A ORAÇÃO DO REINO DE DEUS

O Reino de Deus tem muitas facetas. Uma das mais interessante é que o Reino de Deus tem uma oração. E o que implica isso? Parece-nos ser coisa muita antiga, vinda desde os primórdios da Terra, inicio da raça humana, que o homem sentiu desejo por buscar a divindade. O primeiro a fazer isso foi Abel. A nova relação de Deus com o homem havia mudado. Antes Deus vinha na viração do dia, expontaneamente falar com o homem, agora na nova relação, o homem precisa trazer uma oferta, levantar um sacrifício, para que Deus possa vir ao encontro desse. Mudou!

Todos os povos tiveram, de alguma maneira, um jeito de buscar a sua divindade. Para não decepcionar ninguém, o Reino de Deus tem uma oração.

Assim como o Velho Testamento tem uma Palavra inédita, que são os Dez Mandamentos. Toda a Lei de Moisés tem algum paralelo em outras religiões. Desconfiamos que as outras religiões copiaram Moisés, entretanto os Dez Mandamentos são texto inédito. Ninguém falou daquela maneira até então e ninguém conseguiu falar parecido após. Se a Antiga Lei pode ser resumida no AT em algo, bom... são sos Dez Mandamentos.

Mas o Novo Testamento nos traz mais uma faceta importante sobre o Reino de Deus, que é a Oração do Reino.

Não há mágica em buscar a Deus, mas a Oração nos mostra facetas que não tínhamos percebido ainda.

9 Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o vosso nome;

10.venha a nós o vosso Reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu.

11.O pão nosso de cada dia nos dai hoje;

12.perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam;

13.e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.

Mateus 6

Nenhum judeu ousava até Jesus, imaginar Deus como Pai, era muita proximidade, algo não sonhado. Mas Jesus vem dizendo isso: Pai nosso.

Primeiro Deus tem agora uma relação familiar com o homem, e torna-se Pai. E advogamos, então, nós que oramos, que o Pai é nosso. O Pai nosso, a principio era só do judeu, mas Cristo quebrou essas barreiras fazendo do Deus, que agora é Pai, o nosso Pai, o Pai dos cristãos. Essa oração começa ultrapassando barreiras intransponíveis, pois até aqui, o judeu imaginava Deus sendo exclusivo. O judeu não entendia que Deus veio para a humanidade e não só para eles. Deus não os excluiu do Plano da Salvação, apenas ampliou o leque de irmãos, ou de filhos de Abraão. Toda vez que oramos professamos e declaramos ao mundo material, ao mundo espiritual e a nós mesmos, que temos uma relação de filho com Pai e de Pai com filho, agora. O Pai é nosso, o Pai é meu.

“Pai nosso, que estais no Céu.”

O fato de Deus estar no Céu, mostra que existe uma barreira. Essa barreira é o pecado, que nos fez divisão. Deus é Pai e está pronto a acorrer, pois é Pai, mas está longe o suficiente, intangivel para nós. O Pai é nosso, o Pai é meu, mas existe uma barreira entre nós. Dizer que Deus está no Céu, é dizer que Ele está no seu Trono, reinando e que eu sou criatura, um servo, que deve obedecer ao seu Senhor.

Como santificamos o nome de Deus? O que vem a seguir parece que nos ensina: “Venha a nós o vosso Reino.” O nome de Deus é glorificado quando profetizamos em oração, para que o Reino de Deus venha a Terra e tome conta dela. Não podemos dizer que todos os caminhos na Terra hoje são do Reino de Deus. Bares, hotéis, bordéis, pontos de droga, ajuntamento de bêbados, como exemplo, não glorificam a Deus. O Reino de Deus não está nesses lugares. Mas oramos, para que o Reino de Deus venha também a esses locais e seja assim santificado o nome de Deus. Pedir que venha o Reino de dEus é pedir para que o Reino que já está entre nós, seja realidade, também, nesses lugares. Aqui a Oração torna-se evangelistica. E pedir para que venha o Teu Reino é pedir que a Trindade vá de encontro aos locais onde ela não chegou ainda. Quando oramos pedindo, profetizando para que venha o Reino de Deus, poderemos sermos nós, os agentes desse Reino. Pode ser que sejamos nós que iremos, com a mensagem, para os locais, onde o Reino ainda não veio.

“Seja feita a sua vontade.”

Quando oramos a Oração do Reino, pedimos, todas as vezes, que a vontade soberana permaneça, acima da minha. Precisa coragem para isso. E coragem os cristãos verdadeiros têm de sobra. Assim como levantar e andar, implica assumir responsabilidades frente ao mundo, à sociedade, à família, ao governo, sobretudo implica em assumir responsabilidades diante de Deus. Orar para que seja feita a sua vontade é uma questão de fé e entrega, que precisamos ter. Precisamos ter fé e coragem para orar assim quando o filho está à beira da morte, ou somos perseguidos até o sangue.

O complemento disso é interessante: Seja feita a sua vontade, assim na terra como no Céu. Com certeza a vontade de Deus já está sendo feita a contento no Céu. O que sabemos a respeito do Céu, é que um levante aconteceu e foi resolvido rapidamente. Na Terra porém, a vontade de Deus não está sendo feita em muitos lugares. Mas orar a Oração do Pai Nosso implica em invocar, todas as vezes em que oramos, para que isso aconteça. Quando oramos, pedimos para que aconteça.

Até aqui estávamos resolvendo os problemas de Deus, do Pai. Só depois de invocar que o nome de Deus seja santificado e pedir que o Reino de Deus venha e se concretize literalmente em Jesus, escatologicamente. E que entender que pedir para que venha o Reino é entender que vindo o Reino e vai ser realizada mesmo, a vontade de Deus, é que oramos por nós.

Esse começo da Oração glorifica o nome de Deus. E só depois de glorificá-lo é que iniciamos a pedir alguma coisa.

E é interessante notar que o que pedimos a partir de agora é da completa vontade de Deus. Essa Oração do Reino é oriunda de Deus, da vontade dEle, inspirada nEle, por Ele, para que a orando, recebamos o que oramos segundo a vontade de Deus. Se tivermos alguma duvida em relação a nossas orações, essa é indiscutível.

Temos três pontos daqui pra frente.

1.O pão nosso de cada dia, de hoje.

A impressão que temos é que o pão nosso não seja uma referência direta ao pão de hoje, enquanto tempo presente, mas sim ao pão Maná do deserto. A referência vai mais além e não se especifica apenas no Maná, mas no Maná da sexta-feira, ou, do pão da sexta-feira. Durante seis dias Israel comia o pão que descia do Céu, colhendo-o no campo, mas na sexta-feira caia uma porção dobrada de Maná. O sábado era dia santo e consagrado, onde não se faziam trabalhos seculares, mas apenas buscavam a Deus. Porção dobrada caia na sexta-feira, entretanto, preparando-os para o sábado do Senhor. O pão de sexta é pão de descanso. A porção dobrada invocava e chamava a atenção para o descanso do sábado. O pão que invocamos para não nos faltar é Jesus. Ele é o nosso descanso, Ele é o nosso sábado, Ele é o nosso Pão da Vida. De vez em quando a vida está tão pesada que preciso do pão do descanso, ou do descanso do pão, que é também o pão do sábado, na segunda-feira, ou na terça, ou até mesmo no sábado. Algumas vezes eu preciso do pão do descanso até mesmo várias vezes durante o dia. Claramente o pão da oração, não é pão literal, mas Deus sabe que o necessitamos também e provê, ou lê nas entrelinhas das nossas orações que precisamos, também, do pão literal. Apesar de imaginarmos que Deus lê nas entrelinhas que precisamos do pão espiritual e nos provê. Nós é que invertemos a Oração, que não se inverte.

2.O perdão.

Deus quer perdoar mais do que nós sentimos vontade de sermos perdoados. Deus sabe que a falta de perdão causa doenças da alma. A alma enferma, se não houver perdão. O paralítico que desceu pelo teto numa maca, perante Jesus, primeiro teve que ser perdoado, para depois andar. O problema dele foi algo que praticara, ou sofrera e que não havia sido solucionado. Resolvido o problema da alma, que engessou o homem, que o atrofiou, o diminuiu, o apequenou, o homem voltou à ativa. E levantar e pegar a sua cama assiste em assumir os riscos da responsabilidade novamente. Ele voltava à sociedade, ao trabalho, à família, às suas contas. Pegar a sua cama, ou a sua maca, tinha o significado incrível de que ele agora era dono do seu destino. Até então era um homem comandado, ou escravizado por uma cama, ou uma maca, agora ele pegava o seu problema o enrolava debaixo do braço e partia rumo à vida. Ser perdoado e perdoar, são dois caminhos muito parecidos. O problema é um só, os males da alma. O adoecimento que sabedores de culpa, temos. Quando pecamos, Deus tem pressa em nos perdoar, para que o mal não entre em nossos corações, criando raízes e nos escravize.

3.A tentação e o livramento dela.

Orar a Oração do Reino é levantar a questão perante Deus de que somos tentados pelas forças malignas. E que existe o pecado em nós. e é uma possibilidade real, sempre, a nossa queda. Orar para que Deus não nos deixe cair em tentação, não parece ser livrar só na hora da prova, já dentro do hotel, com o cigarro na boca, ou abraçado ao pecado, mas pedir para não cair em tentação é pedir para nem passar por perto, ser desviado da tentação, ou do que nos tenta. E o que nos tenta? Aquele pecado que nos faz balançar, ainda. Ai podemos orar: Senhor, não sei porque eu preciso disso ainda, mas livra-me Senhor, não me deixe cair em tentação e perdoa-me. O pecado é uma necessidade nossa. E porquê pecamos? Porque temos a necessidade daquilo. Mas se aquilo é pecado, então não é autorizado por Deus e não podemos fazer. Ao pecado que nos balança, aquele que não posso, ainda, nem ver, ou passar perto, pedimos para Deus ter misericórdia, e não nos deixar nem passar perto. Mas se passar perto, Deus achando uma fortaleza em mim e confiando na minha pessoa, apesar de que eu mesmo não confie, então daí-me forças, de não o concretizar. E a única forma de não cair em tentação, que conheço eficaz é estando cheio do Espírito Santo. Estando cheios do Espírito Santo não concretizaremos as vontades da carne, da velha natureza que está em nós.

A forma de Deus não nos deixar cair em tentação, é livrando-nos, desviando-nos, desviando os nossos passos, nos mudando a rota, para que sejamos livres do mal. E todas as vezes que oramos a oração do Pai-Nosso, que é a Oração do Reino de Deus, quebramos, ou é quebrada, um pouco da força que pode exercer os demônios sobre alguns de nós. E oramos até que a tentação não surta mais efeito sobre nós. É interessante que pode ser que no presente ainda olhemos para o nosso pecado, ou o pecado que nos chama mais a atenção, ou o que alguém tem tendência de seguir e ele nos balance ainda. Mas vai chegar o dia, e hoje está mais próximo do que ontem, em que esse inimigo não terá mais força alguma sobre a nossa pessoa. Um dia, também esse inimigo será totalmente vencido.

Com certeza essa Oração não é para ser rezada, mas tomada como base para nossas outras orações. Completando os nossos espaços vazios na Oração, estaremos orando o que é da perfeita vontade de Deus e irá acontecer, assim como Deus quer, o melhor, para nós.

Que a Graça e a Paz esteja com todos os irmãos! Amém!

pslarios
Enviado por pslarios em 04/02/2012
Reeditado em 04/02/2012
Código do texto: T3479274