CORPO ESPIRITUAL

“Quando você exercitar os músculos e a respiração, pois não deixe de exprimir um sentimento de gratidão a Deus. Ele é a vida que há em você. A saúde que você está tentando preservar e melhorar. Essa vida palpita em você. Una-se a ela, ame-a e siga com os movimentos e o esforço que você está fazendo”. (Lourival Lopes).

A definição mais simples e usual de espírito é de que são seres inteligentes que povoam o Universo. Pela sua essência espiritual, o Espírito é um ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta sobre a matéria, sendo-lhe indispensável um intermediário, que é o envoltório fluídico, o qual de certo modo, faz parte integrante dele. Os Espíritos são a individualização do princípio inteligente, como os corpos são a individualização. É um ser real, circunscrito que, em certos casos, se torna apreciável pela vista, pelo ouvido e pelo tato. Na realidade o Espírito é composto de uma matéria sutil é semimaterial e imperceptível aos olhos humanos. Quando encarnado é a força ativa da matéria, e por ocasião da estagnação biológica, ele se desprende do corpo inerte, visto que aquele corpo não tem mais utilidade para ele. A alma que comumente falamos no dia a dia é o espírito encarnado.

A Doutrina Espírita foi criada por Allan Kardec na França, mas se a compararmos com as outras religiões e seus rituais, a doutrina não pode ser nominada de religião, pois a Doutrina Espírita é isenta e dogmas, de rituais e hierarquias. Todos no Espiritismo são iguais e não há superioridade entre irmãos, mesmo sendo mais espiritualizado, mais participativo, pois de um modo ou de outro, todos participam e o próximo sempre será o viés da bela doutrina. Na maioria das religiões existe a crença na espiritualidade, na presença de um ser Superior chamado Deus ou como diríamos nós espíritas, O Pai Maior.

Deus não pune ninguém como costumam dizer, nem submete ninguém ao sofrimento e ao inferno. Para os espiritistas não existe o inferno, e sim o “Mundo de Provas e Expiações”. Não devemos temer a Deus, e sim amá-lo. Em Eclesiastes 9:5, 6, 10, há uma ideia sobre os mortos, porém quando o Mestre Jesus se referia a eles, através de suas parábolas, os mortos para ele eram os serem vivemos inseridos no mal, que nunca praticaram a fraternidade, a caridade e desprezavam por completos seus irmãos. A frase que Jesus teria enunciado a um jovem para segui-lo, quando se dirigia ao Monte Tabor, em companhia de Pedro, João e Tiago seus discípulos mais queridos: segue-me. Durante a caminhada o mestre encontrou esse jovem e o teria convidado a segui-lo.

O jovem respondeu que iria segui-lo, mas primeiro teria que enterrar seu pai que havia desencarnado. Jesus simplesmente diz ao jovem: “Deixe que os mortos enterrem seus mortos”. Pode um morto enterrar outro? É inaceitável a ideia dos cristãos de que a Bíblia diz a respeito dos mortos. Afirma que é um assunto simples e que os mortos não continuam a viver em nenhum lugar, e não existe nada que deixe o corpo, como afirmam os que acreditam na reencarnação. Como pode a Bíblia fazer tal afirmação se a própria igreja católica apostólica romana aceitava a crença na reencarnação? Se não existe nada que deixe que deixe o corpo depois da estagnação, onde estariam Jesus Cristo, os santos da igreja católica, os apóstolos e os filhos queridos de Deus.

O mundo seria restrito unicamente a Terra? Uma ideia inaceitável essa com certeza. Além disso, logo entenderá que seus entes queridos falecidos não podem mais ouvir, ver, falar, sentir ou pensar. Portanto, é impossível que estejam sofrendo uma insuportável solidão num purgatório ou tormentos num inferno de fogo. No entanto, a Bíblia ensina que os mortos que estão na memória de Deus serão ressuscitados. Que esperança maravilhosa! — João 5:28, 29. Então, onde estaria João hoje esperando a ressuscitação se seu corpo material já dizimado pelos vermes, e pelo tempo e seu corpo etéreo que voltou ao fluido cósmico universal. Santa ignorância! Por acaso não seria de outra maneira que a Bíblia explica o assunto fácil de entender, mas os incrédulos preferem acreditar no inacreditável. Na realidade a Bíblia ensina que a morte não existe.

Que morrendo o corpo o espírito vive! E ainda se comunica com os vivos. Jesus falou com Moisés e Elias, na transfiguração, e eles estavam “mortos”, ou seja, eram espíritos materializados. E o que dizer da comunicação havida entre Samuel e Saul em 1. Sam, 28: 11/20? Aliás, não existe texto mais explícito em toda a Bíblia que o explicitamos agora: I Samuel 28: 1-20. Conta a Bíblia que Saul consultou uma 'feiticeira' (médium ou a pitonisa de Em Dor) e pediu-lhe que o colocasse em contato com seu falecido irmão, Samuel. E a pitonisa de Em Dor o fez, de modo que a situação foi tão evidente, que Saul se prostrou ao chão! Não é invenção nossa, é parte integrante do livro. (Grifo nosso).

A reencarnação foi extinta da igreja católica por imposição de Teodora, mulher de Constantino, visto que não aceitava renascer como negra e escrava. Numa votação conturbada a ressurreição passou a imperar na crença dos católicos, através do Concílio de Constantinopla II. Cristo depois de ressuscitado em Espírito passou 40 dias e 40 noites na Terra para cumprir o restante da sua missão, que foi interrompida pela crucificação. Paulo sempre exaltou na Bíblia que todo ser humano é dotado de um Corpo Espiritual, e que em outra dimensão não existe lugar para carne e sangue.

O corpo espiritual não retém somente a prerrogativa de constituir a fonte da misteriosa força plástica da vida, a qual opera a oxidação orgânica; e também ele a sede de faculdades, dos sentimentos; é também o Corpo Espiritual a sede das faculdades da inteligência, o santuário da memória em que o ser encontra os elementos comprobatórios da sua identidade, através de todas as mutações e transformações da matéria. A Bíblia está repleta de fatos e acontecimentos mediúnicos, que só os cegos não querem enxergar. Pense nisso!

ANTONIO PAIVA RODRIGUES- MEMBRO DA ACI- ACE- UBT- AVSPE E AOUVIRCE