenharia/UNESP/Campus de Guaratinguetá, desde 1969 até 1999, onde se aposentou, conforme declara em documento, o diretor daquela instituição, Fernando Augusto Silva Marins. Os detratores de Champlin nunca leram o Parecer 752/1971 do Conselho Federal de Educação que deu pleno reconhecimento a todos os títulos apresentados por Champlin, autorizando-o a lecionar em qualquer instituição federal, como professor. “Pode ser aceito”. A UNESP de Araraquara, em 1986, aceitou o pedido de equivalência do doutorado do Dr. Russell Norman Champlin, feito no Departamento de Línguas da Universidade de Utah em 1964 sob o título “Reconstrucion of the Family II (pi) in Matew. Intelectual não pedante, humilde e hospitaleiro, Champlin é compreensivo com seus adversários. Evoca os seus tempos de juventude e fanatismo. Conta que certa vez seus colegas de seminário resolveram receber um missionário presbiteriano com hostilidade. Antes que ele tomasse o púlpito para falar sobre seu trabalho na Índia, Champlin e amigos haviam inundado o local com panfletos contra o conferencista. Evidentemente, Champlin está acima de seus críticos e não deseja dar-lhes resposta, porque a volumosa obra que escreveu o faz isto. Atualmente, se empenha em um comentário sintético das Escrituras Sagradas, se encontrando no livro de Provérbios. Mesmo mal compreendido, é um homem que ama os pregadores das Sagradas Escrituras, mesmo tendo passado desse estágio. Champlin foi batista e veio ao Brasil, com sua esposa Irene, e como missionário permaneceu em Manaus de 1957 a 1960. Homem de temperamento introspectivo, tímido, encerrou ali sua atividade como religioso para dedicar-se e contribuir não apenas ao povo evangélico, mas a cultura brasileira, como Filósofo da Linguagem e da religião. Sua contribuição seria o Novo Testamento Interpretado e seus tantos outros livros. A obra de RUSSELL NORMAN CHAMPLIN foi discutida na Revista Brasileira de Filosofia, pelo nada menor, filósofo Leonidas Hegenberg. (Acir da Cruz Camargo)