DÚVIDA E FÉ

Quanto a assuntos do além, isto é, fora do aqui e do agora terrestre,

uma dúvida cruciante me atormenta: O que seremos depois da morte.

Na Filosofia e nas ciências, não temos resposta. Só sei isto: Um Ser de inteligência e de poder que reputo infinitos (pelos nossos parâmetros de medição), é responsável pela criação de tudo que existe. Penso também haver um desígnio por trás de tudo o que ocorre e o que há na Terra e no Universo (atômico ou sideral). Acreditar que a matéria sempre existiu requer um esforço de "fé" muito maior do que o de aceitar que ela foi criada. Raciocinar dessa forma é mais lógico e razoável, haja vista a experiência que vivenciamos nesta vida: Conhecemos muitos potenciais autores sem obras, mas nenhuma destas sem um obreiro. Nada há que nos deparemos sem que alguém o tenha criado ou inventado.

Minhas certezas ou quase certezas param aí. Lastimavelmente!

Como gostaria de ser alguém de fé! Como gostaria de ter mais convicções, inclusive e principalmente, quanto ao meu destino depois da morte!

No entanto, sou precisamente aquilo que não desejo: Um homem sem as confortadoras convicções e certezas do que serei depois do último estertor que eu der na Terra.

Deus, que sei existir, deve ter ira de mim por causa de minhas dúvidas. Ou não ter tanta, por causa da minha sinceridade.

Quantas pessoas não há que, de tanto medo que têm do que nos possa ocorrer no pós-morte, autoenganam-se, ostentando exteriormente um fervor religioso que intimamente não possui. Sei bem que podemos enganar os outros, e que até podemos nos iludir a nós mesmos, porém jamais conseguiremos ludibriar Àquele que sabe tudo.

Na dúvida, prefiro ser repeitoso com as coisas consideradas divinas pelos religiosos a ser um debochado ou zombeteiro.

Respeito, não sou irreverente, mas fé, que é bom, desgraçadamente não a tenho, muito menos fingirei tê-la. Sou um homem que se aflinge com as incertezas, mas que diz com gratidão sincera "Graças A Deus!" quando algo de bom me ocorre e que Lhe pede socorro quando em desespero, por mais paradoxal que isso possa parecer.

Pedro Cordeiro
Enviado por Pedro Cordeiro em 17/03/2012
Reeditado em 04/04/2012
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