OS DESAFIOS DA MULHER CRISTÃ
Os desafios da mulher cristã
As mulheres carregam a carga do pecado, pois Eva desobedeceu a Deus e deu o fruto proibido ao esposo (Gn 3.6) e somos herdeiros desse pecado. Este artigo foi escrito para mulheres cristãs, visto que estes desafios os quais salientarei, nas páginas seguintes, estão presentes na vida delas. Obviamente, as mulheres cristãs têm consciência do que a Palavra de Deus revela a elas, e é preciso que todas saibam o que a Bíblia nos orienta.
Que desafios são esses? Como a mulher contemporânea lida com suas responsabilidades? E os cuidados com o esposo? E os filhos? E a Igreja? E os ministérios? E a profissão? Essas dúvidas sempre saltaram em minha mente, pois a mulher cristã sabe de sua condição de pecadora e precisa vencer alguns desafios proporcionados pelos tempos atuais, sem esquecer o seu real papel na família, na igreja e na sociedade.
Na maioria dos lares brasileiros, a mulher precisa trabalhar fora para contribuir com as despesas do lar, todavia as responsabilidades previamente adquiridas ainda lhe são atribuídas. Isso significa que a mesma mulher que cuida do sustento da casa, trabalha, atende ao marido e filhos, necessita zelar do seu lado espiritual para harmonizar-se com Deus e sua própria vida.
Creio que a mulher moderna possa galgar, a passos largos, rumo a uma vida de transformação e crescimento espiritual, embora pese sobre ela a constituição e os pilares da família. “Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de finas jóias.” (Pv 31.10).
A Palavra de Deus afirma, em Provérbios, o valor da mulher, mas ela, às vezes, não se considera preciosa e cede aos impulsos traiçoeiros do mundo secular. Assim, necessário se faz identificar esses desafios, traçar estratégias para então transpô-los. Acredito que se destacarmos estes desafios: beleza estética, disciplina, submissão, e observarmos por outro prisma (o bíblico) fará com que a mulher evite angústias desnecessárias. Esse é o objetivo deste artigo.
É preciso ser bonita?
É consenso. As mulheres são muito mais solidárias, gentis, altruístas e tolerantes do que os homens, mesmo assim, são alvos da mídia televisiva, impressa e publicitária. São cruelmente submetidas às exigências de um mercado que configura cada fêmea de acordo com a demanda de sua produção industrial. Para cada novo artigo produzido destinado ao mercado, surge uma nova campanha publicitária, reforçando padrões e criando estereótipos exigidos por esse mercado. Esse sistema seria inofensivo e necessário para a economia de um país se não fosse um massacre causado na mente da mulher. Identifiquemos aqui o primeiro desafio porque passam as mulheres modernas: beleza estética.
A Palavra de Deus nos revela, com clareza, em Provérbios, capítulo 31, versículo 30 que: “Enganosa é a graça, e vã, a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.” Ora, se a Bíblia não exalta a beleza, não a coloca em primeiro plano, por que a mulher admite vil cobrança? Tal argumento não é uma apologia ao desleixo físico, mas uma advertência ao exagero, visto que aliado a esse excesso, vem o consumismo desenfreado. O ensinamento de Provérbios destaca uma oposição à beleza estética que é o temor ao Senhor. Inevitavelmente, a formosura é sempre “vendida” pela mídia, visto que é materializada em cremes, batons, roupas, bolsas, sapato, tinta de cabelo, mas e o temor ao Senhor? Não nos é apresentada uma maneira de conhecer a Jesus, confessá-lo como salvador, e declarar nossa dependência dele. É viável, então, recorrer ao que o mercado (mídia) lamentavelmente não oferece: a Palavra de Deus.
Em 1Co 10.23, a Bíblia é muito clara ao dizer que tudo é lícito, mas nem tudo convém. Tudo é lícito, mas não devemos nos dominar por nada. Assim, mulheres cristãs devem buscar, do Senhor, os dons do Espírito Santo, pois a maneira que ela se veste, sua aparência nada mais é do que um reflexo do Espírito Santo. Lembro-me da época de minha conversão em que o Pastor Antônio Ulisses Azerêdo (meu pai na fé) dizia que a pessoa quando descobre a Cristo fica mais bonita. Talvez esconda-se, nessa observação de meu Pastor, o maior segredo da beleza, não só das mulheres, mas do homem, da criança. O mais interessante é que à medida que fui amadurecendo, percebia naquelas pessoas que chegavam à Igreja a mudança no seu aspecto físico. Naqueles olhos caídos de outrora, apresentava-se esperança; aquele jeans desbotado ganhava um tom de linhagem nova, visto que a partir daí cobria nova criatura; o sorriso das pessoas que chegam ao Senhor passa por nova configuração e até a musculatura facial mobilizada para expressar alegria é diferenciada e revela amor, beleza.
Vejamos, então, que a beleza não é inerente apenas ao aspecto físico e é imprudente considerá-la assim. Acima de beleza, poder ou dinheiro, o cristão deve buscar ser como Cristo, conforme 1 Sm 16.7, em que se afirma que Deus não vê o exterior, mas sim o coração.
Aqueles que são do Senhor sabem que a busca pela beleza, antes de qualquer coisa, é vaidade. Vaidade é a qualidade de tudo que é vão, de tudo que passa. Beleza, corpo bonito, roupas da moda e dinheiro, todas essas coisas vão passar. Os valores da mulher cristã devem estar baseados em tesouros incorruptíveis como amor, benignidade, domínio próprio, santidade, retidão. Quando temos o dom do amor agindo em nós, emanamos o tipo de beleza que não pode ser comprado ou vendido. A beleza que só Deus pode nos dar.
Todavia, ao invés disso, vemos muitas jovens cristãs – que deveriam manter seus padrões em Cristo – mais preocupadas com seu peso, seu cabelo, seu corpo, do que com seu espírito. E chegam ao extremo de deixar de ir ao culto ao Senhor porque não têm uma roupa nova ou de se sentirem inferior na casa de Deus por não possuir um corpo esguio e um cabelo liso (esse é o padrão de cabelo), porque não possui a pele alva. Cretinice do mundo!
A aparência do cristão deve manifestar a glória de Deus e não sua própria glória, assim o segredo é colocar Deus a frente de nossas decisões, inclusive sobre o que vestir, nossa aparência e modos.
Com essas palavras, não há intenção de julgar aquelas irmãs ou irmãos que se preocupam com o que vestir, que desejam fazer uma cirurgia reparadora, todavia destaca o fato de que essas coisas não devem vir no coração antes do desejo de estar na vontade de Deus. E que o Senhor lhe proporcione oportunidades para viver a beleza de Cristo em todo o seu esplendor.
Desenvolva toda sua potencialidade de MULHER CRISTÃ atuando em sua Igreja em um dos ministérios existentes, em seu lar, enfim em todo tempo que a Luz de Jesus brilhe através de você.
Talvez você, mulher cristã, que lê este artigo, concorde com as afirmações que faço, mas sabe que a prática não é tão simples assim. Saiba que você não é única. Outro dia, numa conversa com algumas mulheres, o assunto pautado era a beleza feminina, não a beleza natural, dada por Deus, mas as adquiridas como: drenagens, massagens, lipo, limpeza de pele, musculação. Confesso que somos unânimes ao desejar esses caminhos de beleza, mas fiquei bastante intrigada quando uma das mulheres revelou que começou a fazer academia porque em uma situação de intimidade o esposo professou um infeliz comentário a respeito do pouco enrijecimento do glúteo da esposa. Ora, creio que esse homem não desconheça o ciclo natural (dado por Deus) do corpo humano – aliás, templo do Espírito Santo – por isso, trata-se de falta de respeito com aquela mulher que o Senhor lhe concedeu como esposa.
Disciplina em primeiro lugar
Conheci, certa vez, uma mulher que sempre se apresentava como alguém infeliz e não acometida pela “sorte”, nem agraciada pelas bênçãos divinas. Era o que ela dizia. À medida que me relacionava com ela, já que começou a fazer parte do meu Ministério na IBNC(Igreja Batista Nacional Central), não tardou para que viessem à tona suas principais mazelas e dissabores. Fabiana* não conseguia ter disciplina em nada que fizesse. Contou-me, certa vez, que nunca terminou nenhum curso que começara: inglês, espanhol, curso universitário, informática. Não continuou na igreja onde se converteu porque não conseguia assumir nenhum cargo. Suas dívidas eram incalculáveis, e sempre gastava mais, não conseguia manter a limpeza da casa onde vivia com o filho. Este nunca tinha horários para o banho, as refeições eram em horários aleatórios. Fabiana é um exemplo figurativo do segundo desafio a ser tratado neste ensaio: disciplina.
Não se trata, neste capítulo, da disciplina como denotação de correção, mas de organização, mesmo que haja, mais a frente, convergência entre esses dois itens.
Hebreus 12.11 “Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça.” Pensemos aqui, através desse versículo bíblico, a disciplina que muitas mulheres cristãs acabam negligenciando. Por que algumas não conseguem se organizar? A jornada é árdua, as cobranças implícitas e explícitas são numerosas. Esses deveriam ser bons motivos para elas se organizarem, mas não o são. Pelo contrário, utilizam desses artifícios para justificar a desordem implantada em suas vidas.
Meu Pastor, já citado no anteriormente, sempre atribuía atividades urgentes e de grande responsabilidade aos líderes mais ocupados. Mas o que parece imprudência revela uma atitude altamente louvável, visto que aquele que consegue se organizar realiza mais funções, opondo-se àquele que, embaraçado, mal cumpre seus compromissos familiares e no trabalho. Este vive correndo de um lado para outro, está sempre ocupado e não realiza nada.
No que tange às mulheres, é indiscutível a capacidade dada por Deus a elas. Com raras exceções, como Fabiana, citada neste artigo, elas conseguem fazer muitas coisas ao mesmo tempo: oram enquanto fazem o almoço; discutem um texto bíblico com os filhos enquanto passam a roupa; cuidam da casa, filhos e trabalho quase simultaneamente, todavia é necessário ficar atenta para que sua rotina não torne estressante a ponto de deixar as coisas de Deus para o segundo plano. É preciso se organizar!
Noé foi um homem que se organizou (Gn 6.22). Preparou a arca com antecedência para que sobrevivesse ao dilúvio. Caso contrário, ele deixaria a construção da arca para depois e gozaria da infelicidade de não ter tempo. Veja o caso de Ana, além de paciente, disciplinada, orava a Deus pedindo um filho e era constante nesse pedido. As mulheres cristãs devem usar os exemplos da Bíblia para se organizarem. A própria mulher virtuosa, citada anteriormente, levantava cedinho e trabalhava bastante dentro e fora de sua casa. Com certeza, era habilmente organizada.
Quando uma mulher está grávida, ela prepara cuidadosamente o enxoval do bebê, faz consultas periódicas. Se vai se casar, há detalhes que precisa atentar, e mais, necessário se faz prever gastos, tomar decisões pertinentes ao evento. Enfim, organizar-se é descanso. Quem se organiza e espera no Senhor toma posse da tranquilidade necessária para SER bom testemunho.
Além da organização prévia em qualquer situação cotidiana, a mulher cristã precisa de reservar momentos para a oração e disciplinar-se na devolução de dízimos.
É comum, na igreja, vermos irmãos que passam por dificuldades financeiras. Mas como? A Bíblia diz que nunca um filho de Deus vai mendigar pão (Sl 37.25). Porém, até para cumprir a Palavra de Deus o indivíduo precisa sistematizar. “A mulher sábia edifica sua casa” (Pv 14.1). Dessa forma, torna-se necessário que as mulheres cristãs sejam divinamente sábias, que sistematizem, façam controle de suas despesas e obviamente estas devem ser menores do que a receita. Parece simples demais, mas não o é. Primeiramente, deve ser fiel na devolução do dízimo, em dia, a partir daí, organizar-se também para que o orçamento não extrapole, evitando angústias, lamúrias, estresse.
Então a Palavra de Deus poderá se cumprir na vida da mulher cristã.
Outro quesito, que deve ser seriamente levado em consideração, consiste também num desafio, trata-se de nos disciplinarmos, reservando um momento para a oração. Com as diversas tarefas cotidianas, as mulheres reservam horário na manicure, horário para fazer o almoço, ir ao supermercado, fazer trabalhos concernentes à faculdade ou ao trabalho secular, reservam horário no consultório médico – se for necessário – e até reservam o momento de ir à igreja, mas não separam um momento para falar com o Senhor. Esse momento de oração pode ser a qualquer hora: madrugada, noite, durante o dia, mas precisa existir!
Vejamos que a mulher cristã deve ser diferente, pois é nova criatura. Ela precisa se organizar em diversos setores de sua vida. É preciso, inclusive, buscar do Senhor a capacidade de se organizar.
Imagine um Pastor que não consegue se organizar. Marca uma visita e não comparece; Esquece-se de realizar um culto numa outra igreja e quando se lembra, chega atrasado, dando desculpas (pecado) ou mesmo justificando verdadeiramente o motivo do atraso; Aceitou convite para ser colaborador numa banca de monografia de um Seminário Teológico, mas não conseguiu ler previamente o texto avaliado. Falta disciplina, falta organização. Para se organizar, é preciso decisão! A compra de uma agenda associada ao hábito de utilizá-la, dará à mulher cristã a possibilidade de realizar muito mais, no tempo determinado. Assim sobrará mais tempo para a família e a obra de Deus.
Às vezes ouço pessoas dizerem que gostariam de ler a Bíblia toda, mas que acham desnecessários os planos de leitura. Fazem tal revelação, lamentando por não conseguirem fazer essa leitura individualmente. Outros creem que ser metódico demais é muito trabalhoso e não produz frutos. Trabalhoso, sim, mas excelentes resultados podem ser alcançados. Talvez a leitora deste artigo esteja se questionando sobre mais um compromisso que a mulher cristã, decidida a se organizar, terá: o de se prevenir e se agendar, porém, os ganhos futuros a pouparão de muitos incômodos e contratempos.
Normalmente as frustrações, as decepções, as descrenças levam os indivíduos a um sentimento que se opõe declaradamente ao amor: o egoísmo.
O amor é um dom supremo, por isso em 1Co 13.1-2 o egoísmo é nocauteado: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos... se não tiver amor, nada serei.”. Como um indivíduo amará a Deus em primeiro lugar e seu irmão como a si mesmo se não se anula? Se as próprias vontades, se o próprio ego estiver em primeiro lugar, o amor se esvai sorrateiramente. O amor também, para ser cultivado, precisa de alguns cuidados que demandam organização, disciplina.
Rute deixou para trás seu povo para seguir a Deus. Através dela, podemos perceber como Deus se preocupa com suas filhas e deseja que vivam uma linda história de amor. Ela foi grande exemplo de amor, de bondade já que não abandonou a sogra Noemi.
Este artigo se intitula como “Os desafios da mulher cristã”, porém os desafios até aqui levantados e discutidos não se agregam somente à mulher cristã, mesmo sendo elas as leitoras para quem esse estudo se dirige especialmente, pois as mulheres de Deus estão em constante embate com as paixões da carne; ouvem e leem a Palavra de Deus e, é claro, são instrumentos na mão do Senhor. É também dessa forma que me sinto enquanto essa literatura está sendo materializada, com as bênçãos de nosso Senhor Jesus. É extremamente relevante que as mulheres cristãs abandonem seu ego e descubram o poder da mulher cristã.
Submissão agrada ao Senhor
O mundo secular desvia homens e mulheres do foco que é Jesus. Tanto que, aos poucos, os princípios de relacionamento conjugal que agradam a Deus se turvaram e deixaram de ser mencionados. Em contrapartida, diversas ideologias foram introduzidas e reforçadas nas mentes das pessoas. Os pais não ensinam submissão aos filhos, eles tudo podem. Aos rapazes, não é ensinado que deverão amar sua esposa como Cristo ama a Igreja, nem tão pouco ensina-se às moças que deverão ser submissas a Deus e ao marido. Não obstante, o terceiro desafio da mulher cristã é: submissão.
Assim, a insubmissão é legado social, porém deve ser renegado.
O apóstolo Paulo evidencia em sua missiva aos Efésios capítulo 5, versículo 22: “As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor.” Todavia, o que significa ser submissa? Como a mulher moderna pode ser submissa (obedecer a Palavra de Deus) e não ser conivente com as fraquezas do homem que, muitas vezes, também não está preparado para ser o cabeça do lar?
A fé é o caminho. No evangelho de Mateus, capítulo 21, versículo 21, há o poder da fé a ponto de transferir um monte para outro lugar. Deus não é imaturo, portanto se ele determina que a mulher seja submissa, certamente capacitará o esposo. Dessa forma, cabe à mulher cristã crer no Senhor e obedecer. Temos então dois pontos relevantes: a submissão deve ser primeiramente ao Criador, caso contrário, não há motivação para ser submissa ao esposo.
Falar de submissão não é tão fácil para mim. Minha conversão aconteceu quando eu tinha vinte e oito anos e ainda não havia me casado. Como um presente de Deus, a conversão de meu noivo, na época – hoje meu esposo - ocorreu ao mesmo tempo que a minha. Assim, fomos conhecendo a Palavra de Deus, juntos. Por isso, o mundo secular era o meu mundo e entre as mulheres que não conhecem a Cristo, submissão é substituída por qualquer outra postura que agrade à sociedade, mas não agrada a Deus. Mais interessante é que pouco depois do meu casamento, meu Pastor nos incumbiu de tomarmos conta do ministério de casais.
A partir daí, começamos – meu esposo e eu – a ter contato com diversos casais e passamos a conhecer inúmeros problemas conjugais. Embora tivéssemos pouca experiência no casamento, nosso Pastor não hesitou em nos confiar esse ministério de Deus, pois segundo ele, o Senhor capacita os escolhidos. Confiamos no nosso Pai todo poderoso e ele nos tem abençoado. Ao nos comunicarmos com casais de diversas idades cronológicas e de casamento, fomos identificando alguns problemas recorrentes entre esses homens e mulheres de Deus, porém vou me ater a um (embora haja outros – esses serão discutidos em outro artigo) desses desacertos conjugais o qual a mulher cristã precisa estar atenta: dificuldade em ser submissa.
A mulher cristã precisa entregar sua vida ao Senhor e obedecer. É preciso confiar! Ter fé! A submissão a Deus deve vir em primeiro lugar!
Lembro-me que certa vez uma mulher confidenciou a mim que desejava realizar uma grande festa em comemoração aos quinze anos da filha, porém o marido, mesmo provido de bens financeiros, achou inviável, visto que ficaria muito caro e poderiam investir o dinheiro em outra coisa a qual poderiam ter acesso depois. Ela ficou injuriada, pois desejava essa festa. Insistiu em promovê-la, mesmo sem o consentimento do esposo e se justificou dizendo que poucos dias antes eles quase haviam perdido uma quantia maior de dinheiro num processo trabalhista que sofreram. Dessa forma, seria melhor gastar com a filha do que eventualmente perder e não usufruir do conforto financeiro que tinham. Esse tom soou como acusação, visto que foi por falha do empresário que sofreram o processo junto à justiça trabalhista.
Ocorrem, nessa história, dois grandes equívocos: primeiramente a esposa não orou por esse possível evento, em segundo momento, não ouviu o esposo e ainda terceirizou sua desobediência, ao atribuí-la ao contratempo judicial vivido pelo casal. Creio que, nessa ilustração, possamos esclarecer um pouco mais sobre a difícil submissão. A mulher acima, se realmente estivesse consciente de que o recurso a ser usado na festa de quinze anos não comprometeria a vida financeira do casal, deveria, depois de orar, tentar persuadir o marido. Os dons do Espírito (Gl 5.22) são ótimos conselheiros. Ser submissa, ao contrário do que muitas mulheres pensam, não significa não pensar, não agir. Significa que a palavra final deve ser do esposo, ele deve abençoar ou não, pois pesa sobre ele a responsabilidade do lar perante a Cristo.
Outra mulher contou-me, certa vez, que viveu, no início de seu casamento, uma situação desastrosa por não ter entendido ainda a Palavra de Deus. Eles iriam fazer o financiamento de uma casa antes do casamento. Os recursos financeiros que dispunham não eram os mais pomposos, pelo contrário eram muito modestos, tanto que era difícil conseguir um imóvel naquele valor. Quando a corretora de imóvel apresentou a ela uma casa (o seu noivo estava viajando no dia), ficou encantada, cega, afoita pela aquisição. Ao ligar para o futuro cônjuge, nem quis saber o que ele pensava, nem permitiu que ele avaliasse o imóvel sem, antes, induzi-lo. Foi logo atribuindo qualidades e vantagens, notadas por ela, de forma que o noivo aceitou o negócio, certo de que a agradaria. Essa mulher cometeu os mesmos equívocos da outra, acima relatada: não orou, nem obedeceu ao futuro esposo.
Os prejuízos e desencantos não tardaram a aparecer. Antes mesmo do casamento, ela já havia percebido, mas não era possível voltar atrás no negócio. A casa escolhida pelos olhos da desobediência tinha diversos problemas: esgoto comprometido, telhado muito velho, gesso ao invés de laje (erro no contrato). Deus foi complacente com ela e generoso também porque, segundo ela, "Meu esposo, mesmo sabendo que a falha era minha, nunca me acusou. Confesso que me senti a Eva, dando um fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal a Adão, ou seja, senti o peso do pecado." A lição óbvia é essa que lhes apresento desde o início deste capítulo: submissão.
A mulher cristã sabe que precisa tomar várias decisões em seu dia a dia, no trabalho, na educação dos filhos talvez, no trânsito, porém não deve negligenciar nunca a submissão ao Senhor e ao esposo e assim se sentirá mais aliviada do fardo da modernidade. As mulheres modernas tentam carregar a responsabilidade que é do esposo e isso justifica porque ficam sobrecarregadas e os homens perdidos sem saber quando precisam fazer o seu papel e se vão fazê-lo.
Conclusão
Ao vencer o egoísmo, a mulher deixa de se preocupar só com a beleza exterior, passa a se organizar e produzir mais; entende que ser submissa é ser abençoada por Deus e descobre que os desafios da mulher cristã são resumidos em um só: obedecer a Deus.
A mulher hoje ocupa espaço em todas as áreas da sociedade. A mulher que vive no propósito de Deus destaca-se com as mesmas qualidades de Rute no contexto em que vive (lar e sociedade) apesar das fraquezas próprias da natureza humana.