A VINDA GLORIOSA DO SENHOR
 
Cristo (Χριστός), palavra grega com o mesmo significado da palavra hebraica Messias (משיח), que quer dizer Ungido do Senhor, referente Àquele que Deus enviou para a salvação do seu povo e de toda a humanidade. Aquele que foi anunciado pelos profetas que o revelaram como, “filho de Davi”; “filho do homem”; “o esperado das nações”; “Filho de Deus”; o “Salvador” da vida e “Senhor” de toda criação.
 
Deus, criando e conservando pelo seu Verbo o universo, apresenta aos homens, nas coisas criadas, um contínuo testemunho de si mesmo; além disso, querendo abrir o caminho da salvação eterna, manifestou-se desde o princípio a nossos primeiros pais. Depois que eles caíram, com a promessa da redenção, deu-lhes a esperança da salvação e cuidou sem cessar do gênero humano, a fim de dar a vida eterna a todos os que buscam a salvação perseverando na prática das boas obras.
 
No tempo próprio, chamou Abraão para fazer dele um grande povo; depois dos patriarcas, ensinou esse povo, por meio de Moisés e dos profetas, a conhecê-lo como único Deus vivo e verdadeiro, Pai providente e Juiz justo, e a esperar o Salvador prometido. E assim, ao longo dos séculos, preparou o caminho para o Evangelho. Mas depois de ter falado muitas vezes e de muitos modos por meio dos profetas, nestes dias que são os últimos, Deus nos falou por meio do seu Filho (cf. Hb 1,1-2).
 
Com efeito, ele enviou seu Filho, o Verbo eterno que ilumina todos os homens, para habitar entre os homens e dar-lhes a conhecer os segredos de Deus. Jesus Cristo, portanto, o Verbo feito carne, homem enviado aos homens, fala as palavras de Deus (Cf. Jo 3,34) e consuma a obra da salvação que o Pai lhe confiou.
 
Assim, ele – quem o vê, vê também o Pai – por toda a sua presença e por tudo o que manifesta de si mesmo, por suas palavras e obras, seus sinais e milagres, mas, sobretudo por sua morte e gloriosa ressurreição dentre os mortos, e finalmente pelo envio do Espírito da Verdade, aperfeiçoa e completa a revelação, confirmando com o testemunho divino a revelação de que Deus está conosco para nos libertar das trevas do pecado e da morte e nos ressuscitar para a vida eterna.
 
A economia cristã, portanto, que é a nova e definitiva aliança, jamais passará; já não há nova revelação pública a esperar antes da manifestação gloriosa de nosso Senhor Jesus Cristo. (Da Constituição dogmática Dei Verbum sobre a revelação divina, do Concílio Vaticano II - (N. 3-4)- (Séc. XX)). Pois o Senhor mesmo revelou que virá segunda vez para levar à plenitude todas as coisas e fazer-nos participantes do seu reino eterno como ressuscitados do Pai, uma que, “Revestido de nossa fragilidade, ele veio a primeira vez para realizar o seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da salvação. Revestido de sua glória ele virá uma segunda vez para conceder-nos em plenitude os bens prometidos que hoje, vigilantes, esperamos”. (Pref. do advento, I).
 
Portanto, aqui estamos na expectativa de sua vinda gloriosa para nos unirmos a ele definitivamente, todavia, não esqueçamos o que nos ensinou a respeito dessa segunda vinda: “Assim reunidos, eles o interrogavam: Senhor, é porventura agora que ides instaurar o reino de Israel? Respondeu-lhes ele: ‘Não vos pertence a vós saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou em seu poder, mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo’. Dizendo isso elevou-se da (terra) à vista deles e uma nuvem o ocultou aos seus olhos... Enquanto o acompanhavam com seus olhares, vendo-o afastar-se para o céu, eis que lhes apareceram dois homens vestidos de branco, que lhes disseram: ‘Homens da Galiléia, por que ficais aí a olhar para o céu? Esse Jesus que acaba de vos ser arrebatado para o céu voltará do mesmo modo que o vistes subir para o céu’.” (At 1,6-11).
 
Assim, estamos certos dessa sua vinda gloriosa, mas, toda vez que um de nós faz a sua páscoa, o Senhor já chegou para esse, pois é como ele disse: ”Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais.” (Jo 14,1-3).
 
Paz e Bem!
 
Frei Fernando,OFMConv.