Venha conhecer os nossos produtos!

VENHA CONHECER OS NOSSOS PRODUTOS!

Mulher de comunicador está sempre ligada em motes que podem fornecer subsídios para artigos, conferências ou quaisquer outras manifestações, formação de opinião, exposição de idéias ou pontos de vistas.

Num dia desses, Carmen, minha mulher que me acompanha há quase cinquenta anos nessa caminhada, foi à uma loja de telefonia móvel e se deparou com um cartaz promocional com o chamado que titula este artigo. O que para a maioria é apenas um convite mercantil, foi capaz de despertar uma frase que usamos muito em casa: “Isto dá um artigo!”. Quando fui apanhá-la na loja, ela embarcou no carro já falando sobre o cartaz, e os desdobramentos literários que poderiam sair daquela simples frase.

Ela participa ativamente da minha atividade de professor de marketing, não só para universitários, lojistas e empresários, mas também para bispos, padres e evangelizadores. Essa prática me levou a viajar o Brasil todo e, inclusive a publicar um livro, fruto dos vários workshops que ministrei ao grande público religioso.

Eu fiquei imaginando o rebuliço que um chamado desses criaria, se afixado na porta de uma igreja. Assim como os restaurantes convidam: “visite nossa cozinha”, seria salutar que os responsáveis pelos templos provocassem os fiéis a conhecer os “produtos” que uma igreja é capaz de oferecer ao seu público. Um produto comercial cria satisfação entre os usuários.

Que produtos seriam esses? Que satisfação provocariam nos “clientes”? Paz, saúde, fé, inclusão, pertença ao “povo de Deus”, perdão, participação no projeto de Deus, etc. Estes são os efeitos, as consequências da “aquisição” dos produtos.

E que produtos seriam esses? Os sacramentos que inserem os fiéis na graça de Deus, a cura que provém das bênçãos por imposição das mãos de ministros que têm fé, a filiação divina e a irmandade com seu Filho ressuscitado. Se os produtos, a grosso modo são esses, seria de, seguindo o raciocínio mercadológico, perquirir quais seus benefícios.

Os produtos que os católicos teriam acesso, ao pertencerem à Igreja-comunidade são muitos, e seus benefícios poderiam ser vistos como a salvação, o perdão dos pecados, a orientação espiritual, a cura de vários males psico-somáticos, o trabalho na obra da evangelização, das pastorais e nos ministérios leigos não-ordenados. Enfim, a alegria de trabalhar pelo Reino e pelos outros.

No entanto, é lamentável ver que o convite, como o da empresa de telefonia e das cozinhas dos restaurantes não se enxerga amiúde em nossas igrejas. A maioria não informa nem os horários de missas e dos demais serviços litúrgicos. Será que o povo conhece os “nossos produtos”?