SOU CONTRA A ESCOLA DOMINICAL
PALAVRAS PARA PASTORES
Sou terminantemente contra a Escola Dominical, enquanto ela substitui a boa pregação e ensino, que devem ser feitos de púlpito.
Já fui professor da Escola Dominical e observo com o tempo, que Igrejas que tem Escola Dominical não se preocupam muito com um bom ensino da Palavra, enquanto pregação, enquanto ensino de púlpito. De novo batemos nisso: pregadores mal-preparados se metendo a ensinar os outros. Aliás se fossemos ver estritamente como deve ser uma Igreja, muitas delas deveriam serem fechadas agora, imediatamente. E se filtrássemos os bons pregadores dos maus pregadores, pois o que traz a fé é a pregação da Palavra de Deus; no que também observo o crescimento de Igrejas musicais. Igrejas que não se preocupam com a Palavra, mas com a cantoria. Não excluímos uma em favor da outra. Adoração e Pregação tem cada um o seu tempo e seu papel no culto. Aliás, o que é um culto? Acho que precisamos rever o conceito de culto, de novo e ai descobriremos que tem um monte de gente que está indo para o ajuntamento, mas não para um culto.
O conceito de Escola Dominical é muito bom: ensinar de uma forma mais aprofundada, ou dando espaço aos irmãos para que tenham respostas às suas muitas perguntas, que surgem na Igreja. Toda Igreja deve responder a contento sobre as coisas que acontecem nela. O problema começa de não ser o pregador principal, ou um deles que ensina na Escola Dominical. Da forma que fizeram, a ED é repassada a qualquer um. Sem brincadeira, é raro a Igreja que o professor, ou professora, é o mesmo de, pelo menos, três anos atrás. Porque três anos? Mais ou menos, só a título de ilustração. Eu creio que demora um ano até o professor conseguir começar a se fazer entender corretamente e o povo acostumar com ele(a). Vai mais um ano para sair do currículo imposto por outros e começar a mostrar serviço realmente. E do terceiro ano em diante já é para começar a formar obreiros. Pois a Escola Dominical é para formar obreiros. Tem que sair, obrigatoriamente, pregadores, obreiros e outros professores da ED. Não é o que estou vendo acontecer, em lugar nenhum.
O que vejo é, em geral, uma adolescente, que não sabe nem falar direito, ou um obreiro, em geral um Diácono, que não é muito relevante. E porquê esse Diácono não é relevante? Porque ou é ruim, e ai a gente pergunta gritando: Quem é que ungiu esse cara, estava cego? Pra mim um obreiro qualquer que não é relevante é porque é ruim, ou é problemático. Dá-se o cargo pra ele como se um professor da ED não fosse nada. Espera ai! se o professor da ED tem a responsabilidade de encontrar pregadores, obreiros (muitos pastores já saíram da ED) e sucessores e como é que se dá o cargo de professor da ED para qualquer pessoa? A ED é só mais um órgão na Igreja? É só um horário na agenda, no domingo de manhã, na hora do sono sagrado do povo? Se é assim eu prefiro que seja feito um churrasco na hora da ED, creio que será mais concorrido.
Mas porque surgem esses problemas com a ED? Porque o problema vem do púlpito. Uma Igreja que se preocupe em ensinar a Palavra de púlpito, na verdade, não precisa de ED.
A algum tempo atrás me convidaram a ser professor de uma ED, fui orar a Deus muito incomodado. Eu falava com Deus que as pessoas que deveriam, realmente, vir à ED e aprender não vinham. As principais pessoas que deveriam participar da ED sem faltar, a meu ver seriam as que mais força tem na comunidade. O primeiro que não deveria faltar de jeito nenhum é o pastor. Na ordem as próximas deveriam ser as missionárias – gente, de verdade, quem é que unge essas missionárias? A maioria não sabe nem falar direito, não tem tino do que é uma Igreja, não sabem lidar com o povo, ungir alguém só porque fala em línguas, não é qualificação alguma pra mim e nem pra Bíblia. Sou a favor urgente, que só pode ser ungido quem tiver um seminário, ou alguma coisa similar. Tem que ter chamado reconhecido pela Igreja. Tem obrigatoriamente que haver um crivo, uma seleção, para se escolher obreiros. Para se ungir pastores então nem se fala. Tem gente se ungindo a pastor! É mentira o que estou dizendo?
Estive orando a Deus, incomodado a voltar à ED e ensinar para os adolescentes e os pré adolescentes. Eu queria ensinar para os grandes, para quem precisa mais, que são os que estão na ativa. De vez em quando precisamos de alguém que faça como aquele homem que apedrejou ao Rei Davi. Davi teve percepção de entender que isso poderia ter vindo de Deus.
Todos nós precisamos ser apedrejados de vez em quando, para voltarmos à razão.
A crise do púlpito segue grosseiramente a duas frentes: uma delas é o mau obreiro e a outra é a má pregação.
O bom obreiro não é o mais perfumadinho, ou bonitinho, ou bonitinha da Igreja. O que mais interessa é a qualidade do que ele prega. Mas eu vejo a vida pessoal de muitos atrapalhando a obra. A falta de santidade, a falta de revelação, obreiros sem mensagem, sem direção, sem saber o que prega, pra quem prega e porque prega são comuns. Numa Igreja, onde morei no local durante um tempo, com seis meses na Igreja trouxe um dia uma mensagem sobre a Cruz. No fim do culto um irmão disse que era a primeira vez, desde que se convertera, em cinco anos, que ouvia alguém pregando sobre a Cruz. Não uma Palavra esporádica sobre a Cruz, mas como mensagem principal. A Cruz é a centralidade do Evangelho e o cerne do ministério de Jesus e como é que uma Igreja que se diz séria não prega a Cruz.
E a Graça de Deus então? Do jeito que muitos fazem, nem parece que Jesus morreu na Cruz para nos libertar dos pecados e nos salvar. Hoje é muito comum - não a exclusão, que pega mal e devemos prestar contas imediatas com os nossos superiores – mas um convite para que o irmão problemático vá embora da Igreja e procure outra para si. É uma exclusão essa, porém mais disfarçada. E se não vamos prestar contas com o homem, com nossos superiores, a respeito disso, mas todos prestaremos contas com Deus. A Graça mostra que Jesus morreu pelos pecadores, enquanto inimigos de Deus. Jesus morreu pelos inimigos. E nós mandamos embora o irmão, porque ele prega melhor e afeta o meu ministério, e ficou a descoberto, e notam que eu não sou tão bom assim? Ou, se ele, ou ela, é problemático, pecador ou qualquer coisa, então por favor, Graça no boneco.
Fiquei sabendo de uma situação deplorável que ocorreu com a esposa de um obreiro sério, que conheço a muitos anos, apesar de nunca ter congregado com ele. Entrei numa padaria perto da nossa casa e ele estava cabisbaixo, inquirido por mim ele disse que a sua esposa fez no final do ano um teatro, uma peça, sobre salvação, onde algumas pessoas aceitaram a Jesus como salvador. A peça foi repetida, a pedidos e de novo Deus operou. A esposa do pastor da Igreja, inspirada pelo capeta, de noite na cama pediu ao marido para exclui-la porque ela usava uma saia Jeans. O irmão, marido dela, me disse que ela só tinha uma saia, pois a pobreza deles era muito forte e o pouco que tinham gastavam com aluguel e com os filhos. A esposa foi excluída, devido à nova lei que o pastor impôs na Igreja, a pedido da sua endemoniada mulher. Vai ter que prestar contas disso. Eu aconselhei o irmão e a esposa a irem para outro lugar, não sei se foram.
E isso me leva a outro ponto. A Palavra deve ser pregada conforme a vontade de Deus. E só. O que significa isso? Pregamos a Palavra e permitimos o que Deus permite na vida dos irmãos: o livre-arbitrio. A nossa parte é falar de Deus, se os irmão vai ou não acatar não é da nossa alçada. Esse é um erro que vejo principalmente entre os pastores, que se sobrecarregam com o que não é da conta deles. Se Deus permite que as pessoas exerçam o livre-arbitrio, porque nós deveríamos fazer diferente? Falamos a Palavra e esperamos o efeito dela no ouvinte. Como a dosagem tomada de um remédio.
O outro ponto a respeito do púlpito é a má pregação. Pregação mal preparada. Falta de um esboço sério. Palavras que tem começo e não tem fim. E por ai vai. Gente, a resposta pra isso é uma só: Se não sabe pregar então não pregue. Ou aprenda a pregar. Sou a favor de permitir que só os melhores preguem a Palavra, só os melhores da Igreja cantem. Ah, mas ai só fulano vai pregar. Ele é o melhor? Então que seja ele todos os dias, até os outros aprenderem. Vejo um desnível horrível nos cultos. Um dia o culto é bom, no outro não é. Porquê acontece isso? Porque num dia o melhor pregador da Igreja pregou e o melhor cantor cantou, no outro dia, só para não desfazer do irmão querido, que todos amamos, mas que não canta nada e não prega nada se meteu a cantar e a pregar. Gente, o púlpito não é lugar de favoritos, mas dos melhores.
Outro fato que noto e que não aconteceu na rua Azuza - segundo li em um livro - sendo esse um dos grandes fatores do milagre, é que o pastor principal, que segundo consta não era tão bom pregador, mas era alguém que orava e tinha muita santidade, ficava no púlpito, de olhos fechados e cabeça baixa quase o tempo todo da pregação de outro. Ele não era um bom pregador e sabia disso e teve a honradez de fazer o seu papel. Se havia pregadores melhores do que ele, então que eles pregassem, ele iria orar. E pra quem não sabe, pastor é uma coisa e pregador é outra diferente. Se porém o pastor for também um pregador, é ótimo para a Igreja, mas não é obrigatório.
Resumindo, esses são alguns dos motivos porque eu, sinceramente, não gosto da Escola Dominical e sou a favor do fechamento da mesma.
Dois fatos, entretanto ainda ficaram em aberto. Um deles é que orando, Deus me orientou que o professor da ED tem sua área restrita, como ensino e que se a minha intenção era pregar e ensinar para os obreiros, o lugar para isso era o púlpito e não a ED, que era uma área restrita a poucos interessados. Aquilo pra mim foi um achado. Passei a ensinar e a pregar de púlpito. Hoje sou mais um ensinador do que um pregador. A necessidade forma o obreiro. Assim como eu estar escrevendo para pastores é porque vejo uma necessidade urgente de apedrejar alguns, levantar outros e ajudar a quem possa. E é lógico que entendo que Deus está no negócio. Aliás, não tenho dúvidas; estou aqui, autorizado.
O outro fato, que acho não tão bom, é usar material de outros para doutrinar a sua Igreja. É mais fácil comprar a revistinha do que elaborar apostilas próprias, é lógico. O problema é que as revistinhas são genéricas e evitam polêmicas. O Evangelho todo é polemico até a raiz dos cabelos. O Evangelho é comprometedor e complicado. O Evangelho lida com pessoas, por isso é difícil. Dá trabalho fazer apostilas? É lógico que sim. Acho até que a Igreja deve escolher os melhores para elaborarem esse tipo de apostila, que devem serem feitas como um curso de aperfeiçoamento, ou formação de obreiros.
Enfim, a discussão foi lançada.