Por que verdadeiros pregadores são líderes de adoração
Por que verdadeiros pregadores são líderes de adoração
Jeffrey Arthurs
Uma tendência inadequada tem ocorrido em algumas igrejas — a separação entre pregação e adoração ou louvor. Não quero dizer que as duas coisas já não são realizadas no mesmo culto, mas que muitas pessoas pensam nelas como distintas mesmo quando ocorrem juntas. O termo louvor se tornou praticamente sinônimo de cantar, especialmente cantar música contemporânea. Com nossa ênfase saudável do pós-modernismo na experiência, a adoração é valorizada como algo mais atraente,
holístico, participativo e até mesmo transformador do que a pregação, que por sua vez traz a conotação de cognição e do monólogo autoritativo. O louvor é "para cima", a pregação é "para baixo", e os dois nunca se encontram.
Em contraste com essa tendência, argumento que a Bíblia descreve a pregação e a adoração como firmemente entrelaçadas em uma relação simbiótica. O texto de 1 Pedro 4.11 capta esse conceito: "Se alguém fala, faça-o como quem transmite a palavra de Deus [...] de forma que em todas as coisas Deus seja glorificado mediante Jesus Cristo".
1 [N. do T.] Em inglês, "Outracing the World", um jogo de palavras que faz lembrar, ao mesmo
tempo, "raças" e "corrida" destacando o fato de que essa igreja queria superar o mundo na forma
de lidar com a questão racial.
A adoração é revelação e resposta
A adoração pode ser resumida como revelação e resposta. O que esse resumo perde em precisão, ele ganha em amplitude. Ele é amplo o suficiente para incluir tudo aquilo que a Biblia chama de louvor, incluindo o canto e a oração, assim como apresentar nosso corpo como sacrifício vivo (Rm 12.1) e repartir com outros (Hb 13.16). Ele é amplo o suficiente para capturar a extensa amplitude de atividades e modos caracterizando o louvor na Bíblia — cantar, gritar, silenciar, arrepender-se, lembrar, servir, dar, devolver o dízimo, interceder, tocar um instrumento musical, levantar as mãos, dançar, ajoelhar-se, jejuar e festejar. Todas essas atividades são respostas instigadas pela revelação do caráter e da vontade de Deus.
Dois textos clássicos defendem a idéia de que o louvor é revelação e resposta. O primeiro é Isaías 6, em que o profeta viu o Senhor sentado em um trono elevado e exaltado. A revelação da santidade de Deus instigou Isaías a responder: "Ai de mim" e: "Eis-me aqui. Envia-me" (Is 6.5,8). O segundo texto, Miquéias 6, descreve uma troca similar. Miquéias pergunta como ele poderia adorar: "Deveria oferecer holocaustos de bezerros de um ano?". Deus responde com uma lembrança do que já havia sido revelado: "Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o SENHOR exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus" (Mq 6.6b,8).
Nesses textos, o próprio Deus (ou seus serafins encarregados) revela sua glória, mas, mesmo quando Deus usa instrumentos humanos — a loucura da pregação — o processo é o mesmo. Ele se revela a si mesmo e estimula uma resposta. Portanto, o louvor é improvável (ousemos dizer que é impossível) sem a pregação.
Sei que meu argumento saltou rapidamente sobre as cercas da objeção,&então me deixe qualificar o argumento. Não estou dizendo que a pregação precisa ocorrer em todo o período de adoração. Um hino fora de moda pode ser um louvor maravilhoso. Nem estou dizendo que a única forma em que Deus se revela é por meio das palavras. Ele também comunica aspectos de sua glória por meio da natureza, da arte e do companheirismo. Já louvei a Deus enquanto caminhava na beira do Grand Canyon, ouvia um concerto e desfrutava do carinho do amor dos meus amigos.
Eu estou dizendo que quando Deus revela sua magnificência, ela naturalmente produz reações de louvor — arrependimento, riso, obras de justiça, cântico e assim por diante. Também estou dizendo que Deus escolheu a pregação como um canal primário de sua auto-revelação, de modo que a separação entre adoração e pregação não é natural, na melhor das hipóteses, e é prejudicial, na pior das hipóteses. Quando reduzimos o louvor somente aos seus componentes experimentais, afetivos e artísticos, já não fazemos o louvor bíblico. O verdadeiro louvor está enraizado na auto-revelação de Deus — por isso, a necessidade da pregação.
A pregação revela o caráter de Deus e também revela suas expectativas para o seu povo. A pregação explica a doutrina e a aplica ao dia-a-dia. Como Warren Wiersbe diz: "O sermão não é um quadro na parede, pendurado lá para que pessoas o admirem. [...] O sermão é uma porta que se abre para um caminho que conduz o viajante a novos passos de crescimento e ao serviço para a glória de Deus (.Preaching and Teaching with Imagination [Pregando e Ensinando com a Imaginação], p. 218). Visto que os sermões exortam e equipam, eles são indispensáveis para o aspecto de resposta da adoração.
A igreja primitiva sabia disso. No livro The Reading and Preaching ofthe Scriptures in the Worship of the Christian Church [A leitura e pregação das Escrituras na adoração da igreja cristã], Hughes Old resume a Didaquê, um manual da vida de igreja do começo do século II: A congregação adoradora entendeu que Cristo estava presente com eles "por meio do ensino e da pregação da palavra de Deus". Em contraste com uma doutrina que se desenvolveu alguns séculos depois, "a Didaquê ensina a doutrina da presença real que é querigmática, não eucarística" (p. 265). Quando encontramos essa visão elevada da pregação, ficamos surpresos de ver que muito da exortação da Didaquê é instrução moral dirigida, prática e realista. Ela fala do relacionamento entre professores e estudantes, maridos e esposas e pais e filhos. Ela promove pureza e atos de caridade. A igreja acreditou que no meio de tal instrução moral Cristo se revelou a si mesmo. A revelação era mesclada com resposta.
A combinação de revelação e resposta, e o padrão dessa ordem, estão presentes na maioria das cartas de Paulo. Ele começa com doutrina e depois procede para a exortação. Esse padrão também caracteriza muito a pregação bíblica — explanação
e depois aplicação. É uma forma testada pelo tempo e faz sentido. O padrão é tão antigo quanto o Israel pós-exílico quando Esdras leu a lei em voz alta "desde o raiar da manhã até o meio-dia", enquanto todo o povo "ouvia com atenção" (Ne 8). Na resposta, o povo "ergueu as mãos e respondeu: 'Amém! Amém!' Então eles adoraram o SENHOR, prostrados, rosto em terra". Os Levitas "instruíram o povo na Lei, e todos permaneciam ali. Leram o livro da Lei de Deus, interpretando-o e explicando-o". Isso incitou tristeza quando o povo percebeu o quanto havia se desviado, mas logo Neemias e Esdras pediram um fim ao seu pranto: "Podem sair, e comam e bebam do melhor que tiverem, e repartam com os que nada têm preparado. Este dia é consagrado ao nosso Senhor". A revelação da glória de Deus e de suas exigências produz resposta.
O papel do pregador como revelador da glória e da vontade de Deus é captado em uma citação de Cotton Mather, o teólogo da Nova Inglaterra: "O grande desígnio e intenção do ofício de um pregador cristão é restituir o trono e domínio de Deus na alma dos homens" (citado em John Piper, A supremacia de Deus na pregação, Shedd Publicações).
As implicações da pregação na adoração
Duas implicações resultam de meu argumento de que a pregação existe em uma relação simbiótica com a adoração. Primeiro, a pregação precisa ser completamente centrada em Deus (teocêntrica), não centrada no homem (antropocêntrica).
Se um visitante na sua igreja puder confundir o seu sermão com um discurso de auto-ajuda, crítica moral severa ou uma aula espiritual, você não está pregando biblicamente. A recomendação de Barth de preparar sermões com a Bíblia em uma mão e o jornal em outra é útil contanto que seguremos a Bíblia em nossa forte mão direita. A Bíblia precisa interpretar o jornal. Outra forma de dizer isso é que a busca por relevância precisa começar com problemas percebidos, mas essas necessidades precisam ser ligadas a problemas fundamentais — escuridão e rebelião — e as soluções precisam incluir arrependimento e fé em Deus instigados por sua beleza extraordinária. Pregadores são líderes de adoração. Nosso trabalho é enaltecer a Deus, explicar seus decretos e estimular respostas. Essa é a essência do louvor.
Uma tendência na homilética, popular entre nossos irmãos e irmãs reformados, entendeu essa implicação, Essa tendência é chamada de pregação cristocêntrica. Você pode discordar de alguns detalhes desse programa (eu mesmo tenho dúvidas em relação à sua hermenêutica), mas certamente todos nós aplaudimos sua postura básica: a pregação é sobre Jesus! Essa postura não nega nossa necessidade de analisar os nossos ouvintes, mas ela vai negar formas extremas de adaptações aos ouvintes. Afinal, não é o rabo que abana o cachorro.
A segunda implicação da pregação como algo essencial à adoração é que pregadores deveriam trabalhar em sintonia com todo o período de louvor. Isso requer planejamento. Nós devemos ajustar o canto, a oração, a música especial, a oração, o testemunho, a comunhão e outros elementos de acordo com o padrão geral de revelação e resposta, assim como com a revelação específica para
aquele culto. As igrejas na tradição litúrgica têm feito isso por séculos. Talvez os períodos de louvor dessas igrejas se beneficiariam com mais flexibilidade, de modo que pudessem, por exemplo, dar espaço depois do sermão para um testemunho como uma resposta direta. As igrejas da tradição "livre" poderiam se beneficiar com mais estrutura. Por exemplo, elas poderiam adotar a tradição de terminar cada culto com uma exortação para estimular resposta ao que foi revelado.
Independentemente de como trabalharmos esses detalhes, minha esperança é a de que a pregação seja vista como indispensável para a adoração e o louvor, visto que ela tanto revela a Deus quanto estimula a resposta.
CRESÇA NA SUA PREGAÇÃO
O chamado para pregar exige o nosso melhor
Bill Hybels
Para você que quer afiar seu dom de ensino, quer ele seja um dom de nível máximo quer esteja em algum lugar mais abaixo em sua combinação de dons, você está desejando exatamente o que Paulo encorajou Timóteo a procurar: "Seja dili50 gente nessas coisas; dedique-se inteiramente a elas, para que todos vejam o seu progresso" (lTm 4.15). Paulo disse a Timóteo que trabalhasse em melhorar sua pregação. Você, por sua vez, pode estar perguntando: "Como eu faço isso? Como eu melhoro a minha pregação?". Aqui estão algumas idéias que se mostrarão muito úteis na prática.
Ouça a boa pregação e o bom ensino
Em quase toda disciplina, se você quer melhorar, precisa observar outros. Se você quer desenvolver seu modo de jogar golfe, precisa observar golfe. Estude vídeos que mostrem pessoas fazendo correta e eficazmente os movimentos da tacada. Eu participo de competições de barco à vela. Assim, mesmo que eu não esteja em um barco participando de uma competição, assisto a outras pessoas competindo, de forma que possa observar suas habilidades. Observo atentamente como eles preparam suas velas e como sua equipe trabalha, e observo suas táticas. A maneira de nos tornarmos melhores em qualquer coisa é nos colocarmos em uma situação em que podemos obter mais informação a respeito do que estamos tentando melhorar.
A maioria de nós tem dois ou três comunicadores que realmente nos inspiram. Nós dizemos: "Rapaz, eu gostaria de falar um pouco mais como ele", ou: "Um pouco mais como aquele". Faça mais do que só querer. Obtenha um catálogo dos
vídeos deles. Leia coisas a respeito deles. Vá ouvi-los quando puder. E em vez de ouvi-los despreocupadamente, leve suas luvas de trabalho para ouvi-los.
Faça algumas perguntas claras. Por que aquela introdução funcionou tão bem? Por que aquele ponto foi compreendido com tanto poder? O que havia na estrutura da mensagem que a tornou tão memorável?
Na minha opinião, o recém-falecido E. V. Hill foi um dos melhores pregadores que já existiram. Uma vez eu assisti a um vídeo dele, admirando o seu senso de ritmo. Ele chegou a uma parte muito sensível em sua pregação, fez uma pausa e depois caminhou vagarosamente em volta do púlpito. Deixou que tudo ficasse em completo silêncio naquele lugar. Então, com uma voz mais baixa, disse algo com grande emoção e bondade. Foi um desses momentos de Deus.
Foi útil, para mim, assistir a isso porque meu temperamento é muito como uma metralhadora. Minha tendência é dizer: "Certo, aqui está o ponto. Agora vamos!". E se eu não estiver gastando tempo para observar cuidadosamente os grandes pregadores e mestres, acabarei moendo muitas pessoas com minha intensidade. Preciso aprender a fazer pausas, alterar o nível de entusiasmo e variar a intensidade do que faço.
Alguns pregadores são grandes contadores de histórias; eu simplesmente quero chegar ao ponto do que estou dizendo. Assim, quando conto uma história que é cheia de humor em potencial, capaz de colocar um pouco de humor no lugar, normalmente estou tão ansioso para chegar ao desfecho da história que falho em tomar o tempo necessário para embelezá-la.
John Ortberg recentemente contou uma grande história a respeito dele e o dr. B (dr. Gilbert Bilezekian) que acabaram viajando em um mesmo vôo. O dr. B tinha conseguido um upgrade, mas John estava no fundo do avião. Ele se divertiu com aquela história por alguns minutos, extraindo um grande humor dela com comentários como: "Eu estava comendo uma substância parecida com galinha no fundo enquanto o dr. B estava jantando uma refinada comida chinesa". O ponto é este: John se divertiu bastante com essa história e, ao mesmo tempo, chamou a atenção para um ponto de peso. Ela proporcionou a oportunidade para o humor.
Assim, ouça grandes pregadores e mestres não com a intenção de imitá-los, mas, antes, para aprender lições que possam melhorar sua própria pregação e ensino. Esta próxima afirmação é tão óbvia que hesito até mesmo em fazê-la. Desenvolva seu próprio estilo singular e único. Embora você queira aprender com grandes pregadores, não queira copiar o estilo deles.
John Maxwell e eu damos seminários de comunicação por todo o país e temos dois estilos muito diferentes. John usa um suporte para partitura, um banquinho e precisa de duas ou três coisas para beber em volta dele. Ele se mistura com as pessoas na platéia, anda pelos corredores, esconde-se atrás de plantas, atira coisas e faz perguntas às pessoas. O seu estilo é tão diferente do meu que ele se diverte caçoando de mim a respeito disso. Uma vez ele pegou um pedaço de giz e desenhou uma linha em frente ao púlpito. Ele disse: "Eu dou cem dólares para quem ultrapassar aquela linha". Nós rimos a respeito disso porque nossos estilos são muito diferentes. Mas quer saber? Estou confortável com o meu; e ele, com o dele. Existem coisas que podemos aprender um com o outro, mas não deveríamos tentar copiar um ao outro.
Uma prática útil que utilizamos na Willow Creek é fazer tempestades de idéias com outras pessoas. As pessoas ficariam chocadas se soubessem o quanto externamos nossas idéias aqui. Se estou empacado com alguma coisa, eu vou para a sala da Nancy, a do Lee ou a do John. E digo: "Estou trabalhado nessa mensagem. Eu poderia chegar a esse ponto desse jeito ou daquele. O que você acha?". Grandes comunicadores fazem borbulhar idéias sobre comunicação recreativamente. Quando você obtém a oportunidade de fazer isso, não pense que precisa sentar em sua mesa em total isolamento. Diga: "Eu vou pregar sobre esse tema ou texto. O que você gostaria de ouvir a respeito dele?".
Nós freqüentemente fazemos isso com ilustrações também. Nós apenas perguntamos a alguém: "Alguma vez já aconteceu algo extraordinário com você que eu poderia usar como ilustração?". Isso é uma grande fonte de histórias novas e revigorantes e somos cuidadosos em dar crédito quando contamos uma dessas histórias. Então se lembre, você não está nisso sozinho. Ouça a mensagem e o ensino de grandes comunicadores.
Entenda a dinâmica da urgência
Uma segunda maneira de se desenvolver como comunicador envolve entender a dinâmica da urgência. Há muitos anos, quando eu estava tentando dar um passo em direção a melhorar minha própria pregação, ouvi cerca de quinze ou vinte sermões diferentes enquanto perguntava: "Quais são os denominadores comuns de grandes pregações e ensinos?". De forma clara, o que emergiu no topo foi essa percepção de urgência. Fiquei repetidamente perplexo diante de como a pregação dessa pessoa estava sendo expressa como se fosse a questão mais urgente do planeta. Assim, eu comecei a analisar isso.
Se a pregação é feita da maneira correta, você vive com um texto ou um tópico por uma semana e ele cria energia em seu espírito. Você pensa sobre ele, fala com pessoas sobre ele e pede que Deus o unja. Assim, no momento em que você estiver pronto para pregar, esse assunto é o item mais urgente em seu espírito. Se tiver se preparado propriamente, existe uma urgência vinda de você que não é inventada. Isso se torna comunicação convincente.
Jesus era mestre nisso. No final do Sermão do Monte, ele diz: "Vocês todos devem saber que há uma tremenda tempestade no horizonte". Isso acorda as pessoas, não acorda? Elas estão olhando para o céu, tentando achar as primeiras nuvens. Ele continua: "Agora, vocês podem pegar as palavras que eu acabei de dizer a vocês e desconsiderá-las. Isso seria como construir uma casa na areia. Quando uma tempestade vier, sua vida será completamente arrasada. Ou você pode pegar as palavras que acabei de dizer e construir sua vida sobre elas. E quando essa tempestade atingir sua vida, você vai permanecer em pé. De qualquer modo, você
pode contar com este fato: há uma tempestade vindo" (veja Mt. 7.24-27).
Bem, as pessoas sabem que você está falando sério quando você prega com uma urgência dessas. Acho que grande parte do sucesso de Billy Graham tem sido sua urgência. Não a invente. Viva com um texto e deixe-o crescer em seu espírito
até que você esteja se sentindo totalmente tomado pelo tema. Aí você está preparado para pregar.
Esforce-se por clareza
Em terceiro lugar, se você quer melhorar sua comunicação, esforce-se para ser claro. Quando treino professores por aqui, sempre faço duas perguntas a eles: "O que você quer que eles saibam? O que você quer que eles façam?". Se ele não puder responder a essas duas perguntas imediatamente, digo: "Você não está preparado. Não castigue o seu público com essa mensagem".
Assim, muita pregação hoje em dia é um movimento sinuoso. E uma caminhada por seis ou sete canteiros de tulipas, colhendo uma pequena flor aqui e outra ali. Você chega ao fim e não sabe o que o pregador queria que você soubesse. Você precisa passar pelo teste da clareza.
Você também precisa dedicar tempo para a criatividade. E tão fácil para nós cairmos na rotina e nunca mudarmos o nosso estilo. Nós estimulamos nossos professores na Willow Creek a deixar de lado a abordagem de dar tudo bem mastigado a fim de sacudir as coisas de vez em quando. Nós os encorajamos a usar um estilo em que se fazem perguntas ou se usam alguns artefatos, em vez de apenas ficar em pé encostado no púlpito com uma Bíblia na mão. Descobrimos que os artefatos são notavelmente úteis. Uma vez, eu estava falando a respeito das pressões da vida e levei um dispositivo químico completo com um bico de Bunsen. Quando
eu acendi aquele bico de Bunsen e coloquei uma proveta sobre ele e as coisas começaram a ferver, as pessoas estavam realmente ouvindo — tudo porque eu usei um pequeno artefato.
Em uma outra ocasião, eu estava me preparando para ensinar sobre a ternura de Deus. Tive a idéia de pregar sobre a passagem que diz: "[Deus] não quebrará o caniço rachado". Assim, consegui um caniço rachado (um galho) e o segurei enquanto
dizia: "Alguns de vocês se sentem hoje como esse galho rachado". Eu falei com eles a respeito da ternura de Deus enquanto segurava aquele pequeno artefato.
Quando visitei os escritórios e casas de nosso pessoal nas semanas seguintes, muitos tinham um galho rachado em sua escrivaninha ou a tinham prendido a sua geladeira. Foi maravilhoso. As pessoas se lembram desse tipo de coisa.
O fator suor
Um quarto elemento no aperfeiçoamento de sua pregação é o que eu chamo de o fator suor. A maior parte das nossas pregações melhoraria muito se nos disciplinássemos a acrescentar uma hora ao nosso preparo. Muitos pregadores não acreditam que o trabalho entra na equação para uma grande pregação. Mas você não se torna bom em nada a não ser que tenha pago o preço do suor. Você simplesmente precisa pagá-lo. E quando você descobre o quanto precisa pagar para o nível de qualidade aceitável, então aquele preço precisa se tornar uma condição em seu horário.
Honestamente, isso requer de mim um mínimo de vinte horas por semana para elaborar uma mensagem aceitável. Assim, esse tempo se torna absolutamente inegociável na minha agenda na semana em que eu tenho de pregar. E se tenho um funeral ou sou chamado para fora da cidade para alguma emergência, sou conhecido como alguém que chega ao escritório às três e meia da manhã porque sei que isso requer vinte horas de meu tempo. Eu não posso burlar essa regra de qualidade. Se eu invisto o tempo no preparo, Deus geralmente me dá a mensagem. Mas o suor é essencial.
Avaliação
Em seguida, a avaliação representa uma enorme parte do processo de aperfeiçoamento para todos os comunicadores em crescimento. Se eu cresci como um comunicador nos últimos vinte e cinco anos, muito disso vem de avaliações que
peço após cada pregação que faço. Toda vez que eu prego uma mensagem na Willow Creek, tenho meia dúzia de pessoas que a avaliam. Temos um sistema, e dependo dessas pessoas. Não peço simplesmente a qualquer um para fazer isso, porque alguns usariam isso como um machado. Convido pessoas que me amem, mas amem a Deus e essa igreja, para que me dêem o seu retorno honesto. O que funcionou bem? O que precisa ser melhorado? Sou específico com meus avaliadores. "Não me diga: 'O ponto três foi horrível', porque isso não me ajuda. Se acha que o ponto três foi fraco, então me diga como poderia melhorá-lo". Normalmente tenho uma hora até que eu pregue a mensagem novamente e talvez possa integrar um pouco desse retorno na vez seguinte que eu a pregar.
Freqüentemente, sou tentando a cortar caminho quando estou preparando uma mensagem. Mas aí eu penso: Se eu cortar esse caminho, o advogado Russ Robinson, um dos meus avaliadores, vai me matar, e co?n razão... se eu fizer isso. Eu sei que aquele
caminho cortado será o primeiro na lista dele. Assim, eu não posso fazer isso.
Se eu ficar tentado pegar um pequeno atalho teológico, o dr. B estará me esperando do outro lado. Assim, eu penso: Rapaz, eu não quero enfrentá-lo. E se perco a oportunidade de ser um pouco mais engenhoso em minha apresentação, John sempre me mostra a forma como eu poderia ter retomado algo no final que a teria tornado uma coisa mais tocante. Há tantas maneiras de se beneficiar e crescer a partir de uma avaliação bem elaborada.
Viva em união com Jesus
Finalmente, eu simplesmente não posso terminar sem dizer isto: Viva em tal união com Jesus Cristo que seu poder e sua força fluam pela sua pregação. Isso soa como se não precisasse ser dito, mas nada pode substituir essa verdade. Em termos
simples, aqui está como isso funciona. Ore que nem louco. Confie que nem louco. Espere Deus trabalhar. E depois lhe agradeça quando ele o fizer. Para saber mais sobre o que Bill Hybels acha da avaliação, veja o capítulo 193,
"A pregação bem focada".