Israel e a Nova Aliança
O Propósito de Deus era que Israel fosse a nação portadora da salvação determinada graciosamente a todas as nações. Paulo lutou e sofreu muito, para desfazer a falsa interpretação de que só judeus eram escolhidos pelos desígnios de Deus para uma relação redentiva.
Em Romanos 9–11, Paulo trata da eleição de Israel no passado, da sua rejeição do evangelho no presente, e da sua salvação futura. Esses três capítulos foram escritos para responder à pergunta que os crentes judaicos faziam: como as promessas de Deus a Abraão e à nação de Israel poderiam permanecer válidas, quando a nação de Israel, como um todo, não parece ter parte no evangelho? Em Rm 9.6-13, Paulo afirma que a promessa de Deus a Israel não falhou, pois a promessa era só para os fiéis da nação. Visava somente o verdadeiro Israel, aqueles que eram fiéis à promessa (Gn 12.1-3; 17.19). Sempre há um Israel dentro de Israel, que tem recebido a promessa. Em Rm 9.14-29, Paulo chama a nossa atenção para o fato de que Deus tem o direito de fazer o que Ele quer com os indivíduos e as nações. Tem o direito de rejeitar a Israel, se desobedecerem a Ele e o direito de usar de misericórdia para com os gentios, oferecendo-lhes a salvação, se Ele assim decidir.
Num segundo momento (Rm 9.30 - 10.21) Paulo analisa a rejeição presente do evangelho por Israel. Seu erro de não voltar-se para Cristo, não se deve a um decreto incondicional de Deus, mas à sua própria incredulidade e desobediência
Por fim, Paulo explica (Rm 11.1-36) que a rejeição de Israel é apenas parcial e temporária. Israel por fim aceitará a salvação divina em Cristo.
O argumento de Paulo, no capítulo 11 da epístola aos Romanos, contém vários passos, que podem ser assim destrinchados para melhor compreensão dos desígnios do Senhor:
Deus não rejeitou o Israel verdadeiro, pois Ele permaneceu fiel ao "remanescente" que permanece fiel a Ele, aceitando a Cristo (11.1-6);
No presente, Deus endureceu a maior parte de Israel, porque os israelitas não quiseram aceitar a Cristo (11.7-10; cf. 9.31—10.21);
Deus transformou a transgressão de Israel numa oportunidade de proclamar a salvação a todo o mundo (11.11,12, 15);
Durante esse tempo presente da incredulidade nacional de Israel, a salvação de indivíduos, tanto os judeus como os gentios depende da fé em Jesus Cristo (11.13-24);
A fé em Jesus Cristo, por uma parte do Israel nacional, acontecerá no futuro (11.25-29);
O propósito sincero de Deus é ter misericórdia de todos, tanto dos judeus como dos gentios, e incluir no seu reino todas as pessoas que crêem em Cristo (11.30-36; cf. 10.12,13; 11.20-24).