De escravo a Governador! Uma História escrita pelo dedo de Deus!

Em 1986, li a Bíblia inteira em dois meses – foi meu maior recorde em termos de rapidez na leitura-, o qual ainda não consegui superar. No entanto, tenho claro na mente que tal leitura, nem qualquer outra de nada serviria nem servirá se, o aprendizado não for colocado em prática no viver diário. Não é a rapidez que torna a leitura útil, nem eficaz ao leitor. A mim, foi aquela, uma experiência marcante, edificante. Quero este ano repeti-la ou superá-la, com a ajuda de Deus.

Estou lendo a Bíblia com o fito de ir de Gênesis a Apocalipses. Lendo a vida de José um personagem maravilhoso, extraí algumas lições às quais pretendo compartilhar a quem se interessar em aprender com ele sobre o segredo da vitória para se transformar de escravo em governador. Palavra esta, que tem amplos significados: governador de um Estado, de uma empresa, da própria índole – muitos não o conseguem -, governador em uma situação difícil, etc.

Era ele da linhagem do grande patriarca Abrão, cuja genealogia é referida no Cap. 17.

Então caiu Abrão sobre o seu rosto, e falou Deus com ele, dizendo: Quanto a mim, eis a minha aliança contigo: será o pai de muitas nações; E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai de muitas nações te tenho posto; E te farei frutificar grandissimamente, e de ti farei nações, e reis sairão de ti;

E estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti por Deus, e à tua descendência depois de ti. E te darei a ti e à tua descendência depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão e ser-lhes-ei o seu Deus.

Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém, guardarás a minha aliança, tu, e a tua descendência depois de ti, nas suas gerações. Gênesis 17:3-9

Anteriormente no Cap. 15. 5 Deus ordena que o patriarca que olhe para as estrelas do céu e as conta caso o possa fazê-lo, afirmando que de igual maneira seria abundante sua descendência. E José era parte do cumprimento de tal promessa, feita por Deus. A narração sobre sua vida é descrita à partir do cap. 37 de Gênesis onde encontraremos José ainda jovem com apenas dezessete anos, cujas referencias sobre sua origem e casa paterna são: Abraão pai de Isaque e Ismael; Isaque pai de Jacó e Jacó era o pai de José, acerca do qual escrevo.

“Estas são as gerações de Jacó. Sendo José de dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos; sendo ainda jovem, andava com os filhos de Bila, e com os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia más notícias deles a seu pai. E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores. Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos eles, odiaram-no, e não podiam falar com ele pacificamente. Teve José um sonho, que contou a seus irmãos; por isso o odiaram ainda mais”.

Gênesis 37:2-5 trecho pequeno se acham inúmeros detalhes importantes, como por exemplo: que Jacó era polígamo; que amava mais a José do que a seus onze irmãos. Fato condenado pela psicologia devido aos estragos que isto ocasiona na personalidade dos filhos. Assuntos os quais não me prenderão nesta reflexão.

Quais lições então poderiam selecionar na vida do jovem José do Egito, as quais fossem oportunas para cada individuo nesta era da pós-modernidade?

Um abstract fosse feito sobre sua história e teríamos:

Habitava com sua família – a qual era composta por doze irmãos, pai, mãe e duas concubinas -, nas terras de Canaã. Era detestado por seus irmãos porque seu pai Jacó o amava mais que aos demais – deu-lhe uma túnica de várias cores para evidenciar tal sentimento -, ademais ele era sonhador o que lhe rendeu o apelido de “sonhador”. Em seus sonhos ele sempre era o líder dos seus irmãos. Daí a origem do ódio que estes lhe dedicavam.

Tinha a incumbência de levar recados aos irmãos onde os mesmo trabalhavam, e vistoriar as ovelhas da família. Era trabalhador para sua tenra idade. Naquele tempo o trabalho infantil não era crime. Não havia criminalidade vista na atualidade, como ocorre nas grandes metrópoles onde o trabalho infantil é considerado crime. Na atualidade, ociosidade e perder tempo com programas inúteis e nocivos na TV e vídeo games não é considerado crime. Aprender a mentir, roubar, adulterar como é ensinado não considerado crime.

Certo dia ao visitar seus irmãos com recados do velho pai, estes o venderam como escravo para os mercadores egípcios para se livrarem do “sonhador”. Chegando ao Egito foi novamente vendido, e desta vez para Potifar, o chefe da guarda de Faraó. O texto sagrado destaca no cap. 39.2 “E José foi levado ao Egito, e Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda, homem egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que o tinham levado lá. E o SENHOR estava com José, e foi homem próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio”. Gên. 39:1-2

A palavra Senhor com letra S Maiúscula define que esta referencia é feita a Deus, e não ao Potifar, cuja letra s, escrita em minúscula. José já havia passado por várias dificuldades, no entanto, permanecia na presença do Senhor. No entanto, pelo fato de ser ele temente a Deus, não estava imune às tentações, como muitos gostaria, que assim fosse. Nem o próprio Jesus ficou imune às tentações.

O diabo o confrontou no deserto. E deserto é sempre lugar seco, árido, de areias escaldantes, situações escaldantes, as quais queimam como fogo aos pés, alma e a vida, pela falta de recursos, sem comida, sem soluções visíveis. Mas Jesus venceu a satanás, ao dizer: Pra trás de mim, somente ao Senhor adorarás e só a Ele servirás. Jose também venceu ao se firmar em Deus como seu apoio maior, único e exclusivo.

Não dependeu do braço humano, nem da família, nem de amigos. Até porque, não os há.

José, jovem, bonitão, vindo de fora para trabalho escravo na casa do Potifar. Abjeta e sem pudor era a mulher de Potifar, olhou, olhou, e gostou do que viu. Confusão à vista!

Certo dia enquanto José entrou na casa de Potifar para fazer seu trabalho, e não havendo outros homens por perto; a megera mulher, saltou em cima do jovem bonitão, agarrou-o pela capa e falava-lhe: “Vem deita-te comigo”., ela o agarrou, porém, José fugiu feito uma bala de fuzil, largando-lhe a capa nas mãos. Perdeu a capa e a liberdade, não a dignidade! Não naufragou no pecado! Exemplo digno de ser seguido por todos os servos de Deus.

A abjeta criatura foi até Potifar – seu “marido” – e, contou-lhe a história distorcidamente, dizendo que José lhe agarrara. Ouvindo isto, Potifar ficou furioso e enviou José para a masmorra no subsolo do palácio. Deixando-o de “molho”, naquela solitária para detentos perigosos por mais de dois anos. José teve assim todos seus “direitos humanos” pervertidos e vilipendiados, mas não reclamou! Mesmo lá na masmorra, José prosperou, pois, estava na presença do Senhor, e não apenas do senhor Potifar. Oh! Glória!

Tornou-se chefe no cárcere, interpretou sonhos de outros detentos importantes que lá estavam de “molho”, era respeitado pelos outros presos e pelo carcereiro. Certo dia Faraó teve uns sonhos estranhos os quais nenhum sábio do palácio conseguiu decifrar. Então o copeiro de Faraó lembrou-se da promessa feita e José e não cumprida, quando ambos estavam na masmorra. E falou a Faraó sobre José e sua sabedoria vinda de Deus. Faraó mandou chamá-lo e viu as mãos de Deus sobre sua fala.

José não se desviou da presença divina, e Deus por sua vez não se esqueceu da petição feita ao copeiro, mesmo que este a tenha esquecido. Deus nunca se esquece da petição feita por seus filhos quando estes lhe são fiéis. Trouxe à memória do mesmo quando uma situação difícil surgiu a qual colocaria a posição de todos em risco junto ao Faraó. E torna a trazer à memória situações as quais os homens “importantes” - sejam nas leis, no senados, nas Igrejas, gostariam de abafa-las ou jogá-las para debaixo do tapete negro da impunidade. [Quem tem ouvidos para ouvir – alguns têm ouvidos, mas, não servem para ouvir-, ouça, o que a Palavra lhe tem a dizer].

Cap. 39.9 “Então falou o copeiro-mor a Faraó, dizendo: Das minhas ofensas me lembro hoje: “Estando Faraó muito indignado contra os seus servos, e pondo-me sob prisão na casa do capitão da guarda, a mim e ao padeiro-mor, Então tivemos um sonho na mesma noite, eu e ele; sonhamos, cada um conforme a interpretação do seu sonho. E estava ali conosco um jovem hebreu, servo do capitão da guarda, e contamos-lhe os nossos sonhos e ele no-los interpretou, a cada um conforme o seu sonho. E como ele nos interpretou, assim aconteceu; a mim me foi restituído o meu cargo, e ele foi enforcado. “Então mandou Faraó chamar a José, e o fizeram sair logo do cárcere; e barbeou-se e mudou as suas roupas e apresentou-se a Faraó”. Gên. 41:9-14.

José tornou a ser levado à presença do rei e desta vez com dignidade, saiu de lá honrado e com muitas responsabilidades. Com reconhecimento pela sua fé em Deus, e pela sua vida ilibada. Após decifrar os sonhos do rei, José foi colocado como governador daquele país, para solucionar o grave problema da fome, sendo apenas o rei acima dele. Efetuou o maior Projeto de combate à fome do qual já se teve notícias naquelas paragens. O servo de Deus deve ter em mente que tem a responsabilidade de tornar o plano salvífico uma realidade na vida do povo e solucionar o grave problema de fome espiritual que se agrava no mundo. O mundo – pessoas – tem fome e sede da Palavra e de justiça.

Em meio a este cenário retornam à cena seus onze irmãos “bonzinhos” para não dizer mesmo invejosos, que o chamavam de “sonhador”. Vem eles agora, bater à porta de José o governador. Sem o saberem, que eles pobres, famintos, humilhados, estavam batendo na porta do irmão ao qual eles venderam para livrarem-se dele. José agora estava exaltado, após tanta humilhação. A vida dá muitas voltas, como já o dizia uma antiga canção do MPB, na época da ditadura.

Por quê? Qual a razão de sua exaltação? Que lições podem ser tiradas em sua forma de vida e fé?

O cap. 45.5 José dá uma palavra a seus irmãos através da qual Deus nos faz refletir sobre a forma como Ele age, em muitas situações.

“Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós”. Gênesis 45:5. Muitas situações difíceis às quais, Deus permite que passemos, são utilizadas no futuro como portas de solução. “Aquilo que parecia ser minha morte, de repente virou minha sorte, um milagre se fez em mim!” diz a letra de uma linda canção. Deus não deixa o soldado ferido morrer, quando este soldado vive em santidade segundo seu querer.

Diante desta afirmação positiva, objetiva e realista, de José a seus irmãos poderemos pinçar várias lições da vida e modo de pensar e agir de José as quais nos serão de extrema utilidade. Pelo menos, para aqueles que desejem subir da situação de escravo a posição de Governador.

1. José um adolescente – dezessete anos-, bonito, caçula entre doze irmãos, trabalhador e detestado pelos irmãos. Porém, era responsável naquilo que fazia, tinha uma mente limpa, santa, era temente a Deus.

2. Foi vendido duas vezes: uma pelos irmãos de carne que o venderam para os mercadores; e a segunda vez ele foi vendido para ser escravo de Potifar na Egito – escravo por fora, na carne, no corpo -, mas em sua mente agia como sendo livre por dentro. Quando se tornou governador – tendo poder nas mãos-, não se vingou de seus irmãos malvados. E bem que o poderia haver feito. Mas, agiu de forma benevolente para com eles, pois, era assim que Deus determinou.

3. Considero que o pior tipo de escravidão que assola o ser humano é aquela que está dentro na mente, no interior do ser humano. Desta ninguém o pode livrar a não ser o próprio Deus. Muitos escravos deste tipo arrastam outros consigo.

4. José não ficou a amargurar-se por haver sido arrancado ainda adolescente e de forma brutal do seu meio familiar, - local onde o individuo se sente mais seguro-, ele não era diferente dos outros.

5. Não mergulhou em autocomiseração por ser o filhinho caçula atirado em uma cova com lamas e depois, vendido aos mercadores, novamente vendido a Potifar e finalmente ser atirado numa masmorra injustamente. Só porque não quis fazer sexo com uma mulher despudorada, e infiel ao "marido".

6. José estava sempre preparado para responder e agir firmemente de acordo com suas convicções espirituais sobre o Deus eterno, sobre aquilo que ele cria. Nem a solidão da masmorra o fez deixar de viver de forma santa e com fé viva em Deus.

7. Não pautou suas decisões nos problemas e dificuldades enfrentados! Focou – se no poder de um Deus que tudo pode. Mesmo quando as evidencias parecem querer dizer o contrário. Olhava para o alto e não para a lama da cova ou das situações difíceis.

8. Colheu todos os bons resultados deste estilo de vida pautada na vontade santa de um Deus santo. O qual exige que seus seguidores sejam igualmente santos. Separados da forma de viver praticadas por aqueles que não temem a Deus. "Santos sereis, porque eu, o Senhor, sou santo" (Levítico 19:2; 1 Pedro 1:16).

Minha esperança é que ao lerem esta reflexão, todos quantos a lerem possam aprender, desejar viver da forma como viveu José, para que também possam colher muitos bons resultados, e não apenas colher alguns resultados de segunda categoria. Aprendi que: “O bom é o pior inimigo do melhor”. Não basta viver mais ou menos bem, ou mais ou menos dentro da vontade de Deus. É imprescindível viver-se completamente dentro da sua santa vontade e seguir à risca seus ensinos, para se obter resultados significativos. Só então atingiremos as condições para sermos transferidos da condição de escravos à condição de governadores.

É maravilhoso quando alguém vive na presença de Deus e aprende, dele e com ele, sobre como governar com justiça e sabiamente, sem vilipendiar os direitos humanos de ninguém. Alguém que assim vive na presença do Deus vivo, consegue desenvolver o maior projeto de combate à fome: seja ela espiritual ou fome de alimentos mesmo.

Um bom governo – seja em casa, na Igreja, no Estado, ou em algum país, só é possível quando pautado na palavra e direção divina. O humano nada sabe para tanto. De escravo a governador é possível! Desde que Deus esteja no controle de todas as situações e decisões.

Das mais simples às mais complexas!

nana caperuccita
Enviado por nana caperuccita em 31/01/2012
Reeditado em 03/02/2014
Código do texto: T3472537
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